Emoções e investimento: uma combinação perigosa

Alguns investidores não são capazes de decidir onde investir de forma clara e objetiva, comprometendo o alcance de suas metas financeiras

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Ao investir, você precisa ter uma estratégia. Ainda que ela possa ser revista, caso haja uma mudança no cenário econômico, seja em sua situação financeira ou em outros eventos específicos, o ideal é tentar ser consistente na hora de investir.

Porém, muitas pessoas têm um viés de investimento que acaba comprometendo a sua tomada de decisão e, conseqüentemente, o alcance dos seus objetivos financeiros. Boa parte destes vieses tem origem em fatores emocionais e psicológicos, e cabe ao investidor tentar entendê-los, para então superá-los.

Viés afeta tomada de decisão

O viés na hora de investir, em geral, está bastante relacionado ao perfil psicológico como investidor. A relação entre fatores psicológicos e investimentos já foi abordada em vários livros, sendo que um dos mais conhecidos é o do autor John Nofsinger, cujo título “Loucura ao investir: como fatores psicológicos podem afetar seus investimentos” deixa claro que fatores emocionais podem afetar a tomada de decisão.

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O viés do investidor pode ser descrito como a incapacidade de refletir de maneira clara sobre suas decisões de investimento. Ela se manifesta de várias formas distintas: excesso de auto-confiança, de apego ao investimento e medo de mudar a situação atual.

Quando as emoções prevalecem

Não podemos esquecer que o cérebro de cada um de nós tem uma forma toda especial de trabalhar. E, em alguns casos, é possível que o investidor tenha de fato uma dificuldade para tomar decisões de investimento.

A teoria da “dissonância cognitiva”, por exemplo, afirma que algumas pessoas não se sentem bem quando novas idéias contradizem experiências passadas. Para estas pessoas, é difícil acomodar as novas idéias, o que pode levá-las a uma situação de apego excessivo, ou de incapacidade de mudança, como discutido acima.

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Já a teoria da “representatividade” estabelece que algumas pessoas tendem a reduzir a complexidade das situações, usando suas experiências passadas como base para a tomada de decisões. Este tipo de investidor tende a criar estereótipos nos quais baseia suas decisões de investimento.

Muitas vezes o viés é resultado do equilíbrio emocional de cada um de nós. Quem já não ouviu falar de investidores que não conseguem admitir um erro e, por isso, acabam evitando vender uma posição onde só acumulam perdas, pois acreditam que um dia ela poderá se recuperar.

Temendo se arrepender da venda da aplicação, ele se apega a ela, mesmo quando as evidências de recuperação deixaram de existir a tempos. Não estamos aqui defendendo que sempre que incorrer em perdas o investidor deve mudar de aplicação, mas sim que existe um momento em que a única coisa a ser feita é minimizar as perdas.

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Existem pessoas que, depois de sofrerem perdas, não conseguem mais correr nenhum tipo de risco. Já outras adotam o caminho inverso e passam a correr riscos excessivos para compensar as perdas que sofreram. Em ambos os casos, o investidor acaba deixando aspectos emocionais afetarem sua decisão de investimento, o que pode vir a colocar em risco o seu próprio patrimônio.

Se você acredita que possa ter algum tipo de viés na hora de investir, reflita um pouco sobre o assunto, e tente verificar se isso está, ou não, afetando a forma como você aplica o seu dinheiro. Boa sorte!