Dividendos de FIIs: confira os maiores pagadores de setembro; taxa fora da curva do ALZR11 rende 4,81%

Com uma distribuição digna de Petrobras (PETR4), maior pagadora de dividendos do mundo, o fundo imobiliário Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) encerra setembro com o maior dividend yield (taxa de retorno com dividendos) entre os principais FIIs da Bolsa. A taxa foi de 4,81% no mês.

Os dados são da Economatica, plataforma de informações financeiras, e tomam como base os fundos imobiliários que compõem o Ifix – índice que reúne os FIIs mais líquidos da B3.

Todas as carteiras já anunciaram as distribuições de dividendos previstas para este mês. A última foi o BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11), que pagará R$ 0,70 por cota no dia 30 de setembro, montante equivalente a um dividend yield de 0,79%. O fundo reduziu o rendimento desde o anúncio da recuperação judicial de uma das fazendas investidas.

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Dos 108 fundos monitorados, 40 tiveram em setembro dividend yield acima de 1% no mês. O número é inferior aos 47 registrados em agosto – período em que ainda estava em vigor a antiga carteira teórica do Ifix, com 106 FIIs, dois a menos do que a atual. A redução já reflete a forte valorização do mercado de FIIs nos últimos meses.

Na semana passada, o Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) distribuiu o ‘“superdividendo” anunciado para setembro, referente ao resultado do fundo em agosto. A carteira pagou R$ 5,65 por cota, equivalente a um retorno mensal de 4,81%. O percentual é o maior para o mês, de acordo com os dados da Economatica.

Confira a lista dos dez maiores pagadores de setembro:

Fonte: Economatica

O Polo Crédito Imobiliário ( PORD11), destaque da lista dos maiores pagadores em agosto, depositou R$ 1,15 por cota no dia 8 de setembro, equivalente a um retorno mensal com dividendos de 1,18%, contra 1,54% do mês anterior.

Com necessidade de capital para as operações da carteira, o FII Tordesilhas EI (TORD11) retomou a distribuição de dividendos este mês – que havia sido interrompida em agosto. A carteira repassou R$ 0,08 por cota, montante que representa um retorno de 0,98% no mês.

Com a retomada do fluxo de rendimentos do TORD11, o Brazilian Graveyard And Death Care (CARE11) segue como único FII que não têm distribuído dividendos. Primeiro fundo do segmento de cemitérios, a carteira chegou a ficar cinco anos sem pagar proventos, até julho de 2020, após a venda de um dos ativos do portfólio. O último repasse da carteira ocorreu em setembro de 2021.

Alianza Trust Renda Imobiliária e o maior rendimento de setembro entre os FIIs

Com perfil híbrido, investindo em mais de uma classe de ativos, o Alianza Trust Renda tem hoje um portfólio composto por 14 imóveis, que representam um patrimônio líquido de R$ 741 milhões. A taxa de vacância da carteira está zerada.

O valor do rendimento distribuído este mês – de R$ 5,65 por cota – está bem acima do histórico de dividendos pagos pelo fundo, na casa dos R$ 0,78, conforme destaca comunicado da carteira ao mercado:

De acordo com o Alianza Trust Renda, o dividendo distribuído em setembro é extraordinário e foi influenciado pela venda de imóvel localizado na Avenida Nações Unidas, na capital paulista, locado para a Clariant Brasil, empresa do setor químico. O negócio foi iniciado em abril de 2022.

O fundo receberá R$ 203 milhões pelo espaço de aproximadamente 32,8 mil metros quadrados e área construída de 29 mil metros quadrados. Do total, um montante de R$ 89 milhões foi pago na semana passada. O saldo remanescente deverá ser quitado até o dia 10 de outubro de 2022.

Em relatório gerencial, o FII informou que “a operação confirma importante tese do fundo de não apenas permitir excelente renda com alta previsibilidade no mês-a-mês, mas também de ter ativos de elevado valor imobiliário, com potencial de geração de valor adicional aos nossos cotistas”.

Em 12 meses, o dividend yield do Alianza Trust Renda está em 11,96%, de acordo com dados da Economatica.

Luz amarela para os FIIs de “papel”?

Dos dez FIIs que mais pagaram dividendos em setembro, nove são fundos de recebíveis – ou de “papel”, como também são conhecidos. Esses fundos investem em títulos de renda fixa indexados a índices de inflação ou à taxa do CDI, como os CRIs.

Como a receita dos fundos acompanha a variação dos indicadores, o mercado ainda discute o impacto da deflação apurada nos últimos dois meses na distribuição de dividendos desses FIIs.

Em agosto, o IPCA registrou taxa negativa de 0,36%, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em julho, o índice já havia apresentado deflação de 0,68%, acendendo uma luz amarela entre os investidores de fundos de “papel”. Quando a inflação e os juros sobem, os dividendos desses fundos tendem a crescer; quando os indicadores recuam, os rendimentos das carteiras também caem.

Embora alguns fundos ofereçam dividendos ainda elevados, de forma geral, o dividend yield médio do Ifix já dá sinais de desaceleração, apontou o Flow Imobiliário, relatório da mesa de fundos imobiliários da XP. Segundo o documento, a taxa caiu de 13,37% para 11,49% entre julho e agosto.

O relatório da XP, assinado pelos analistas Vinicius Duarte, Fernanda Pereira e Felipe Dreissig, também atribui a queda do dividend yield do Ifix à valorização dos fundos de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis – e dos FoFs, que têm no patrimônio cotas de outros FIIs. As duas classes puxaram a alta de 5,76% do Ifix em agosto, a maior do ano.

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FIIs que mais pagaram dividendos nos últimos 12 meses

No acumulado dos últimos 12 meses, o Riza Akin (RZAK11) é o dono do melhor dividend yield entre os fundos imobiliários do Ifix. No período, a carteira ostenta uma taxa de retorno com dividendos de 18,83%. O Riza Arctium Real Estate (ARCT11) também apresenta um percentual acima de 18%. Na sequência, aparecem o Urca Prime Renda (URPR11) – maior pagador de dividendos de 2021 – e o Valora Hedge Fund (VGHF11) com taxas de 17,19% e 16,93%, respectivamente. Confira a lista completa:

Fonte: Economatica  – 22/09/2022

Com patrimônio de R$ 323 milhões, o Riza Akin (RZAK11) investe predominantemente em certificados de recebíveis imobiliários (CRI), que respondem atualmente por 80% da carteira.

Atualmente, 60% dos títulos estão indexados à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) e 40% ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, conforme aponta relatório gerencial do fundo divulgado em setembro.

No relatório gerencial, a equipe de gestão do Riza Akin manifesta visão positiva para uma maior alocação em títulos indexados à taxa do CDI, que acompanha a taxa básica de juros da economia, a Selic, mantida em 13,75% ao ano na reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, após 12 elevações consecutivas.

Em setembro, o fundo depositou R$ 1,66 por cota, equivalente a um retorno mensal de 1,67%, percentual abaixo apenas do Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) – maior pagador do mês.