Publicidade
A unidade do Credit Suisse no Brasil está em negociação para vender uma participação que detém na renomada gestora Verde Asset, comandada por Luis Stuhlberger. A informação foi publicada pela agência Bloomberg.
As negociações preveem que a unidade mantenha uma parceria com a Verde, o que incluiria a distribuição dos produtos, segundo confirmação obtida pela agência.
Já a aquisição da participação detida pelo Credit Suisse no Brasil seria feita pela Lumina Capital, que foi fundada pelo ex-presidente do Morgan Stanley no Brasil, Daniel Goldberg.
Continua depois da publicidade
Em nota enviada à reportagem, as três casas confirmaram o acordo, mas afirmaram que nenhuma transação foi concluída ainda. Caso algo ocorra, isso deverá envolver a continuação da sociedade entre o Credit Suisse e a Verde Asset Management, inclusive no que diz respeito à distribuição dos fundos da Verde, detalhou o documento.
No fim de semana, o site Brazil Journal havia publicado uma reportagem em que dizia que a Lumina Capital pretendia adquirir uma participação de cerca de 30% na Verde. Com isso, Stuhlberger permaneceria como acionista majoritário e CEO, além de continuar a se dedicar à gestão do fundo, conforme o site.
O fundo Verde, que é o carro-chefe da casa, entregou retornos acumulados de mais de 2.000% do CDI (taxa de referência da renda fixa) desde que começou em 1997. A casa, com R$ 30 bilhões sob gestão, é mundialmente conhecida pelos bons resultados entregues aos investidores.
Continua depois da publicidade
Crise do Credit Suisse ao redor do globo
Apesar de não possuir relação causal aparente, a informação sobre as negociações com a Lumina Capital e a unidade do banco suíço ocorrem em um momento de extrema fragilidade para a instituição financeira como um todo.
As ações do Credit Suisse Group AG fecharam em queda de mais de 20%, nesta quarta-feira (15), em uma sessão bastante conturbada e marcada por interrupções nas negociações.
Os ativos do banco suíço caíram abaixo de 2 francos suíços, negociados a 1,697 francos suíços, uma queda de 24,24%; na mínima do dia, as baixas chegaram a superar 30%. O regulador de mercado suspendeu as negociações do papel várias vezes, já que o volume disparou e a ação despencou.
Continua depois da publicidade
O movimento de baixa foi impulsionado por comentários do Saudi National Bank, maior investidor da instituição financeira. O investidor saudita afirmou que não poderia fornecer mais assistência financeira ao banco suíço, segundo informações da Reuters.
“Não podemos porque iríamos acima de 10%. É uma questão regulatória”, disse o presidente do Saudi National Bank, Ammar Al Khudairy, à agência.
Continua depois da publicidade
O presidente do Conselho de Administração do Credit Suisse, Axel Lehmann, disse que a ênfase em reduzir o risco do balanço está em andamento. Questionado se descartaria algum tipo de ajuda governamental no futuro, Lehmann respondeu: “Não é esse o assunto”, disse. “Somos regulamentados, temos fortes índices de capital, balanço muito forte. Estamos todos de mãos dadas. Portanto, esse não é o assunto”. A fala do residente do banco ocorreu em um de painel da rede CNBC, em Riad, na manhã desta quarta-feira.