Conheça a metodologia do ranking de melhores fundos

Saiba como foi feita a pesquisa de 2020 que premiou os fundos de destaque da década e dos últimos três anos

Equipe InfoMoney

SÃO PAULO – O ranking InfoMoney-Ibmec de melhores fundos tem o objetivo de premiar os gestores mais consistentes do setor de fundos de investimento.

A iniciativa partiu da ideia de que os rankings existentes atualmente favorecem aqueles fundos que tiveram uma janela extremamente positiva em um curto período (de até um ano), mas não consideram a capacidade de os gestores gerarem retorno no longo prazo (no mínimo, três anos).

Isso pode fazer o investidor tomar uma decisão equivocada, levando-o a pensar que deveria trocar periodicamente de fundo para obter a melhor performance.

Sabe-se que, na prática, o investidor que adere a um fundo de investimento deseja comodidade e performance frente ao risco assumido.

Categorias

Para a segunda edição do ranking InfoMoney-Ibmec de melhores fundos, foram consideradas quatro classes de fundos:

Tais classes de fundos foram destaque importante no setor nos últimos anos. No atual cenário de juros baixos, há uma tendência maior de exposição ao risco por parte dos investidores.

Reflexo disso é o fato de os fundos multimercado e de ações terem uma captação líquida superior a R$ 150 bilhões em 2019 – um aumento de 22,4% em relação a 2018.

Além disso, os fundos de crédito privado continuam sendo importantes dentro da categoria renda fixa.
Por fim, os fundos imobiliários se sobressaíram dentre os considerados “alternativos”, tendo o número de investidores pessoa física que investem nessa classe mais que dobrado no período.

Metodologia

Filtros: Para evitar que fundos não distribuídos ao investidor comum ou com acesso muito restrito fossem considerados na amostra, foram aplicados alguns filtros no universo de mais de 18 mil fundos registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Além disso, fundos com patrimônio muito reduzido foram desconsiderados, dado que, em alguns casos, eles podem ter retornos favorecidos por executar operações irreplicáveis para veículos com patrimônio mais elevado.

Seguem abaixo os filtros utilizados em cada uma das categorias do prêmio:

Para todas as categorias de fundos ICVM 555 (renda fixa, multimercado e ações):

Fundos de renda fixa crédito privado:

Fundos multimercado:

Fundos de ações:

Fundos imobiliários:

Ranking de fundos de renda fixa, ações e multimercado

Razões adicionais para o prazo de 36 meses: a maioria dos fundos deveria ser tratada como investimento de longo prazo.

Um estudo elaborado pela XP Investimentos com o principal índice de fundos multimercados da indústria, o IHFA (Índice de Hedge Funds), da Anbima, analisando mensalmente as janelas de 12 meses desde o início da série, em 2008, até o ano em que foi criado esse ranking (2018), mostra que, em 72,58% das vezes, o índice supera o CDI.

Entretanto, quando analisamos janelas de 36 meses, notamos que esse indicador sobe para 98,99% das vezes. Portanto, considerou-se que 36 meses deve ser a janela ideal para a análise de um fundo de investimento para premiação justa dos gestores.

Como métricas quantitativas utilizadas na obtenção do ranking, foram considerados (i) Índice de Sharpe e (ii) retorno absoluto – cada uma tendo metade do peso na nota final.

No caso dos fundos de renda fixa crédito privado, por possuir volatilidade extremamente reduzida, proporcionam um Índice de Sharpe significativamente maior e sem sentido comparativo.

Dessa forma, a metodologia do estudo limitou a volatilidade dos fundos dessa categoria e adotou o retorno simples para efeito de comparação.

Sharpe: o Índice de Sharpe, criado por William Sharpe (Nobel de Economia em 1990), é um indicador que permite avaliar a relação entre o retorno e o risco de um investimento. Ele mede qual é a relação entre o retorno excedente ao ativo livre de risco e a volatilidade. Para o ativo livre de risco, é considerado o CDI.

