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A política de dividendos da Vale (VALE3) é vista como saudável pelos analistas que acompanham a empresa. No entanto, eles estavam um pouco pessimistas com a distribuição futura de proventos, principalmente por causa da queda do preço do minério de ferro, que atingiu a mínima em quase dois anos, em setembro.
Mas um leve otimismo tomou conta do mercado nos últimos dias porque a commodity reagiu e atingiu a máxima de três meses no início desta semana, impulsionada pelo recente estímulo imobiliário da China, maior consumidor do mineral, e por uma série de políticas de flexibilização monetária anunciadas pelo país.
“Há vários meses, estamos pessimistas em relação à tese de Vale, principalmente devido à deterioração do ambiente macro e a vários fatores de incerteza (por exemplo, incertezas em relação às provisões). Entretanto, devemos admitir que as recentes medidas de estímulo anunciadas na China superaram nossas expectativas, desencadeando um significativo short squeeze no mercado”, disse Bruno Lima, analista do BTG Pactual.
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Os estrategistas pessoa física do Santander, Ricardo Peretti e Alice Corrêa, também disseram ter visão construtiva sobre commodity a médio prazo, com os preços do minério de ferro acima de US$ 100/t por mais tempo, o que pode impactar os proventos.
“Ressaltamos que a Vale é a nossa top pick do setor de siderurgia & mineração, diante da nossa preferência por minério de ferro vs. aço. Além disso, vemos a Vale negociando a um valuation atraente (EV/EBITDA 2025E de 3,7x, rendimento de FCL de 14% e dividend yield de 10,5%), um desconto de 29% em relação aos pares globais”, disseram.
Lucas Laghi, head de mineração e siderurgia, papel e celulose e bens de capital da XP, disse que a corretora elevou a recomendação de “neutro” para “compra” da Vale por causa da expectativa com o preço do minério de ferro, um dividend yield 11% e o excessivo desconto das ações da companhia em relação aos preços das commodities.
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“Assumindo a média de ~US$ 120/t para os preços do minério de ferro neste ano, vemos a Vale sendo negociada com um dividend yield atraente de ~11% em 2024E, com espaço no balanço mesmo depois de considerar uma provisão extra da Samarco“, escreveu em relatório.
BTG Pactual, Santander e XP colocaram a mineradora multinacional brasileira nas carteiras de ações de dividendos, assim como a Ágora Investimentos.
Veja o dividend projetado para a Vale até o final 2024:
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Corretora | Dividend yield projetado para Vale em 2024 |
XP | 11% |
Santander | 10,5% |
Ágora Investimentos | 8,8% |
BTG Pactual | 7,8% |
Resultado operacional
O desempenho operacional da Vale continua sendo uma preocupação fundamental para os investidores, mas a expectativa é que a a companhia mantenha a redução de custos. A atualização de novas estimativas de produção de minério de ferro para o ano, divulgada no início do mês passado, foi vista como positiva.
A Vale elevou para 323-330 milhões de toneladas sua previsão de produção de minério de ferro para 2024, ante faixa de 310-320 milhões de toneladas anteriormente. A mineradora também estimou uma produção de 153 mil a 168 mil toneladas de níquel neste ano, contra 160-175 mil previstos anteriormente.
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O anúncio do novo CEO também agradou parte do mercado. “A visão para a Vale melhorou nas últimas semanas, após o anúncio do CEO antes do esperado e a maior confiabilidade dos ativos mostrada durante o roadshow com investidores. Também saudamos a revisão para cima na orientação de produção de minério de ferro da empresa para 2024”, disse José Francisco Cataldo Ferreira, superintendente de research da Ágora Investimentos.
O imbróglio jurídico envolvendo o desastre da barragem em Mariana também era visto como problema capaz de afetar os proventos. O BTG Pactual chegou a dizer em relatório recente que a Vale estava adotando uma abordagem cautelosa em relação aos dividendos extraordinários por causa disso. No entanto, diz a corretora agora, o desfecho do caso está progredindo bem, com um acordo previsto para ser concluído em outubro.