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As mudanças nas normas que regem as emissões de títulos isentos do agronegócio e do setor imobiliário devem reduzir a competição entre fundos de investimento e papéis que caíram no gosto dos investidores por ter isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e do Imobiliário (CRIs), além de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Imobiliário (LCIs).
A afirmação foi feita por André Jakurski, sócio-fundador da renomada gestora JGP, durante evento em São Paulo, nesta terça-feira (6).
“Você tem os fundos de ações e multimercados ‘sangrando’. Isso foi motivado, em parte, pelo fator papéis isento”, destacou. “Hoje, você tem uma concorrência que agora vai diminuir para esses títulos, que prejudicam dramaticamente o mercado de capitais no Brasil”, completou o executivo.
Jakurski chamou atenção que hoje é possível ter liquidez praticamente diária, rentabilidade e segurança com alguns tipos de investimento que entraram na mira do Governo, como antecipou o InfoMoney, o que deve mudar a partir de agora com a decisão do Conselho Monetário Nacional da última quinta-feira (1).
Na ocasião, o órgão realizou ajustes nas resoluções nº 5.118 e nº 5.119. A primeira muda os lastros permitidos para as emissões de CRAs e CRIs, enquanto a segunda altera não só os lastros que podem ser usados por LCAs, LCIs e LIGs (Letras Imobiliárias Garantidas), mas também seus prazos de vencimento.
Na prática, a decisão do CMN fecha a porta para operações que vinham sendo feitas por empresas de capital aberto, como a Zamp (ZAMP3), controladora do Burger King no Brasil, a Rede D’Or (RDOR3) e a Dasa (DASA3), que não estão diretamente ligadas ao fomento das cadeias do agronegócio ou do setor imobiliário.