Em teoria, quanto maior o Índice de Sharpe, melhor a performance do fundo frente a seu risco. Por outro lado, assim como qualquer parâmetro quantitativo, o Índice de Sharpe não deveria ser interpretado isoladamente para a avaliação de um fundo.

Fatores de preferência/satisfação do investidor, tais como grau de aversão ao risco e retorno esperado, entre outros, devem ser considerados para a tomada de decisão da aplicação.

O fato de a premiação ser segregada por diferentes classes – cada qual correspondendo a determinado nível de risco – embute de certa forma os fatores mencionados anteriormente, auxiliando o investidor na tomada de decisão.

Construção do ranking de 3 anos:

O período de análise considerado é de três anos.

Divide-se o período em janelas semestrais dado que, na maioria dos casos, o “ciclo natural” de uma gestora de recursos ocorre semestralmente, principalmente com a cobrança da taxa de performance e pagamento dos bônus da equipe.

Para cada janela semestral, é calculada uma métrica quantitativa, que possui um peso maior nas janelas mais recentes, conforme percentuais arbitrados na tabela abaixo:

O critério da definição dos pesos de cada semestre considera que as janelas mais recentes refletem melhor a qualificação atual do fundo, portanto possuem um peso maior.

Dado que o prêmio possui periodicidade anual, os dois semestres mais recentes possuem pesos iguais, porém os pesos decaem 5% para cada um dos semestres anteriores.

Assim, o ano mais recente representa 50% da pontuação final, mas as janelas restantes também são relevantes, de forma que o gestor vencedor deve mostrar consistência de resultado.

A métrica quantitativa leva em conta dois parâmetros: (i) Índice de Sharpe e (ii) Retorno, exceto para os fundos de renda fixa, para os quais é calculado apenas o retorno, conforme tabela abaixo:

Categoria Retorno Índice de Sharpe
Renda fixa crédito privado 100% 0%
Multimercado 50% 50%
Ações 50% 50%

Tabela 2: Peso dos atributos por classe de ativo.

Para cada semestre, a contribuição de cada parâmetro é calculada pela seguinte fórmula. Por exemplo, para o retorno:

O mesmo cálculo é realizado para o Índice de Sharpe, para em seguida serem aplicados os pesos e obtida a pontuação do fundo no semestre.

Por fim, as pontuações do fundo em cada semestre são somadas, aplicando-se os respectivos pesos de cada semestre.

Vale ressaltar que fundos com menos de 36 meses também são considerados no ranking. Entretanto, nos semestres em que não há rentabilidade durante o período completo, esses fundos apresentam pontuação nula (igual a zero).

Dessa forma, permitimos que fundos mais novos sejam elegíveis ao prêmio, mas, por não conseguirmos avaliar sua consistência por meio da análise de um período mais longo, eles são desfavorecidos.

Ranking “Os Melhores da década”

Foram analisadas apenas as classes multimercado e ações, aplicando-se os mesmos filtros utilizados no ranking de três anos;

São excluídos fundos que possuem menos de dez anos de histórico, a partir da data base;

A pontuação final é calculada a partir parâmetros índice de Sharpe e retorno absoluto, considerados no período de dez anos, em janela única. A ponderação dos dois parâmetros é feita da mesma forma que no ranking de três anos.

Ranking de Fundos Imobiliários

Prazo: entende-se que os fundos são investimentos de longo prazo. Entretanto, dado o acelerado crescimento da indústria nos últimos dois anos, principalmente no último semestre de 2019, foi considerada uma janela de apenas 24 meses divididos em trimestres como ideal para a análise de um fundo imobiliário.

Construção do ranking:

A construção do ranking considera os seguintes passos:

Para ajuste do peso de cada semestre, pondera-se a pontuação de cada semestre por um percentual arbitrado, conforme tabela abaixo:

Ano-semestre 2019-04 2019-03 2019-02 2019-01 2018-04 2018-03 2018-02
Ponderação 25% 20% 15% 10% 10% 10% 10%

Tabela 3: peso de cada semestre para o ranking de fundos imobiliários.

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