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SÃO PAULO – O ano começou com muita euforia devido ao otimismo com a economia brasileira, mas um verdadeiro balde de água fria caiu sobre o humor dos investidores em maio. O Ibovespa fechou o primeiro semestre com queda de 4,76% e, embora o tombo não seja tão expressivo, da máxima em fevereiro para o fechamento de junho, o índice da Bolsa despencou 18%. Em uma mudança de cenário tão abrupta, conseguir manter performance positiva mostra que, mais do que estar certo, é importante saber o timing do mercado.
Para explicar a performance de três dos melhores fundos multimercados – AZ Quest Multi Max, Bahia AM Maraú Advisory e Pacifico Macro -, o InfoMoney conversou com Alexandre Silvério, da Az Quest, Daniel Vairo, da Pacífico, Gustavo Daibert, do Bahia.
O ponto em comum entre eles? Tática e aportes em ativos com muita liquidez. Esse “mantra” deve ser repetido no segundo semestre, período em que a volatilidade deve aumentar e permear todos os ativos domésticos durante a corrida eleitoral, contaram os gestores durante a edição especial do programa Papo com Gestor (confira a entrevista completa no vídeo acima).
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Confira o desempenho dos 3 fundos no 1º semestre:
Fundo | Rentabilidade no 1º semestre | Rentabilidade X CDI | INVISTA NELES |
AZ Quest Multi Max FIC FIM | +8,06% | 254,3% |
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Bahia AM Maraú Advisory FIC de FIM | +7,11% | 224,3% | |
Pacifico Macro FIC FIM | +6,42% | 202,5% | |
Ibovespa | -4,76% | ||
CDI | +3,17% |
É preciso ter mobilidade e rapidez para alternar os investimentos em qualquer mudança de cenário que vier. “A vantagem que temos em relação a investidor pessoa física é a velocidade. Você tem que usar essa vantagem. Usar liquidez do seu lado, possibilidade de investir no mercados internacionais e diversificação de carteiras. Tem que investir em múltiplos ativos e em múltiplas geografias”, conta Daibert, do Bahia Asset.
Para o segundo semestre, os gestores também são uníssonos ao relatar que as escolhas de investimentos não levam em consideração um cenário específico para a presidência da República nos próximos quatro anos. “Não tem como fugir da eleição, mas é um evento muito difícil de prever o que vai acontecer. Fazer uma aposta baseada que vai ser candidato A ou B no segundo turno não faz o menor sentido”, explica Vairo, da Pacífico.
A seleção de ativos dos fundos passou por uma virada de mão em maio, com a greve dos caminhoneiros, e segue menos otimista com o ambiente doméstico em relação às perspectivas vigentes no primeiro trimestre. Vairo, da Pacífico, vê um cenário menos propício para a continuação da alta do dólar devido ao aperto monetário nos Estados Unidos e têm posições apostando na desvalorização do dólar em relação às moedas de economias desenvolvidas e uma estrutura montada em opções projetando a alta do real contra o dólar. O fundo da Pacífico ainda investe em Tesouro IPCA+ e está comprado em Bolsa brasileira, via opções.
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Na contramão, projetando que a economia dos Estados Unidos continue se destacando positivamente, Silvério afirma que o fundo tem “posição relevante” tomada em treasuries (títulos públicos dos EUA) com vencimento em dois anos (comprado em taxa de juros norte-americana) e nas bolsas de Wall Street. “A busca por uma carteira equilibrada vai ser o grande segredo para o segundo semestre”, conta.
Para Daibert, o foco é na liquidez. “É fundamental, os fundos precisam estar líquidos. Não dá para gerenciar um fundo desse tamanho, fazendo aposta micro ou pequenas tomando risco eleitoral em qualquer uma das pontas. Para nós é fundamental poder mudar de ideia o tempo todo, principalmente num cenário desse. Não vou ousar dizer quem vai ganhar eleição agora”, explica o gestor sobre o cuidado nas escolhas dos ativos antes da decisão nas urnas.
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O Papo com Gestor é um programa de entrevistas semanais apresentado por Thiago Salomão, editor-chefe do InfoMoney. O programa é fruto de uma parceria com a XP Investimentos e trará toda semana uma entrevista com gestores que estão se destacando dentro da lista de fundos da plataforma digital da XP.