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Com a decisão do Federal Reserve de cortar os juros básicos nos Estados Unidos, investir na maior economia do mundo ganha novos desafios. Os investidores se perguntam se a renda fixa ainda vale a pena, ou se as ações não estão muito caras. Mas especialistas entrevistados pelo InfoMoney defendem que este é um bom momento para a internacionalização da carteira
Os ativos americanos já estiveram mais atrativos, admitem os analistas, mas o câmbio pode pesar na decisão de investir lá fora. A soma da queda dos Fed Funds com a provável alta da Selic cria uma tendência de valorização do real ante o dólar, o que deixa os investimentos nos EUA mais baratos e ajuda os investidores locais a se posicionarem defensivamente. “Uma baixa do câmbio é benéfica para o investidor realizar seus aportes” lá fora, resume Guilherme Morais, analista da VG Research.
Renda fixa
Os títulos de dívida emitidos pelo Tesouro dos EUA e empresas perdem parte do apelo na remuneração, mas não se deve olhar apenas para a rentabilidade, defende Morais: “é sempre importante pensar na rentabilidade associada ao risco do investimento”, diz, argumentando que a diversificação geográfica ainda é muito importante para compor um portfólio rentável e seguro.
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A segurança do mercado americano é um dos fatores que devem ser considerados ao investir lá fora. Por isto, Mário Nevares, sócio responsável por investimentos internacionais na G5 Partners, afirma que “ainda vale a pena investir na renda fixa, mesmo que os juros caiam até um ponto percentual até o fim do ciclo, ainda estarão em níveis atraentes para alocação”.
Nevares destaca os papéis com vencimento entre quatro e cinco anos como boas oportunidades: “já têm duration para capturar retorno, não precisa ir para prazos muito longos porque, assim, vai adicionando risco e se aproximando do risco de Bolsa”.
Renda variável
E por falar em Bolsa, o mercado acionário dos Estados Unidos ainda é visto como uma boa oportunidade, mesmo com o corte de juros já precificado, segundo os especialistas. A avaliação é de que os papéis estão com múltiplos muito altos, mas ainda há otimismo com o que as empresas podem entregar no longo prazo.
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No curto prazo, alguns setores ainda podem ter um rali técnico que o investidor tem a chance de aproveitar. Gerson Brilhante, analista da Levante Inside Corp, destaca as empresas do setor imobiliário como “mais atrativas” com o ciclo de queda de juros, “já que os financiamentos de hipotecas se tornam mais acessíveis, impulsionando a compra de imóveis e valor das ações”.
Os REITs (Real Estate Investment Trusts), conhecidos por aqui como primos dos Fundos Imobiliários, também estão nas recomendações de Morais, da VG Research, e Brilhante, que coloca o setor de varejo como melhor oportunidade no momento. Para ele, o Realty Income, o maior do setor, é uma das melhores opções agora.