“Data com”: confira as datas de corte para investir em ações em dezembro e ganhar com dividendos

Na lista de dezembro, há empresas como Raízen, Itaúsa, Banco do Brasil, Vale e Suzano

Katherine Rivas

(iStock / Getty Images)
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A partir de terça-feira (6), 22 empresas têm “data com” – ou datas de corte – programadas para dezembro. O investidor que quiser garantir o recebimento de dividendos ou juros sobre capital próprio (JCP) anunciados por essas companhias deverá ter as ações em carteira até lá. A partir da “data-ex”, quem comprar os papéis não fará mais jus aos proventos.

Na lista de dezembro, há empresas como Raízen (RAIZ4), Itaúsa (ITSA4), Banco do Brasil (BBAS3), Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3).

Lembrando que os dividendos não sofrem tributação do Imposto de Renda. Já no caso dos JCP é descontada uma alíquota de 15% sobre o valor bruto pago pelas empresas.

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Suzano, Itaúsa e Banco do Brasil no radar dos investidores

Entre os destaques de dezembro, chama a atenção a Suzano (SUZB3) que aprovou na sexta-feira (2) a distribuição de dividendos intercalares no montante de R$ 2,350 bilhões, equivalente a R$ 1,795 por ação. Até o momento, este é um dos maiores valores a ser pagos pelas companhias em dezembro. Os investidores devem receber os proventos no dia 27.

Recentemente, a Suzano anunciou também a estimativa de investimento de R$ 18,5 bilhões para o próximo ano, incluindo R$ 8,9 bilhões para o projeto Cerrado – projeção acima do consenso de mercado de R$ 14 bilhões. A estimativa foi avaliada como ligeiramente negativa para as ações pelos analistas.

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Outra companhia que surpreendeu positivamente foi a holding Itaúsa (ITSA4), que aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 0,1855 por ação em duas parcelas, em abril e dezembro de 2023.

Recentemente, Alfredo Setubal, CEO da Itaúsa, falou que pretende retomar os níveis históricos de pagamento de dividendos da holding nos próximos anos.

“A gente tem como uma prática, não é uma política escrita, não é uma coisa escrita em pedra, que a gente distribui sempre no mínimo 100% dos dividendos que a gente recebe do Itaú Unibanco (ITUB4). Em 2017 e 2018, o banco pagou dividendos muito altos. Estava muito capitalizado, a economia vinha em grande crescimento, então a necessidade de capital dentro do banco era menor. Houve uma distribuição altíssima e isso foi repassado aos acionistas da Itaúsa”, disse Setubal.

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“Neste momento, temos menos dividendos recebidos e menos dividendos pagos aos nossos acionistas. Mas isso por uma boa razão: as nossas empresas estão crescendo. O banco tem gerado capital, mas tem crescido muito sua carteira de crédito, que é o maior demandador de capital. Então, ele vem pagando menos dividendos. E as outras empresas também, elas estão em processo de desalavancagem. A Itaúsa está num vale de dividendos. Ao longo dos próximos anos, a gente acredita que a gente vai retomar os níveis históricos de pagamento de dividendos da Itaúsa, que sempre girou em torno de 35% a 40% do lucro dela”, completou.

Ainda na lista de destaques está o Banco do Brasil (BBAS3), que apesar das incertezas com o novo governo segue firme na remuneração aos seus acionistas. Diferentemente da Petrobras, há agentes de mercado que ainda acreditam no potencial do banco como bom pagador de dividendos.

Luan Alves, head de equity da VG Research, afirma que a carteira do Banco do Brasil no segmento de agronegócio é muito relevante e difícil de ser replicada, o que o transforma em uma opção de investimento para o longo prazo.

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Outra vantagem citada pelo analista para 2023 é a possível manutenção da eficiência do banco, com boa gestão de custos e níveis de inadimplência baixos. Já em relação aos riscos, pesa a possibilidade de interferência na gestão do banco público, que pode afetar o lucro líquido, os custos ou a rentabilidade da carteira de crédito – e, em consequência, os dividendos.

“Existe um temor de que o governo eleito aumente o crédito subsidiado e direcione a carteira do banco para produtores com menores spreads [ganhos com juros], o que poderia deteriorar o retorno sobre patrimônio (ROE) da empresa”, avalia Alves.

Contudo, o analista reforça que a governança o Banco do Brasil é blindada de intervenções políticas, por possuir um planejamento estratégico de longo prazo a ser seguido independentemente da presidência do banco. “Além disso, 50% do conselho de administração do banco é formado por conselheiros independentes que também participam dos comitês de assessoramento”, reforça.

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A expectativa da VG para retorno em dividendos do Banco do Brasil em 2023 é de 10,2%, se ficar claro que a intervenção do governo será limitada.

Felipe Paletta, sócio-fundador e analista da Monett, estima que o Banco do Brasil entregará um dividend yield de 10% em 2023, mas o risco de interferência política o desagrada. Embora seja menor do que na Petrobras, Paletta prefere ficar de fora do papel. “O desconto é grande, mas em linha do que o banco já foi no passado”, diz.

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Datas relevantes

Sergio Biz, sócio e analista do GuiaInvest, explica que a “data com” e a “data ex” são termos muito importantes para o investidor se organizar na procura por renda passiva.

A “data com” indica qual é o último dia que o acionista tem para entrar em uma ação e receber os proventos (dividendos ou JCP) anunciados. Se o acionista compra e mantém os papéis em carteira até a “data com”, receberá os valores na data combinada. Se o acionista vende as ações antes da “data com” ou compra os papéis depois dela, não fará jus aos proventos anunciados na ocasião.

Já a “data ex” representa o momento em que o acionista deixa de ter direito aos proventos. Nesta data, o preço das ações sofre um reajuste descontando o valor dos proventos. Isso ocorre porque o dinheiro distribuído na forma de dividendos ou JCP sai do caixa da empresa.

Um erro que muitos investidores cometem e deve ser evitado é comprar uma ação que vai pagar dividendo em uma determinada “data com” e vendê-la na “data ex”, acreditando estar ganhando os dividendos de graça – na verdade, estão saindo no zero a zero. Saiba mais neste guia!

Confira abaixo a lista completa de “data com” de dezembro:

Terça-feira (6)

Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3)

Carrefour (CRFB3)

Mills (MILS3)

Unicasa (UCAS3)

Whirlpool (WHRL3; WHRL4)

Quarta-feira (7)

Raia Drogasil (RADL3)

Raízen (RAIZ4)

Quinta-feira (8)

Ferbasa (FESA3); (FESA4)

Ferbasa (FESA3); (FESA4)

Itaúsa (ITSA3); (ITSA4)

Parcela 1

Itaúsa (ITSA3); (ITSA4)

Parcela 2

Itaú (ITUB3); (ITUB4)

Sexta-feira (9)

Cambuci (CAMB3)

Segunda-feira (12)

Banco do Brasil (BBAS3)

Metisa (MTSA3; MTSA4)

Vale (VALE3)

Quarta-feira (14)

Banrisul (BRSR3;BRSR5;BRSR6)

Dexco (DXCO3)

 Priner (PRNR3)

 

Quinta-feira (15)

M.Dias Branco (MDIA3)

Sexta-feira (16)

Suzano (SUZB3)

Direcional (DIRR3)

Vittia Fertilizantes (VITT3)

Vittia Fertilizantes (VITT3)

Sexta-feira (30)

Banco Banestes (BEES3BEES4)

Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.