“Emprestar dinheiro no Brasil é bom, mas com muito cuidado”, afirma Rafael Fritsch, da Root Capital

No podcast Outliers, o gestor falou sobre as atuais oportunidades no mercado de crédito nacional

Clara Sodré

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Décadas de experiência e uma boa dose de prudência compõem a receita para o sucesso de Rafael Fritsch, sócio fundador da Root Capital, focada em crédito privado e com cerca de R$ 1,7 bilhões sob gestão.

No episódio 71 do Outliers, o gestor contou detalhes da trajetória profissional e afirmou que, atualmente, o foco está nas operações estruturadas de crédito com garantias bem formuladas.

“É bom emprestar dinheiro no Brasil? É, desde que seja feito com muito cuidado”, afirma.

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Hoje, no radar de Fritsch, está o setor imobiliário. Segundo ele, há oportunidade desde o financiamento de projetos até a parte de reestruturação dos papéis que estão em uma situação de alto estresse.

Ele também observa o setor hoteleiro, que enfrenta dois anos de baixa atividade por causa das restrições impostas pela pandemia da Covid-19.

“O retorno da economia com um custo de capital elevado pode gerar dificuldades e alto estresse para empresas desse setor”, projeta.

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Com vasta experiência no mercado de crédito, Fritsch projeta um cenário de crescimento do setor e aposta no conhecimento adquirido nas últimas décadas para aproveitar as oportunidades.

No final dos anos 90, Fritsch atuou em vários bancos e gestoras globais, acumulando forte experiência no segmento de crédito.

“Realizar trabalhos de reestruturação durante grandes crises no período trouxe muitos aprendizados em relação às dinâmicas do mercado, riscos e oportunidade do fornecimento de crédito”, relembra.

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A volta ao Brasil ocorreu em setembro de 2009, em um momento em que investidores globais deixavam o País diante das dificuldades de aprovação e incertezas do mercado de crédito nacional.

Fritsch viu uma oportunidade naquele movimento e, em janeiro de 2010, decidiu criar a Root Capital. Apesar da iniciativa, o gestor tinha consciência do desafio. “Crédito no Brasil não é trivial, todo cuidado é pouco”, reflete.

O primeiro obstáculo foi encontrar profissionais capacitados para analisar as operações. A solução na época foi o treinamento de novos talentos.

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Desde o início da gestora, houve também uma atenção especial para a parte jurídica, com a contratação de advogados especialistas no mercado de crédito.

“Um bom arcabouço jurídico é indispensável quando se trata de operações de crédito”, pontua Fritsch.

Entre os principais riscos nas operações do segmento, ele cita as questões relacionadas a processos e a preços. O primeiro fator inclusive, reforça o gestor, representa a maior problemática do mercado, tendo em vista a demora do sistema jurídico e incertezas sobre uma resolução positiva.

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Ao longo do bate papo no Outliers, Fritsch destacou como momento marcante na história da Root o período em que o IOF – imposto sobre operações financeiras – estava em 6%. O percentual afastou os investidores globais e se consolidou como um momento extremamente desafiador para a gestora. A situação só mudaria com a redução do imposto em 2012.

O Outliers é apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection na XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast também está disponível no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.

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