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Num ano em que apenas um terço dos fundos de ações long only entregou performance acima do Ibovespa, o Guepardo Institucional se destaca com um retorno de 13,91% acumulado em 2022 (contra 10,42% do índice).
Com uma estratégia de investimento em ações de valor, Octavio Magalhães, gestor da estratégia, explica que dentro de um processo de investimento desse gênero o maior risco é o qualitativo – e que dentro do processo de gestão da Guepardo, esse é o primeiro fator a ser analisado.
“Quando acerta o qualitativo, o resultado é consequência”, diz Magalhães. Ele e Roberto Esteves, sócio da Guepardo Investimentos, foram os convidados do último episódio do podcast Ouliers, apresentado por Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP, e Nathalia de Sá, analista de alocação e fundos no Research da XP.
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Para Magalhães, os erros de perspectivas macro – como PIB, câmbio, entre outros – pode até impactar no resultado de uma empresa, mas a governança, pessoas e estratégia adotada são fatores que terão impactos negativos maiores se não forem bem analisados. Ele ainda acrescenta que ao olhar primeiramente para aspectos qualitativos evita-se cair no “canto da sereia” e perder dinheiro com oportunidades “únicas” que podem se traduzir em prejuízos para o portfólio.
No podcast, Magalhães afirmou que raramente o fundo participa de IPOs (aberturas de capital). O tempo de análise das empresas é muito curto, e não é possível ter conforto nem no qualitativo, nem no quantitativo, exceto quando existe um acompanhamento da companhia antes da operação.
Os IPOs da Vamos (VAMO3) e Movida (MOVI3) foram alguns exemplos citados pelo gestor, em que existia um acompanhamento prévio e por isso os fundos entraram no momento de abertura de capital.
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O gestor conta que assim como no mercado em geral, existem muitas oportunidades, mas também muitas empresas ruins, e que a separação “do joio e do trigo” acontece quando é realizada uma análise qualitativa. Além da restrição em relação ao tempo de análise dos IPOs, Magalhães afirma que a Guepardo não investe em certos setores por características específicas. Em sua visão, as companhias áreas compõem um setor “problemático”, por exemplo.
Já da ponta das oportunidades, o gestor conta que a Guepardo não realiza análise top down (de cima pra baixo) e, sim, bottom up, olhando inicialmente para o operacional da empresa. Por outro lado, Magalhães diz que existem setores indo bem nesse momento no Brasil, citando a Vulcabrás (VULC3) como exemplo.
Celulose é outro setor em que o gestor vê oportunidades, citando a Klabin (KLBN4) como a segunda maior posição dos fundos. Para Magalhães, a queda do preço da celulose e os receios em relação à recessão já estão nos preços da empresa. Ele ainda conta que o operacional da empresa está em linha, levando em consideração que o repasse de preços toma tempo até se consolidar – trazendo resiliência nas margens da empresa.
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“O mercado dá reações exageradas, e é nessas reações que a gente aproveita para ganhar dinheiro”, diz o gestor.
Roberto Esteves chama a atenção para o comportamento dos investidores em momentos de alta volatilidade, trazendo como exemplo um estudo realizado pela Guepardo, segundo o qual metade dos cotistas perdeu dinheiro nos últimos três anos. Entretanto, o retorno ruim para os cotistas não foi por causa do desempenho do fundo, que rendeu 22% anualizado no período – e sim porque 80% dos cotistas que resgataram recursos ficaram menos de um ano no fundo.
Esteves também reforça o horizonte de investimento para fundos de ações, que deve ser de longo prazo, e diz que o investidor deve estar alinhado à estratégia adotada em cada fundo.
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A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por Spotify, Deezer, Spreaker, Apple e demais agregadores de podcasts. O podcast também está disponível no formato de vídeo no canal da XP no Youtube. Além disso, o relatório Indo a Fundo na Performance do Fundo Guepardo Institucional apresenta uma análise completa elaborada pelo time de Research da XP.
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