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Compras de ações chinesas disparam entre fundos globais; entenda movimento

Estímulos anunciados pelo governo chinês mudou a posição de gestores sobre potencial da economia e do mercado

Monique Lima

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Por meses o mercado esperou pelo anúncio do governo chinês sobre estímulos para a economia. Quando veio, desencadeou um rali no mercado de ações que fez o índice Shanghai disparar 20% em menos de 20 dias e levar os corretores à exaustão em um fenômeno que eles afirmaram acontecer “uma vez por século”.  

A raro evento desencadeou um novo otimismo nos investidores de fundos globais em relação às ações chinesas, que até então eram consideradas um caso perdido. Os papéis tiveram a maior compra líquida de fundos de hedge internacionais nos últimos dias, em um dos movimentos mais acentuados já registrados.  

Dados da Bloomberg mostram que o volume de negócios do índice Hang Seng, de Hong Kong, atingiu HK$ 434 bilhões (R$ 306,15 bilhões) nesta quarta-feira (2), um valor que ainda é inferior ao de segunda-feira (30), quando as ações atingiram máximas de vários anos.  

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Com isso, as ações chinesas conseguiram subir para o melhor desempenho global este ano — uma mudança significativa em relação aos últimos anos, em que a China era vista como um desafio para os gestores de portfólio estrangeiros.  

A economia em dificuldades e uma prolongada crise imobiliária eram considerados impeditivos para um crescimento robusto da economia. Entretanto, a enxurrada de estímulos anunciados pelo governo chinês tem como objetivo reanimar o crescimento e evitar uma recessão na segunda maior economia do mundo.  

As medidas anunciadas incluem cortes nas taxas de juros e redução do compulsório dos bancos (quantidade de dinheiro que precisa ser mantida nas instituições). Com isso, o entendimento entre os traders globais mudou: agora o mercado é visto como um potencial ganhador

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O Man Group, maior fundo de hedge de capital aberto do mundo, com US$ 178 bilhões em ativos sob gestão, acredita que o movimento do banco central da China pode ser um divisor de águas. 

“Espera-se que essas reformas políticas estimulem a atividade econômica e melhorem o sentimento dos investidores, tornando a China um destino de investimento atraente mais uma vez”, disse Nick Wilcox, diretor-gerente do Man Group, em nota divulgada pela CNBC

O grande estímulo de Pequim também levou a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, a atualizar as ações chinesas para overweight (acima das expectativas). 

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“Um grande estímulo fiscal está chegando e pode levar os investidores a intervir, já que as ações chinesas estão com um grande desconto em relação às ações dos mercados desenvolvidos”, disseram estrategistas em nota semanal. “Estamos prontos para girar, mas somos cautelosos a longo prazo, dados os desafios estruturais da China.”