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A Yara Brasil, empresa que atua no segmento de fertilizantes, não recebeu a totalidade de uma dívida que serve de lastro para certificados de recebíveis do agronegócio (CRA) emitidos pela companhia.
O calote, de aproximadamente R$ 84 milhões, foi confirmado em comunicado divulgado pela Ecoagro, securitizadora que estruturou o ativo.
“Nove das 26 empresas emitentes das notas promissórias que lastreiam os CRA não realizaram o pagamento do seu respectivo título na data de vencimento do programa, o que gerou um inadimplemento de R$ 83,904 milhões”, diz o documento. “Em razão do inadimplemento, a secutizadora informa que não foi possível realizar o pagamento integral [aos investidores] do valor de resgate dos CRA”, complementa o texto.
Os CRAs são títulos de renda fixa que têm como lastro empréstimos relacionados à produção, à comercialização, ao beneficiamento ou à industrialização de produtos, insumos ou máquinas do agronegócio.
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A Ecoagro diz que vem tomando todas as medidas com o objetivo de regularizar integralmente o saldo devedor dos CRA e com a maior brevidade possível.
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Entre as ações, acrescenta a empresa, está a notificação da fiadora da operação para a realização do pagamento do saldo devedor dos CRAs até esta terça-feira (25).
A securitizadora também informa que cinco das empresas que não realizaram o pagamento já manifestaram interesse em regularizar os respectivos débitos – que somam R$ 45,3 milhões.
As outras cinco companhias em dívida com os CRAs – em um montante de R$ 38,5 milhões – continuam em processo de negociação e cobrança, complementa a Ecoagro.
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O que diz a Yara?
Em nota, a Yara Brasil Fertilizantes negou a existência de um calote e preferiu tratar o tema como “um atraso justificado por fatores de mercado”. A empresa diz ainda estar cumprindo todas as responsabilidades em relação ao caso.
Confia a íntegra do comunicado
“O Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) é uma operação que realizamos com sucesso desde 2020 em benefício do produtor rural brasileiro. A modalidade segue a mesma estrutura, com práticas comuns ao mercado, em que a exposição dos cotistas é proporcional ao retorno financeiro, dinâmica pré-acordada com os investidores.
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A Yara entende o atual cenário como um atraso justificado por fatores de mercado, não como um inadimplemento, e está cumprindo com todas as suas responsabilidades de fiadora e exigências da securitização, certa de que essa situação se resolverá no curto prazo.
A Yara esclarece ainda que tanto a empresa como os demais parceiros responsáveis pela estruturação e emissão do CRA em nenhum momento mencionaram os envolvidos na operação, dada a confidencialidade habitual destes contratos”.