Ifix fecha no campo positivo; FIIs de recebíveis caem forte na sessão

O fundo JS Real Estate (JSRE11) liderou a lista das maiores altas do pregão, com elevação de 2,64%

Wellington Carvalho

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O IFIX – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – fechou a sessão desta segunda-feira (08) com alta de 0,13%, aos 2.821 pontos. O fundo JS Real Estate (JSRE11) liderou a lista das maiores altas do pregão, com elevação de 2,64%. Na outra ponta da lista, o Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11) registrou forte queda de 4,37% e acompanhou outros FIIs de recebíveis na lista das maiores baixas do dia.

O desempenho dos fundos de recebíveis, ou de “papel”, ocorre no momento em que aumenta a expectativa para o possível arrefecimento da inflação nos próximos meses, que poderá reduzir os dividendos das carteiras e, consequentemente, pressionar as cotações dos papéis.

Em relatório semanal da Guide Investimentos, Fernando Siqueira, analista da corretora, já chamava atenção para a possibilidade.

“Acreditamos que, ao decorrer dos próximos meses, observemos uma redução do dividend yield [retorno com dividendos] no segmento de recebíveis em função da expectativa de ‘desinflação’ no âmbito doméstico”, prevê o analista em relatório semanal.

Para escapar do movimento, Siqueira sugere fundos com menor concentração em índices de inflação e maior diversificação de portfólio.

Maiores altas desta segunda-feira (08):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
JSRE11 JS Real Estate Híbrido 2,64
XPML11 XP Malls Shoppings 2,25
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas 2,22
LVBI11 VBI Logístico Logística 2,22
XPLG11  XP Log Logística 1,45

Maiores baixas desta segunda-feira (08):

Ticker Nome Setor Variação (%)
VSLH11 Versalhes Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. -4,37
HCTR11 Hectare Títulos e Val. Mob. -3,98
TORD11 Tordesilhas EI Outros -3,21
NCHB11 NCH High Yield Títulos e Val. Mob. -2,5
DEVA11 Devant Títulos e Val. Mob. -2,45

Fonte: B3

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FoF Integral Brei planeja vender todo patrimônio até o fim de semana; Caixa SEQ recebe proposta por imóvel em Macaé

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

FoF Integral Brei (IBFF11) quer concluir venda total de patrimônio até o dia 12 de agosto

O fundo FoF Integral Brei planeja concluir, até a próxima sexta-feira (12), a alienação do portfólio da carteira, aprovada no mês passado em assembleia geral extraordinária (AGE) de cotistas. Após a venda dos ativos, haverá a liquidação da carteira.

O fundo investe em cotas de outros FIIs e a proposta de venda do portfólio partiu de investidores com mais de 5% das cotas do FoF Integral Brei.

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Depois da alienação total dos papéis, os gestores divulgarão ao mercado a data do último dia de negociação das cotas do fundo na Bolsa e o cronograma para a amortização do patrimônio.

Atualmente, o FoF Integral Brei tem um patrimônio líquido de R$ 47 milhões, sendo que 5,3% do total está alocado em caixa, conforme mostra relatório gerencial divulgado em junho.

As maiores participações do portfólio atualmente são do Bluecap Renda Logística ( BLCP11) e CRI Integral Brei (IBCR11), com 9,6%, e do Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) com 9%.

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Caixa SEQ (CXTL11) recebe proposta de R$ 4,1 milhões por imóvel em Macaé (RJ)

O FII Caixa SEQ Logística recebeu proposta para a venda do imóvel localizado no Vale Encantado, em Macaé (RJ). Pelo espaço, o interessado ofereceu R$ 4,1 milhões à vista.

Em comunicado ao mercado, o Caixa SEQ informa estar avaliando os demais aspectos da proposta recebida e, se for o caso, deve realizar a convocação de Assembleia Geral para decidir com os cotistas o futuro do negócio.

Com 639 cotistas, o fundo administrado pela Caixa Econômica Federal atua na aquisição de imóveis do segmento logísticos para ganho de capital em vendas futuras ou renda com locação.

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Além do espaço de 5,1 mil metros quadrados em Macaé, o fundo conta ainda com outros dois ativos: um em Duque de Caxias, também no Rio de Janeiro, e outro em Itapevi, em São Paulo.

No final de 2021, a reavaliação anual dos imóveis do Caixa Seq apontou aumento de 9,75% no patrimônio líquido do fundo. O valor dos espaços foi estimado em R$ 37 milhões. Juntos, os espaços somam uma área bruta locável (ABL) de 19,5 mil metros quadrados.

