Emergentes devem se preparar para impacto das eleições dos EUA, avaliam gestores

Eles participaram do primeiro dia da Expert XP, que acontece em São Paulo até este sábado (31)

Lucas Gabriel Marins

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O resultado das eleições nos Estados Unidos, que acontecem em novembro, vai respigar nos mercados globais, especialmente nos emergentes, disseram gestores durante a Expert XP 2024, que acontece entre sexta-feira (30) e sábado (31) em São Paulo.

Para Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, uma possível vitória do candidato republicano Donad Trump poderia deixar o dólar ainda mais forte, visto que sua política é focada mais no crescimento interno dos EUA, o que afetaria as economias de outras nações.

“Então (com Trump) você tem um case de dólar forte, o que acaba sendo um pouco mais negativo para países emergentes como o Brasil. Dólar forte significa que a moeda americana se valoriza vis-à-vis outras moedas, como o nosso real. Isso quer dizer que nosso real fica mais desvalorizado, então podemos ir para patamares mais altos no nosso câmbio”.

Para outros ativos, segundo Natalie, a situação é um pouco diferente. “Se o presidente (Trump) consegue entregar a diminuição de impostos que ele promete, a gente pode ter impacto no S&P 500 e isso pode acabar contaminando o Brasil. Para juros e para o câmbio nos parece ser um cenário mais negativo para paises como o Brasil porque é um governo mais para crescimento interno”.

Fernando Fenolio, economista chefe da WLG, tem opinião semelhante. Ele disse que uma vitória do presidente republicano seria negativa, principalmente porque o Congresso do país é formado, em sua maioria, por políticos do mesmo partido.

“Nesse caso, ele (Trump) consegueria implementar grande parte das politicas que ele deseja, como cortar mais impostos e colocar tarifas em outros países. O dólar subiria, a bolsa se fortaleceria e talvez juros subiria. É um coquetel não muito agradável para o mundo emergente”.

No caso de uma possível vitória da atual vice-presidente Kamala Harris, segundo Fenolio, a situação poderia ser um pouco melhor para os países em desenvolvimento, porque o congresso poderia impedir as políticas de aumento de impostos e gastos defendidas por ela.

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“Se Kamala ganha com um Senado republicano, é mais do mesmo, ela quer aumentar impostos, mas não consegue, e aí a economia segue seu ciclo natural, o Federal Reserve (Fed) vai cortando juros, o dólar vai para baixo, e isso é bom para mercados emergentes, como o Brasil”.