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Com R$ 24 bilhões sob gestão em estratégias de ações, renda fixa, macro e até quantitativas, a AZ Quest se prepara para estrear no segmento de fundos listados na Bolsa. O primeiro passo da nova área de negócios já está avançado: a gestora encerrou, na última semana, a captação do seu primeiro Fiagro, fundo que investe nas cadeias produtivas do agronegócio.
A receptividade dos investidores, segundo o CEO Walter Maciel, foi positiva. A gestora levantou R$ 240 milhões com a oferta do AZ Quest Sole Fiagro, que começará a ter as cotas negociadas no pregão da B3 – sob o código AAZQ11 – daqui a duas semanas. Um total de 4.285 pessoas físicas participaram da operação, além de outros 143 investidores de outras categorias.
“Criar uma divisão de ativos alternativos era nosso próximo passo. Eles são o futuro, pois trazem dinheiro de longo prazo e um ativo muito mais estável para a empresa”, explica Maciel. “E para o investidor, são uma alternativa de investimento complementar aos fundos líquidos”.
À frente da gestão do segmento de agronegócio está Idalício Silva, sócio que chegou à AZ Quest em meados deste ano, com passagens por Bradesco, BV, Ecoagro, Naia Capital, além do Ministério da Economia, onde trabalhou no programa de desestatização do governo federal entre 2019 e 2020.
O AZ Quest Sole é um Fiagro de “papel”, que investe em títulos de renda fixa ligados ao setor do agronegócio. Ele replica a estrutura dos fundos imobiliários, com distribuição mensal de rendimentos isentos de Imposto de Renda.
Segundo Silva, a carteira será composta por papéis de empresas que atuam tanto “antes quanto depois da porteira”, uma referência comum no segmento. “Temos desde empresas do varejo quanto de infraestrutura, da cadeia de insumos. Biodiesel e crédito de carbono são outros mercados que acreditamos ter potencial no futuro”, explica.
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As emissões são originadas pela própria AZ Quest e focam em empresas que só agora estão começando a acessar o mercado de capitais.
“Um dos nossos diagnósticos é de que a participação do agro no mercado ainda não é muito relevante por conta da falta de governança das empresas”, diz Silva. “Por isso, quando estamos construindo uma operação para uma empresa, também alavancamos a governança dela”. Se não há balanço auditado ou conselho de administração, por exemplo, a contrapartida pela emissão é de sejam implementados.
No portfólio – que deverá entrar em 2023 já com 80% dos recursos investidos – haverá espaço para Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) de empresas de tamanhos variados, com faturamento de R$ 50 milhões a R$ 4 bilhões por ano.
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O objetivo de longo prazo é entregar aos investidores um retorno com dividendos equivalente à taxa do CDI (indicador de referência nas aplicações de renda fixa) mais 3% a 5% ao ano, líquido de custos. “Agora na largada, estamos confortáveis de falar que nos aproximamos da banda de cima”, diz Silva.
Daqui para frente, a expectativa é de avançar não apenas com os Fiagros, mas também com fundos de infraestrutura e imobiliários. Para tanto, aquisições estão no radar, segundo Maciel.