Publicidade
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deverá anunciar na quarta-feira (8) mais um corte na Selic, e o mercado aposta em redução de 0,25 ponto percentual, ante 0,50 ponto das últimas reuniões. Mas o que deverá estar mesmo na lupa dos investidores deverá ser a maneira como os diretores do BC irão votar: segundo a XP, a depender de uma possível falta de consenso, a renda fixa de curto prazo poderá ser afetada de maneiras diferentes.
Segundo a XP, se os votos se dividirem entre 0,50 e 0,25 ponto percentual de corte, que é o cenário projetado pela casa, o mercado poderá interpretar o episódio como sinal de ruído na condução da política monetária, o que seria traduzido em uma “leve alta” nos juros de curto prazo.
Se isso se confirmar, a alta de juros futuros deverá penalizar novamente títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação que já estão nas carteiras dos investidores, e que precificavam taxas futuras menores. Na prática, os papéis tenderiam a perder valor no mercado secundário, dificultando a vida do investidor que pretendia se desfazer da posição antes do vencimento.
Continua depois da publicidade
Essa situação, considerada atípica para o atual ciclo de corte de juros, já vem afetando a rentabilidade de títulos prefixados e atrelados à inflação há meses: quem comprou esses papéis quando o BC começou a reduzir a Selic, em agosto, deverá ser obrigado a levar o investimento até o vencimento para não perder dinheiro.
Esse cenário jogaria um banho de água fria no investidor que se animou com um novo dado compilado pelo Itaú BBA, que mostrou alívio na situação dos títulos de inflação diante de queda das taxas na semana passada.
Continua depois da publicidade
Mas não tudo pode estar perdido: a XP considera também um cenário mais benigno caso o Copom sinalize intenção de continuidade de cortes. Nesse caso, diz a casa, é possível que a curva de juros apresente queda no curto prazo, situação em que papéis curtos poderiam apresentar valorização.
Em relação à alocação, analistas da XP avaliam que, diante da expectativa de taxas de juros mais altas por mais tempo, mesmo com a continuidade do ciclo de cortes, a visão segue “construtiva” para a renda fixa, com preferência para os títulos atrelados à inflação (IPCA+), que “têm oferecido retornos elevados de juro real”.
Levando em conta o cenário externo menos favorável e um “risco fiscal doméstico ascendente”, a XP passou de uma projeção de mais três cortes de 0,50 ponto percentual e um último de 0,25 ponto, levando a Selic para 9% ao ano, para uma que considera três reduções seguidas de 0,25 ponto, e manutenção dos juros em 10% até o final de 2025.
Inscreva-se no minicurso de Day Trade gratuito que ensina a operar menos de 30 minutos por dia