Taxas de debêntures caem após mudanças em isentos: vale correr para garantir retornos?

Consideradas alternativas a títulos isentos "barrados" pelo CMN, debêntures incentivadas passam a pagar menos em fevereiro

Leonardo Guimarães

(Getty Images)
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Um dos efeitos antecipados pelo mercado financeiro logo após mudanças promovidas pelo CMN nas regras de certificados de recebíveis (CRIs e CRAs) e letras financeiras (LCIs e LCAs) era o aumento da demanda por outros instrumentos de renda fixa. Dois se destacaram como alternativas: debêntures incentivadas, que são isentas de Imposto de Renda, e CDBs (Certificados de Depósito Bancário).

Segundo especialistas, a tendência é de queda nas taxas de CDBs, mas, em um primeiro momento, houve aumento da maioria dos retornosCom as debêntures, o efeito das novas regras foi quase imediato: a alternativa de título isento já paga menos em fevereiro.

As mudanças que o CMN promoveu “trazem consequências diretas tanto para os investidores como para os emissores desses títulos” isentos, diz o Bradesco BBI em relatório. O principal efeito foi a queda dos spreads (diferença de remuneração para título equivalente do Tesouro Direto) das debêntures isentas e redução no estoque de LCIs e LCAs. “Notamos aumento da liquidez no mercado secundário de debêntures isentas”, diz, ainda, o relatório do BBI. 

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Mas, diante da “seca” em LCI e LCA, o investidor deve se apressar para colocar debêntures isentas na carteira?

Marianne Moraes, gestora de crédito privado da Inter Asset, concorda que a tendência é de queda na remuneração das debêntures, mas alerta para movimentos erráticos na carteira na busca por taxas altas: “correr para alocar, principalmente em busca de spreads maiores, pode ser perigoso, já que o investidor pode contratar um spread inadequado para o nível de risco”. 

Para o Bradesco BBI, os títulos de empresas com classificação de crédito mais elevada, que geralmente pagam juros menores, devem liderar os fechamentos (quedas) nas taxas. A velocidade da queda nas remunerações “dependerá da oferta de novas emissões no mercado primário e do apetite das empresas”, diz o relatório. 

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Nos CDBs, um segmento que passa por queda há meses é o de prefixados, em movimento explicado “pela demanda de fundos mais conservadores”, segundo Moraes. Para a especialista, é preciso esperar o vencimento das LCIs e LCAs que já estavam em circulação para entender melhor para onde vai a demanda por ativos bancários. 

Para o investidor, a migração para CDBs parece mais óbvia, já que a carteira seguiria exposta ao risco de bancos. Porém, especialistas recomendam também outras opções, como fundos de crédito privado com liquidez e baixo risco, fundos referenciados em títulos públicos e carteiras administradas

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