O centro operacional de Duque de Caxias (RJ) foi o destaque positivo da reavaliação, com variação de 32%. Os galpões logísticos de Macaé (RJ) e Itapevi (SP) tiveram queda de 2% a 6% no valor contábil.

Dividendo do FII BM Brascan (BMLC11) pode cair 14% com saída de inquilino

O FII BM Brascan Lajes Corporativas (BMLC11) comunicou a intenção da ExxonMobil Exploração Brasil – inquilina do fundo que atua no setor de petróleo – de encerrar contrato de locação que tem com a carteira. Caso a empresa confirme a rescisão do vínculo, a distribuição de dividendos do fundo deverá ser reduzida em 14,47%, de acordo com fato relevante divulgado na última sexta-feira (5).

O fundo é proprietário de dois andares do imóvel Brascan Century Corporate, localizado no Itaim Bibi, em São Paulo (SP), e de quatro andares do Torre Rio Sul, localizado em Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ).

Antes do comunicado sobre a ExxonMobil – que ocupa parte do 21º do imóvel no Rio de Janeiro –, a taxa de ocupação do portfólio estava em 100%. Se a empresa realmente deixar o espaço, o percentual cairá para 87%.

Nesta sexta-feira (12), o fundo depositará R$ 0,56 por cota, referente à receita obtida no mês de julho. O montante é equivalente a um retorno mensal com dividendos de 0,56%. Com a potencial saída do inquilino, os gestores do FII projetam uma queda nos próximos repasses de rendimentos de até R$ 0,13 por cota.

No comunicado ao mercado, a equipe de gestão lembra que a locatária deverá cumprir todas as disposições previstas em contato em caso de rescisão, como o cumprimento de aviso prévio, pagamento de aluguéis e multa.

Dividendos hoje

Confira quais são os 13 fundos que distribuem rendimentos nesta segunda-feira (08):

Ticker Fundo Rendimento
TGAR11 TG Ativo Real  R$  1,58
CACR11 Cartesia Recebíveis Imobiliários  R$  1,52
PATC11 Pátria Edifícios Corporativos  R$  0,92
GGRC11 GGR Covepi Renda  R$  0,86
VTLT11 Votorantim Logística  R$  0,83
RBLG11 RB Capital Logístico  R$  0,80
AIEC11 Autonomy Edifícios Corporativos  R$  0,72
FVPQ11 Via Parque Shopping  R$  0,72
VSHO11 Votorantim Shopping  R$  0,60
PATL11 Pátria Logística  R$  0,58
QAGR11 Quasar  R$  0,40
NVHO11 Novo Horizonte  R$  0,08
CACR11 Cartesia Recebíveis Imobiliários  R$  0,07
RBVO11 Rio Bravo Crédito Imobiliário II  R$  0,03

Fonte: InfoMoney. Tickers com final diferente de 11 se referem aos recibos e direitos de subscrição dos fundos.

Giro Imobiliário: BlueCap vê conflito de interesse em fusão de fundo com BTLG11, mercado revisa projeções para o IPCA e mais

Relatório Focus: projeção para o IPCA cai para 2022, mas sobe para 2023

O mercado financeiro continua o movimento de revisar para baixo a projeção para a inflação deste ano, ao mesmo tempo em que sobe a perspectiva para o próximo, mostram dados do Relatório Focus divulgados nesta segunda-feira (8).

A estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2022 caiu de 7,15% na semana passada para 7,11% hoje, mas a de 2023 subiu de 5,33% para 5,36%. É a 6ª semana seguida de queda na expectativa para este ano, mas a 17ª de alta para a de inflação do próximo.

Já a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 subiu marginalmente, de 1,97% para 1,98%, aponta o levantamento semanal do Banco Central com mais de 100 instituições financeiras. Para 2023, a projeção ficou estável em 0,40% (após várias semanas de queda).

O mercado também manteve as estimativas para a Selic e para o câmbio de 2022, 2023, 2024 e 2025 (uma taxa básica de juros de 13,75%, 11%, 8% e 7,50% e um câmbio de US$ 1 igual a R$ 5,20, R$ 5,20, R$ 5,10 e R$ 5,15, respectivamente).

O movimento de queda da inflação neste ano mas alta no próximo é efeito das medidas aprovadas no Congresso Nacional recentemente, com apoio do governo federal, para baixar os preços dos combustíveis e da conta de luz e estimular a economia a poucos meses da eleição.

