Os fundos imobiliários são um importante recurso a se ter em uma carteira de investimentos. Os FIIs, como são conhecidos, permitem ao investidor receber renda de aluguéis sem as burocracias de se comprar e administrar um imóvel, com dores de cabeça com condomínio ou inquilinos.
Há ainda outras vantagens de se investir em um fundo imobiliário. É possível, por exemplo, diversificar seus investimentos, com o dinheiro que se usaria para comprar um apartamento, fracionado em uma lista de fundos com diferentes características, mitigando significativamente seu risco.
Mas e no atual momento, em que vemos uma pressão inflacionária e a alta na taxa de juros, os FIIs continuam sendo uma boa opção? Segundo Maria Fernanda Violatti, especialista em fundos imobiliários da XP Investimentos, a resposta é sim.
“Os últimos dois anos foram anos em que surgiram muitas oportunidades, muitos desses fundos estão sendo negociados a valores inferiores do que o que eles valeriam. Para o investidor orientado a prazos maiores, cinco, sete, dez anos, é uma boa oportunidade. Mas é importante reforçar que você vai ter uma carteira muito mais bem sucedida se for diversificada”, explica.
Entre os FIIs, há dois tipos principais: os fundos de “tijolo”, que são os que possuem diretamente imóveis; e os fundos de recebíveis imobiliários, que são aqueles lastreados em uma dívida imobiliária.
Os fundos de recebíveis são lastreados nos principais índices de mercado, como a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e a taxa básica de juros da economia brasileira. Assim, com a perspectiva de pressão inflacionária e de alta dos juros pelo Banco Central para contê-la, passa a ser ainda mais vantajoso considerar os fundos de recebíveis.
“Dadas as incertezas políticas e econômicas, estamos projetando na XP uma inflação de 5,2%, mas já é possível que terminemos o ano um pouco acima disso, o que levaria o Banco Central a reagir. Por isso, os fundos de recebíveis do tipo CDI+ também são uma boa opção”, diz Violatti.
Entenda a diferença entre fundos de tijolos e fundos de recebíveis
“Os fundos de tijolos são os que têm prédios, têm lojas, têm shoppings, têm agências bancárias. Já os fundos de recebíveis têm dívidas, têm lastros imobiliários. É quase uma renda fixa dentro de um instrumento de renda variável”, explica a especialista da XP Investimentos.
A regra aqui é, mais uma vez, a diversificação dos investimentos — a carteira da XP recomenda a aplicação igualitária nos dois tipos. Nos fundos de tijolos, os cuidados a serem tomados são os de buscar carteiras com bens imóveis mais interessantes comercialmente e mais diversos entre si, enquanto nos fundos de recebíveis é importante analisar os riscos de dívidas com vencimento mais longo.
Em ambos os casos, manter-se informado sobre seus investimentos, buscar assessoria profissional e aplicar em fundos com as melhores equipes de gestão são as regras de ouro desse tipo de investimento.
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