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Os investidores que acompanham o mercado financeiro – ainda que de longe – sabem que a renda fixa vem entregando rentabilidade generosa com a Selic acima dos 10% há quase três anos. Agora, com a taxa básica de juros em trajetória de alta novamente, os brasileiros aproveitam para turbinar as carteiras, mas há atalhos que encurtam o caminho para multiplicar o patrimônio.
Transformar R$ 10 mil em R$ 20 mil investindo em renda fixa pode levar longos 10 anos e meio ou “apenas” cinco anos, dependendo do instrumento escolhido. É o que mostra uma simulação feita pela Ouro Preto Investimentos a pedido do InfoMoney.
O cálculo deixa claro que os retornos mais altos vêm nos ativos mais arriscados. Uma debênture do Magazine Luiza (MGLU3) com uma taxa marcada em CDI + 3,3% dobraria o patrimônio do investidor em cinco anos e dois meses.
Já o Tesouro Prefixado, considerado arriscado por travar a remuneração por muito tempo, precisaria de cinco anos e sete meses para multiplicar por dois o montante investido. A simulação mostra o papel com vencimento em 2027, que venceria antes de conseguir o feito, mas exemplifica o que um prefixado público com taxa de 13,18% poderia fazer pela carteira dos investidores.
Confira os prazos para transformar R$ 10 mil em R$ 20 mil em ativos de renda fixa:
Ativo | Taxa anual | Prazo |
Poupança | 6,80% | 10 anos e 6 meses |
LCI/LCA 80% do CDI | 8,92% | 8 anos e 1 mês |
LCI/LCA 90% CDI | 10,04% | 7 anos e 3 meses |
CRA da Tereos Brasil (IPCA+ 5,42%) | 10,18% | 7 anos e 2 meses |
LCI/LCA 95% do CDI | 10,59% | 6 anos e 11 meses |
CDB 100% do CDI | 11,15% | 6 anos e 7 meses |
Tesouro Selic 2027 | 11,30% | 6 anos e 6 meses |
Debênture da CSN (IPCA + 6,60%) | 11,36% | 6 anos e 5 meses |
Tesouro IPCA+ 2029 | 11,55% | 6 anos e 4 meses |
CDB 110% do CDI | 12,27% | 6 anos |
Tesouro Prefixado 2031 | 12,90% | 5 anos e 9 meses |
CRI da Bacio di Late (CDI + 1,75%) | 12,90% | 5 anos e 9 meses |
Tesouro Prefixado 2027 | 13,18% | 5 anos e 7 meses |
Debênture do Magazine Luiza (CDI + 3,30%) | 14,45% | 5 anos e 2 meses |
O cálculo considera um aporte único de R$ 10 mil feito em 11 de novembro, mas o prazo para dobrar aplicações de R$ 50 mil ou R$ 1 milhão seria o mesmo. Nos títulos atrelados a alguma taxa, foram considerados os valores atuais, com a Selic a 11,25% ao ano, CDI a 11,15% e IPCA em 4,76%, mas é importante que o investidor entenda que essas taxas não são constantes e podem mudar a cada 45 dias – nos casos de Selic e CDI – ou mensalmente – como acontece com o índice de inflação.
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Apesar de ter risco soberano, o Tesouro Prefixado não é a primeira opção de especialistas que acompanham os títulos públicos. Tesouro Selic e Tesouro IPCA+ vêm sendo mais recomendados por trazerem mais segurança aos investidores em um momento recheado de incertezas. Para Camilla Dolle, head de renda fixa da XP, os prefixados “são os que mais devem oscilar” no médio prazo, o que acrescenta uma volatilidade indesejada para muitos investidores.
Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos e responsável pelos cálculos, diz que “os prazos são incríveis” e lembra que os papéis analisados “possuem altíssimo nível de segurança, com alguns contanto, inclusive, com a cobertura do FGC”.
Ainda que alguns ativos dobrem as aplicações mais rapidamente, Lima pondera que é importante diversificar os investimentos, montando uma carteira com emissores, indexadores e rentabilidades distintas. Ele diz que “não existe almoço grátis na renda fixa” e é preciso cautela quando um emissor oferece taxas mais altas do que as praticadas pelo mercado.
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Em maio, o analista já havia calculado o tempo necessário para transformar R$ 10 mil em R$ 20 mil em diversas aplicações. A comparação com a conta mais recente mostra como a renda fixa vem se tornando mais atrativa com a abertura da curva de juros.
Em maio, quando os juros básicos eram de 10,50% ao ano, o prazo para dobrar o patrimônio no Tesouro Selic era de seis anos e nove meses. Agora, com os juros em 11,25%, o tempo cai para seis anos e quatro meses. No Tesouro Prefixado 2027, a taxa anual subiu de 11,13% para 13,18%, o que fez o prazo cair de seis anos e três meses para cinco anos e sete meses.
Outro destaque da simulação é a poupança, isolada como o instrumento que mais demora para dobrar o capital dos investidores. Quando a Selic está acima de 8,5% – como atualmente – o rendimento da caderneta é de 0,5% ao mês mais a variação da Taxa Referencial (TR).