El Salvador reverte prejuízo e lucra US$ 84 milhões com aposta em Bitcoin

O pequeno país da América Central comprou cerca de 2.800 unidades de BTC entre 2021 e 2022

Lucas Gabriel Marins

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A disparada de 250% do Bitcoin (BTC) nos últimos 12 meses fez El Salvador, que investiu parte de suas reservas na criptomoeda, alcançar lucro não realizado de US$ 84 milhões com o ativo digital. O pequeno país da América Central comprou cerca de 2.800 unidades de BTC entre 2021 e 2022, a um preço médio de US$ 42.599, segundo o site “Nayib Bukele Portfolio Tracker”, que rastreia a quantidade de BTC adquirida pelo governo salvadorenho.

Na manhã desta terça-feira (12), o Bitcoin era negociado a US$ 72.192, próximo da máxima histórica, segundo o agregador CoinGecko. Por causa da alta, a carteira de criptomoedas do país já tem US$ 206,34 milhões em BTC.

A alta reverte as perdas da nação, que ficou com o investimento no vermelho nos últimos dois anos, atraindo críticas de políticos e economistas no mundo todo, em meio ao “inverno” das criptomoedas. Em 2022, o Bitcoin desabou após o colapso da exchange FTX e de outras empresas do mercado cripto.

Foi só a partir do final de 2023, em meio à expectativa com o lançamento dos ETFs (fundos de índice) à vista de Bitcoin dos Estados Unidos, que El Salvador enfim começou a obter lucro. Apesar dos ganhos, o presidente do país, Nayib Bukele, disse que não vai se desfazer do ativo digital. “Não venderemos, é claro”, escreveu no X (antigo Twitter) no final de fevereiro.

Além de adquirir criptos para o tesouro nacional, El Salvador foi o primeiro país do mundo a transformar o Bitcoin em moeda legal em 2021, ao lado do dólar americano. A medida atraiu críticas de diversos organismos, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mesmo na mira dos analistas, o país conseguiu honrar pagamentos dos títulos mais rentáveis entre emergentes no ano passado, com retornos de 70%, chamando atenção de JPMorgan, Eaton Vance e PGIM Fixed Income, que recomendaram ou compraram a dívida da nação.

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A população de El Salvador, no entanto, ainda não adotou definitivamente o Bitcoin. Complexidade da criptomoeda, falhas na usabilidade e volatilidade são algumas das críticas feitas dos salvadorenhos, que ainda preferem usar o dólar nas transações.