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Como juntar R$ 100 mil rápido? Veja simulação com aplicação em dólar

Com investimento de pouco mais de US$ 1.600 por mês, é possível fazer uma "poupança" em moeda americana

Lucas Gabriel Marins

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Após a divulgação de dados moderados de inflação nos Estados Unidos, o mercado começou a apostar em dois ou três cortes nos juros até dezembro. Mas enquanto as tesouradas não acontecem, ainda é possível encontrar produtos de renda fixa “gringos” que pagam até 7% em dólar ao ano – e até juntar uma grana. Mas quanto é preciso investir para acumular R$ 100 mil na moeda americana?

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A pedido do InfoMoney, a casa de análise independente Levante Inside Corp simulou como guardar US$ 20 mil (cerca de R$ 109 mil) em um ano aplicando apenas em títulos de renda fixa disponíveis na maior economia do mundo. O levantamento levou em consideração títulos públicos, como os famosos Treasuries, e bonds corporativos (crédito privado).

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Com investimento mensal de US$ 1.612 e US$ 1.635 ao longo de 365 dias, os produtos entregariam retornos entre US$ 840 e US$ 1.480 no período, a depender da aplicação escolhida, mostrou o estudo. No geral, os títulos privados têm desempenho melhor na comparação com aqueles emitidos pelo governo, mas são mais arriscados.

“As Treasuries oferecem retornos mais baixos, mas são os ativos com menor risco de crédito do mercado. Já os títulos corporativos têm retornos mais altos, diretamente relacionados ao seu risco de crédito. Quanto mais arriscados, mais alto o retorno”, explicou Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez.

Veja quanto investir em renda fixa americana para juntar pelo menos US$ 20 mil:

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(Fonte: Gerson Brilhante, analista da Levante Inside Corp)

Fazer uma “poupança” em dólar tem vantagens e riscos. Um dos principais benefícios, segundo Leal, é a possibilidade de diversificar o portfólio com uma moeda forte. “Ao introduzir a aplicação em renda fixa dos EUA você reduz seu risco Brasil e fica com uma parte exposta ao risco norte-americano, considerado o mais seguro do mundo”.
Além disso, segundo o especialista, as taxas das Treasuries ainda estão em patamares historicamente altos e entregam bons retornos, ainda mais se considerado o início dos cortes de juros, e a exposição à moeda do país tende a proteger o investidor em momentos de depreciação do real.

Olho no câmbio

No entanto, ao mesmo tempo que a questão cambial pode gerar vantagens, ela também pode ser um tiro no pé, segundo Victor Furtado, head de alocação na W1 Capital. “Se a gente faz o câmbio e investe em renda fixa americana e o dólar se desvaloriza em patamares superiores à rentabilidade que a gente teria, para o investidor brasileiro acaba sendo ruim”.

Ao longo do primeiro semestre, o câmbio jogou a favor do investidor brasileiro que aplicou lá fora. Segundo cálculos de Guilherme Morais, analista da VG Research, ETFs de renda fixa americanos entregaram até 13% de retorno no período, boa parte advindo da valorização do dólar frente ao real.

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O dólar se mantém volátil. No mês passado, o dólar chegou a bater R$ 5,65 em meio a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A cotação da moeda americana caiu desde então, mas voltou a operar em alta nesta quarta-feira (17) após novas declarações do presidente.

Outros riscos

Furtado falou ainda que o investidor em renda fixa americana também está exposto ao risco de o devedor não cumprir com suas obrigações de pagamento, especialmente nos bonds emitidos por companhias. “Existe risco de crédito individual da empresa, pois se ocorrer algum problema com ela, a gente provavelmente não vai obter esse pagamento”, falou.

No caso dos títulos emitidos por governo, disse, também há risco, porém bem menor. O investidor só não vai conseguir resgatar os valores caso o governo americano tenha algum problema, o que é difícil, levando em consideração a situação do país, disse o especialista.

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Impostos

Brasileiros que investem em renda fixa americana precisam recolher o imposto de renda no Brasil. A alíquota sobre o ganho de capital no exterior é de 15%. “Cabe ressaltar que o ganho de capital para fins de tributação no Brasil é apurado em reais. Ou seja, se o investidor tiver ‘prejuízo’ em dólares, porém lucro em reais, será tributado”, disse Leal.