Apesar dos efeitos benéficos no curto prazo, as medidas tendem a piorar a inflação no médio e longo prazos (e aumentam a desconfiança do mercado com o controle de gastos e o compromisso fiscal do governo). Além disso, a economia deve começar a desacelerar neste segundo semestre, por causa da alta de juros iniciada pelo BC em março do ano passado para controlar a inflação.

Suno lança nesta segunda-feira (8) primeiro Fiagro da gestora

A Suno Asset, gestora do grupo Suno, lança nesta segunda-feira (8), seu primeiro Fiagro, o SNAG11, estruturado em parceria com a Boa Safra Sementes.

O produto é resultado de uma oferta restrita que tinha a empresa agrícola como única investidora em sua liquidação. Agora, as cotas serão comercializadas por R$100,00, na B3.

O SNAG11 é um fundo híbrido, com ativos imobiliários e de crédito em sua composição. A rentabilidade alvo é de CDI (certificado de depósito interbancário) +3% ao ano e não há taxa de performance.

O novo Fiagro terá gestão ativa e é liderado por Vitor Duarte, que comemora a comercialização das cotas na Bolsa para o público geral.

“O Brasil é uma potência agrícola, com posição geográfica e condições climáticas favoráveis para o plantio de soja, commodity em que se concentra o fundo”, diz. “Ao lançarmos um Fiagro híbrido, reforçamos nosso comprometimento em apresentar para investidores comuns caminhos alternativos, mais completos que Fiagros unicamente de crédito”, comenta Duarte.

O fundo tem um montante inicial de R$ 150 milhões, sendo R$ 125 milhões aplicados em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e R$ 25 milhões no arrendamento de terras.

De acordo com a Suno Asset, o fundo já adquiriu duas propriedades no Mato Grosso: a primeira, em Sorriso, com área total de 90 mil metros quadrados, e a segunda, em Primavera do Leste, com 293 mil metros quadrados. A Boa Safra se encarregará de fazer melhorias nas propriedades, implementando galpões para tratamento e armazenamento de soja.

FIIs: polêmica sobre sigilo de cotistas avança e BlueCap vê conflito de interesse em fusão de fundo com BTLG11

A polêmica sobre a identificação de cotistas que sugerem mudanças nos fundos imobiliários ganhou um novo capítulo com a divulgação da ata da mais recente assembleia geral extraordinária (AGE) do FII BlueCap Renda Logística (BLCP11), que colocou em votação a incorporação do fundo pelo BTG Pactual Logística (BTLG11).

A pedido da BlueCap Gestão de Recursos – gestora da carteira – a 1ª Vara Empresarial e Conflito de Arbitragem do Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu os efeitos da AGE, realizada na última quinta-feira (4). Apesar da decisão, o administrador do fundo (BTG Pactual) manteve a apuração do resultado da votação – que segue sem efeito – sexta-feira (5) e a divulgação da ata do encontro.

Na primeira manifestação ao longo da AGE, a BlueCap Gestão reclamou da não divulgação – por parte do administrador – da identidade dos cotistas solicitantes da assembleia e do possível conflito de interesse do grupo ao participar da votação.

Na última quarta-feira (3), véspera da votação, os investidores chegaram a revelar suas respectivas identificações, mas a gestora considera que a divulgação da informação foi tardia para legitimar as decisões da assembleia. A identidade dos cotistas está presente em anexo ao comunicado do fundo ao mercado. São eles:

Fonte: FII BLCP11 – Comunicado ao Mercado, Outros Comunicados Não Considerados Fatos Relevantes (04/08/2022)

Para a BlueCap Gestão, detalha a ata do encontro, a incorporação do fundo pelo BTG Pactual Logística atende aos interesses particulares do grupo solicitante e evidencia, nas palavras da gestora, a existência de conflito de interesse.

“As deliberações teriam como propósito remediar condutas da própria Capitânia Investimentos, que teria levado os fundos sob sua gestão a investir em muitos FIIs com baixa liquidez no mercado secundário”, pontua a ata da AGE. “Diante das dificuldades em vender essas cotas [por falta de demanda], e com vistas a buscar outros investimentos no curto prazo, [a Capitânia] vem tentando criar liquidez imediata a qualquer custo”, completa o texto.

Para reforçar a tese, a BlueCap Gestão afirma que a Capitânia estaria repetindo a prática que adotou com outros fundos imobiliários, como o Pátria Edifícios Corporativos (PATC11), FOF Integral Brei (IBFF11) e o Santander Papéis Imobiliários CDI (SADI11).

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.