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Caros(as) leitores(as),
A série de filmes “MIB: homens de preto” marcou uma geração. A primeira obra foi publicada em 1997, ano que o autor que vos escreve nasceu.
A sequência ganhou mais três longas-metragens. Além disso, é tema para parques de diversões nos EUA e alimenta a imaginação dos seus fãs até hoje.
Não posso afirmar que todos vocês assistiram esse clássico. Dito isso, existe um dispositivo futurístico icônico nessa história: o neuralizador. Ele tinha a função de deletar a memória de quem ficasse exposto ao flash que era disparado, com o intuito de proteger os segredos intergalácticos da sociedade.
Lembro de ter essa belezinha na minha lista de desejos de infância. Claro que apenas réplicas sem essa aplicação real existem, ou seja, eu jamais pude realizar essa vontade.
Porém, eu confesso pensar que sua existência seja possível de algum modo. Os mercados e o comportamento de seus participantes me passam essa sensação.
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No mês de novembro, a bolsa brasileira, representada pelo índice Bovespa, viveu uma alta expressiva. Um resultado positivo de mais de 12%, foi o melhor mês em três anos.
Esse movimento ganha maior relevância quando colocado no contexto em que vivemos. Entre altos e baixos, amores e ódios, causados principalmente por questões políticas locais, o Ibovespa atingiu sua máxima histórica essa semana de forma contrariada e embaixo de muitas críticas.
Para você que acompanha essa coluna, não houve novidade. No dia 11 do mês passado, eu publiquei um artigo que comentava sobre a suposta última pernada da bolsa esse ano.
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Obviamente que eu não tinha uma bola de cristal, também não posso afirmar que o movimento seja justificado pelo pagamento de dividendos. Um antigo chefe e amigo, Thiago Salomão, sempre me dizia: “a bolsa subiu ou caiu, muitas vezes, pois apenas subiu ou caiu, não existe uma causa, é uma relação pura entre vendedores e compradores, simples assim.”
Quem conhece o humor ácido do “Saloma” sabe que ele não utilizou necessariamente essas palavras, mas como gosto muito dele, prefiro vender o conselho num formato “horário nobre”. Fato é: o bendito “rally” aconteceu.
O que não podemos negar e que pode ser justificativa é: a bolsa brasileira está barata, tecnicamente “leve” e é morada de muitas oportunidades de investimento. Esse assunto foi abordado inúmeras vezes por aqui.
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A maior parte das pessoas que converso por aí não aproveitou esse movimento. Isso porque tinham 1% ao mês em qualquer CDB, tinham dúvidas sobre o cenário, preferiram o rentismo.
Após o último Copom, a taxa Selic foi “cortada” em 50 pontos base, trouxe o juro basal para 11,75% ao ano. Matematicamente fica claro que essa rentabilidade com baixo risco fica improvável.
O investidor individual brasileiro sente isso como ninguém, correu para olhar a “tela” e viu o Ibovespa romper a barreira dos 130 mil pontos. As conversas mudam, o interesse existe, mas agora “está caro demais”.
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Justamente aqui entra o “neuralizador” dos mercados. Explico:
- Preço nominal é diferente de “valuation”: um ativo fica caro quando seu preço passa do seu valor intrínseco. Para a maior parte dos ativos de qualidade da nossa bolsa, isso não é uma verdade – ainda temos muitos papéis descontados;
- Esqueça o Ibovespa, pense na seleção de ações: o índice vai subir e cair a cada ruído político, mas no longo prazo, o preço de uma ação vai convergir com sua geração de lucro. Acreditar em histórias micro é uma das melhores formas de alocar capital, vai continuar assim nos próximos anos.
Esquecemos desses pontos simples. Os mercados e os barulhos tentam apagar sua memória, estou aqui para tentar mudar isso.
Ter exposição a boas empresas na sua carteira com parcela do seu capital é uma excelente forma de investir sua poupança. Lembre-se disso.