Compras de Treasuries indicam que Buffett não acredita em possível calote nos EUA, diz especialista

Para Collazo, alocação mostra um senso de segurança de que ele vai receber o dinheiro

Equipe InfoMoney

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As compras de um “caminhão” de títulos do Tesouro americanos (Treasuries) pela Berkshire Hathaway, conglomerado administrado pelo famoso investidor Warren Buffett, chamaram a atenção de alguns agentes financeiros no balanço apresentado no sábado (6).

Em live especial do Stock Pickers para repercutir os principais destaques do evento da Berkshire, um dos apresentadores do programa, Lucas Collazo, destacou que as compras de Treasuries indicam que Buffett não parece “tão preocupado com possível default [calote] do governo dos Estados Unidos”.

“Isso mostra um senso de segurança de que ele vai receber o dinheiro”, disse. “Não estaria fazendo essa alocação se tivesse problema de solvência”, alertou.

Neste domingo (7), a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, disse que, a menos que o Congresso atue rapidamente para elevar o limite de endividamento do país “um caos financeiro e econômico será produzido”.

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“É simplesmente inaceitável que o Congresso ameace com uma calamidade econômica para os lares americanos e o sistema financeiro global como o custo de um aumento do teto da dívida”, disse. As falas de Janet foram feitas ao canal ABC.

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A discussão toda gira em torno do fato de que em 1º de junho os Estados Unidos podem entrar em default (calote) se os legisladores não aumentarem ou removerem o teto da dívida, o que tem gerado embates no Congresso americano.

Os republicanos têm defendido o corte de gastos, enquanto o outro lado alega que a diminuição de verbas representa uma “extorsão”.

O teto da dívida pública dos Estados Unidos atualmente está fixado em US$ 31,381 trilhões e só pode ser elevado com a aprovação de uma legislação do Congresso promulgada pelo presidente.

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Desde janeiro, quando os Estados Unidos atingiram seu limite de endividamento, o Tesouro vem tomando medidas extraordinárias para continuar financiando o governo. Mas, como advertiu Janet semanas antes, tais medidas irão se esgotar em breve. Na prática, se o limite não for elevado, há chance de que o funcionamento do governo fique paralisado.

Embora a discussão seja acalorada, não é a primeira vez que ela ocorre. O limite da dívida já foi elevado dezenas de vezes em governos anteriores, inclusive sob o mandato do ex-presidente republicano Donald Trump.