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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga esquemas de pirâmides financeiras que usam criptomoedas como isca para atrair vítimas aprovou 38 requerimentos de convocações na terça-feira (27).
Entre os chamados estão Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó do Bitcoin“, preso em agosto de 2021, e sua esposa, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, foragida desde 2021. Eles são acusados de cometer crimes financeiros por meio da GAS Consultoria, um esquema fraudulento que movimentou ilegalmente US$ 38 bilhões.
“O suspeito (Santos) é acusado de cometer crimes contra o sistema financeiro junto com outras 16 pessoas, e a Polícia Civil do Rio de Janeiro também investiga seu envolvimento como mandante de um homicídio”, disse o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), presidente da CPI.
Também foram convocados os responsáveis por outros golpes com cripto, como o casal Antônio Ais Neto e Fabrícia Ais, da Braiscompany; Rodrigo Marques dos Santos, da Atlas Quantum; e Nivaldo Gonzaga dos Santos, da Genbit (antiga Zero10 Club).
Exchanges
A CPI também aprovou a convocação de representantes de exchanges, como Binance, Mercado Bitcoin, Foxbit, NovaDAX e Nox, bem como especialistas do setor, para prestar esclarecimentos sobre o mercado brasileiro de criptomoedas.
Em nota, o Mercado Bitcoin disse que a “empresa e seus executivos estão à disposição para contribuir com a instrução aos parlamentares sobre o funcionamento da criptoeconomia, da tecnologia e suas aplicações, de forma que todo o ecossistema cripto possa avançar e se desenvolver.”
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Especialmente sobre a Binance, os parlamentares querem que a corretora cripto explique a relação com sua representante no Brasil, a B Fintech Serviços de Tecnologia, e sobre possíveis parcerias com esquemas fraudulentos, como a Braiscompany.
“Não bastassem os problemas associados à regulação e à oferta de produtos indevidos, soma-se a possível parceria a empresas brasileiras que oferecem serviços financeiros que correspondem, ipsis litteris, ao escopo do que a ementa do requerimento de criação desta CPI se propõe a investigar”, escreveu o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que assinou o requerimento de convocação da Binance.
Em nota, a Binance disse que “esperamos que todas as exchanges e instituições financeiras convidadas contribuam com a CPI e que a comissão seja uma oportunidade para disseminar as melhores práticas da Binance para outros players do setor, especialmente exchanges menores, alvos preferenciais de fraudes e golpes, para que juntos possamos construir um ecossistema cripto seguro que proteja os usuários no Brasil”.
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As datas dos depoimentos ainda não foram marcadas. De acordo com a CPI, no entanto, é possível que as oitivas comecem já na próxima terça-feira (4).
A CPI foi instalada na Câmara dos Deputados no início deste mês. Os parlamentares vão investigar 11 empresas que teriam realizado operações fraudulentas com uso de criptoativos.