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Os ruídos provocados por declarações consideradas “estapafúrdias” de integrantes do governo têm afetado diretamente a confiança que o setor privado necessita para investir e ajudar o País a crescer. A avaliação foi feita pela Verde, casa do renomado gestor Luis Stuhlberger, em carta divulgada no fim da noite de sexta-feira (6).
Em tom crítico, a gestora destaca que o novo governo parece adotar um “modus operandi” que lembra a frase de Azeredo Silveira: “Tem gente que atravessa a rua para escorregar na casca de banana que está na outra calçada”.
Na visão da casa, as declarações desencontradas de ministro limam a confiança de investidores e representam uma “fórmula” que já foi testada em governos anteriores e que levou ao “desastre”.
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Nos últimos dias, a dissonância entre falas dos ministros da Previdência e da Fazenda e demais membros do governo geraram ruídos entre agentes financeiros.
Para a Verde, a razão é que analistas não possuem histórico suficiente para distinguir ruído de sinal e tratam toda informação nova como relevante. “Com mais alguns meses, ficará claro quem são os interlocutores que, de fato, sinalizam quais políticas públicas serão adotadas, e quem são apenas irrelevantes”, destacaram no documento.
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Diante de uma situação de maior instabilidade, a casa diz que tem “operado contra exageros”, aumentando o risco em Bolsa e no real nos momentos de estresse das últimas semanas e reduzindo o risco quando o “silêncio impera e o cenário global se sobrepõe”.
Apesar do cenário local mais conturbado, o contexto global continua “favorável” ao Brasil, na visão da gestora. Entre os fatores que podem ajudar o País estão a surpreendente velocidade de reabertura da economia chinesa, com melhora dos preços de commodities. Com exceção apenas do petróleo, que a casa acredita que a piora é “temporária”.
Além disso, a Verde destaca que a economia americana dá sinais de arrefecimento da inflação, o que tende a tirar pressão de incrementos mais duros das taxas de juros globais.
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“Esse pano de fundo tende a ser favorável para mercados emergentes, o que só reforça a visão da enorme oportunidade que está sendo desperdiçada por todo ruído e prêmio de risco adicional gerados pelo novo governo”, alerta a casa.
De olho na piora do cenário lá fora, a gestora diz que manteve a exposição vendida (que aposta na queda) da Bolsa americana via opções. A casa também seguiu com uma alocação comprada (que se beneficia da alta) em ouro e petróleo, além de uma exposição vendida em euro contra real e de uma posição tomada (que ganha com a subida) em juros na Europa.
A alocação em Bolsa brasileira também foi mantida, da mesma forma que as posições em crédito local quanto high yield (que oferece maiores retornos e consequentemente maior risco) nos EUA.
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Ano do fundo Verde
Em um ano de grande volatilidade, o fundo Verde conseguiu obter retornos de 15,93%, acima da média dos multimercados de gestão ativa no Brasil, medida pelo Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA), que finalizou 2022 com alta de 13,31%. A rentabilidade também foi superior a do CDI (taxa de referência dessa classe de ativos), que encerrou o ano em 12,37%.
O resultado do fundo também foi o melhor desde 2015, quando o produto encerrou com ganhos de 28,67% ao ano.
Ao fazer uma retrospectiva do desempenho do Verde ao longo do ano passado, a casa destacou que os ganhos foram puxados pelo portfólio de renda fixa, com posições tomadas em juros nos Estados Unidos e Europa, além de compra de inflação implícita no Brasil e posições no mercado de crédito local e externo.
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Alocações compradas em petróleo e proteções em Bolsa global também retornaram bons frutos para o fundo.
Por outro lado, a carteira de ações Brasil foi o grande detrator do fundo no ano passado.