Dá para viver de renda com R$ 2 milhões? Simule retornos do conservador ao arrojado

A depender da classe de ativos escolhida, o montante pode alcançar até R$ 20 mil mensais de retornos – desde que o investidor esteja disposto a lidar com a volatilidade

Lucas Gabriel Marins

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Seja você alguém que conseguiu poupar R$ 2 milhões ao longo de anos ou alguém que recebeu esse valor como herança, o desafio de viver de renda exige mais do que apenas ter o montante na conta.

Para garantir que esse patrimônio se transforme em uma fonte estável de recursos ao longo da vida, é fundamental planejar bem como esse valor será investido e gerenciado – e, é claro, qual retorno mensal seria suficiente para pagar as contas do mês.

O valor muda conforme o estilo de vida de cada um, mas é possível ter uma estimativa, a depender do perfil de risco da carteira.

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Confira, a seguir, quanto R$ 2 milhões renderiam a ponto de proporcionar ao investidor viver de renda, segundo cálculos do planejador financeiro Marlon Glaciano, considerando três perfis de carteira: conservadora, moderada e agressiva.

Carteira conservadora

Para um perfil mais conservador, o ideal é optar apenas por títulos de renda fixa. O objetivo da estratégia, segundo o especialista, é se proteger contra inflação, garantindo poder de compra, liquidez e segurança.

Essa carteira oferece rentabilidade real de 5% ao ano, e o rendimento bruto seria de R$ 8.333 por mês, disse Glaciano. “Após imposto e reinvestimento parcial, pode-se retirar cerca de R$ 7.500 a R$ 8 mil mensais“.

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O valor recebido, ainda segundo o especialista, é vitalício, mas desde que o montante principal seja preservado. “A cada semestre, parte dos juros pode ser reinvestido para manter a correção pela inflação”.

Veja carteira conservadora para viver de renda com R$ 2 milhões:

TítuloComposição da carteira
Tesouro IPCA+ com juros semestrais*60%
CDBs atrelados ao CDI*30%
LCIs/LCAs**10%
*Imposto de 15% sobre o rendimento em títulos após dois anos de aplicação
**Isentos de imposto de renda

Carteira moderada

No caso do investidor moderado, além de títulos de renda fixa, a sugestão é optar também por fundos imobiliários (FIIs) e ações de dividendos. A renda mensal seria maior – de R$ 13 mil e R$ 14 mil mensais líquidos, ou 7% e 8% ao ano -, mas o risco também aumentaria, já que FIIs e ações são ativos de renda variável.

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Além disso, a pessoa receberia esse valor mensal por 25 a 30 anos, com ajustes anuais para rebalanceamento.

Veja carteira moderada para viver de renda com R$ 2 milhões:

TítuloComposição da carteira
Renda fixa (Tesouro IPCA+ e CDBs)*50%
FIIs**30%
Ações de dividendos***10%
*Valor do imposto é baseado na tabela regressiva do IR, que vai de 15% a 22,5%, conforme o prazo
**Têm isenção de IR sobre dividendos
*** IR de 15%

Carteira arriscada

Para perfis mais arriscados, a carteira dá mais espaço para ações de crescimento e dividendos, que buscam valorização no longo prazo, e fundos imobiliários para proteção em cenários com muita volatilidade.

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O portfólio, segundo o especialista, ofereceria uma rentabilidade média entre 9% e 12% ao ano, com renda mensal variando R$ 16 mil a R$ 20 mil. No entanto, essa projeção está sujeita à volatilidade do mercado, falou.

“A sustentabilidade dessa carteira vai depender da performance dos ativos e da capacidade de ajustá-la durante períodos de alta e baixa. A longevidade é possível, mas exige disciplina e gerenciamento ativo”.

Veja carteira arriscada para viver de renda com R$ 2 milhões:

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TítuloComposição da carteira
Ações de crescimento e dividendos*40%
FIIs*30%
Renda fixa curta (Tesouro Selic e debêntures incentivadas)**30%
*Imposto de 15% sobre o ganho de capital de ações e FIIs
**Valor do imposto é baseado na tabela regressiva do IR, que vai de 15% a 22,5%, conforme o prazo. No caso das debêntures incentivadas, elas são isentas de IR,

Como planejar retiradas para não esgotar o patrimônio ao longo do tempo?

De acordo com o especialista, é recomendado seguir a regra dos 4%. Em resumo, esse método sugere que o investidor retire 4% do montante total ao ano, ajustado pela inflação, para garantir a sustentabilidade. Uma estratégia mais conservadora, falou, envolve reinvestir parte dos rendimentos para manter o valor principal corrigido ao longo do tempo.