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Os papéis do Tesouro Direto são considerados os mais seguros do Brasil, já que, na prática, o investidor está emprestando dinheiro ao governo, um pagador sólido. Mas o aporte em títulos públicos tem seus riscos, especialmente quando se trata do Tesouro Prefixado, que paga uma taxa anual fixada no momento do aporte. Um dos perigos da classe é travar a rentabilidade em um nível superado pelo mercado pouco tempo depois.
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É o que aconteceu com quem comprou os títulos do Tesouro Prefixado no início deste ano de 2024. Eles garantiram retorno entre 9,95% e 10,66% ao ano em fevereiro, quando novos títulos foram disponibilizados, mas viram as taxas abrindo desde então. Hoje, os mesmos papéis pagam de 12,67% a 12,88%.
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Agora, esses investidores têm duas opções: vender os papéis antigos para aportar nos atuais com rentabilidade maior ou aceitar o prêmio menor, que não é de se jogar fora, frisam analistas.
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O que fazer agora?
Primeiro, é preciso entender que o Tesouro Prefixado sofre marcação a mercado e quem vender os papéis antes do vencimento pode perder dinheiro. O título perde valor quando paga menos do que o mercado oferece atualmente. Por isto, alguns investidores têm a carteira no vermelho agora, mas vão garantir o retorno previsto se esperarem pelo vencimento dos títulos.
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Para decidir sobre a venda dos prefixados, os investidores precisam calcular o prejuízo. “Se não houver grande deságio na saída, em geral, vale a troca”, diz Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais. Nos últimos 30 dias, quem investiu no Tesouro Prefixado teve retorno negativo de até 2,46%, dependendo do vencimento escolhido.
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A próxima etapa, segundo Alves, é “calcular quanto tempo levaria para voltar ao mesmo valor do montante aplicado hoje” e se a nova taxa compensa o prejuízo de vender os papéis antes do vencimento. O site do Tesouro Direto permite fazer simulações que ajudam os investidores nesse cálculo.
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Fazer contas é importante ao investir, mas Victor Furtado, head de alocação da W1 Capital, adianta que vender um prefixado para comprar outro que paga mais geralmente não é recomendado. O argumento do especialista é simples: quanto maior a diferença entre as remunerações, maior será o prejuízo ao vender o título que paga menos. Logo, a troca pode servir apenas para deixar o investidor no zero a zero.
Esse movimento pode fazer sentido quando o investidor “entende que o risco de elevação dos juros é grande, aí pode reduzir os prazos e o risco ao comprar pós-fixados e títulos atrelados ao IPCA”, segundo Fabrício Silvestre, economista da Levante.
Como o cenário de curto prazo está recheado de incertezas, os analistas indicam o Tesouro Selic ao investidor que quer se desfazer dos prefixados. A ideia é que se o investidor quer fugir da volatilidade, faz sentido escolher um papel que não sofre marcação a mercado e permite sair antecipadamente sem grandes dificuldades.
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Furtado conclui recomendando a lição de casa de todo investidor: garantir diversificação na carteira. “Um pós-fixado provavelmente conversa melhor com o momento atual, mas acertar o timing na curva de juros é difícil, então é bom ir diversificando e ajustando gradualmente o portfólio”.
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