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Dividendos em dólar: 12 ações que pagam bons proventos por a partir de US$ 26

Companhias americanas têm pagamentos consistentes de dividendos que permitem estratégia de renda passiva internacional; veja sugestão de carteira

Monique Lima

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A Bolsa brasileira tem empresas conhecidas por serem boas pagadoras de dividendos, mas as que mais entregam valor para o acionista são, na realidade, na maioria gringas. Além de crescimento, várias remuneram o investidor em patamar acima dos juros americanos, que estão em nível recorde. E o investimento não é necessariamente alto: algumas das melhores ações para proventos custam menos de US$ 30, como são os casos da farmacêutica Pfizer (PFE) e da British American Tobacco (BTI), maior empresa de tabaco do mundo, que entrega dividend yield de quase 10% anuais.

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Em 2023, as empresas dos Estados Unidos pagaram um volume recorde aos seus acionistas, de US$ 602,1 bilhões, pouco mais de um terço do total distribuído no mundo, segundo dados da Janus Henderson.

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“Os dividendos americanos têm crescido todos os anos desde 2011, mesmo durante a pandemia, e são agora três vezes maiores do que em 2010.”

— Janus Henderson, em 41º relatório de dividendos globais

Para brasileiros, é possível montar uma carteira de renda passiva com foco em dividendos em dólar, assim como muitos fazem com ações nacionais. Guilherme Morais, analista da VG Research, afirma que estar exposto a moeda forte dá mais segurança para o investidor no longo prazo. As “vacas leiteiras” americanas pagam dividendos constantes e crescentes há décadas.

A 3M, por exemplo, tem histórico de pagamentos desde 1995. Os proventos da empresa aumentaram mais de quatro vezes desde então, saindo de US$ 1,41 em 1995 para US$ 6,01 em 2023. Além disso, essas companhias costumam ser multinacionais consolidadas, que registram menos volatilidade nas negociações em Bolsa, garantindo bons retornos em valorização também.

“É sempre importante lembrar que, apesar de o Brasil possuir bons ativos pagadores de dividendos, é um mercado pequeno em relação ao mercado de capitais global”, diz Moraes. “O investidor não precisa escolher entre Brasil e Estados Unidos. É mais interessante buscar uma carteira diversa, com diferentes exposições geográficas.”

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A pedido do InfoMoney, analistas montaram uma carteira de ativos internacionais focada no pagamento de dividendos. O dividend yield médio das 12 ações é de 6,01%, acima dos 5,5% dos juros anuais americanos em 2023. Veja as empresas selecionadas:

12 ações boas pagadoras de dividendos em dólar:
EmpresaDividend yield – 12 mesesDividendos pagos (US$) – 12 mesesPeriodicidadePreço
British American Tobacco (BTI)9,80%2,84TrimestralUS$ 29,70
Cracker Barrel (CBRL)7,70%5,20TrimestralUS$ 66,41
Enbridge (ENB)7,36%2,64TrimestralUS$ 35,24
Verizon (VZ)6,50%1,98TrimestralUS$ 41,06
Bank Nova Scotia  (BNS)6,20%3,95TrimestralUS$ 68,28
Pfizer (PFE)6,10%2,06TrimestralUS$ 26,58
Realty Income (O) 5,91%3,07MensalUS$ 53,64
3M (MMM)5,80%6,01TrimestralUS$ 91,93
Dominion Energy (D)5,60%2,67TrimestralUS4 48,78
American Electric Power (AEP)4,27%4,30TrimestralUS$ 84,27
STAG (STAG)3,91%1,47MensalUS$ 38,20
PepsiCo (PEP)2,93%4,94TrimestralUS$ 169,58
*Dividend yield realizado nos últimos 12 meses (data base: 08/04/2024)
Fonte: VG Research, Levante Corp e Status Invest

Como escolher?

Constância e crescimento ao longo dos anos são alguns dos pontos fortes dos dividendos americanos. Entretanto, para ter os dois fatores na carteira é importante escolher boas empresas. Uma forma de avaliar essa capacidade é por meio dos lucros, com o indicador de cobertura de dividendos.

Este indicador é calculado pela divisão do lucro líquido pelo total de dividendos pagos aos acionistas. Usando o caso da PepsiCo como exemplo, em 2023, o lucro líquido total da empresa foi de US$ 9,15 bilhões, já o gasto com dividendos foi de US$ 6,79 bilhões. O indicador de cobertura de dividendos é de 1,34.

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Gerson Brilhante, analista da Levante, explica que um indicador maior que 1 indica que a empresa está gerando lucros suficientes para cobrir seus dividendos. “Isso sugere uma posição financeira saudável e que a empresa tem espaço para manter ou até aumentar seus dividendos no futuro”, diz.

Por outro lado, um indicador menor do que 1 indica que a empresa está pagando mais em dividendos do que está gerando em lucros. “Isso pode ser um sinal vermelho para os investidores, pois pode indicar que a empresa está recorrendo a reservas de caixa, empréstimos ou outras fontes de financiamento que podem não ser sustentáveis a longo prazo”, diz Brilhante.

O analista também recomenda outro indicador para se olhar, o payout. Trata-se da porcentagem do lucro líquido da empresa que é destinada aos acionistas via proventos. “Um payout entre 50% e 80% indica uma distribuição saudável, em que a empresa consegue remunerar os acionistas e ainda reinvestir no próprio negócio. Essas empresas, historicamente, têm um retorno superior ao do S&P 500”, afirma Brilhante.

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Impostos

Um fator negativo nos proventos dos Estados Unidos é a cobrança de imposto de renda. O país tarifa estrangeiros em 30%, com recolhimento direto na fonte. Ou seja, na hora que o dinheiro cai na conta, o imposto já foi cobrado.

Brilhante não vê isso como um impedimento para o investimento. Segundo ele, é possível encontrar empresas com boas remunerações, que compensam o percentual perdido. Morais destaca que a nova regra de tributação de investimentos no exterior permite compensar perdas entre os mesmos ativos, dentro do mesmo ano fiscal.

“A alíquota base do Brasil é de 15% e nos EUA é de 30%. Dá para usar a retenção de imposto americano para diminuir o volume pago com investimentos internacionais no ano”, diz o analista da VG Research.