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SÃO PAULO – A Mauá Capital informou nesta sexta-feira (3) que está reestruturando suas áreas dentro da gestora, de forma a focar naquelas que têm conseguido entregar melhores retornos à casa e aos cotistas. Neste cenário, a área dos fundos multimercados será reduzida.
“Os últimos três anos foram muito desafiadores e, apesar do esforço, não conseguimos gerar a consistência nestes produtos da forma que os nossos clientes merecem. Por isso, estamos reduzindo e mudando o perfil dessa gestão para alocação em ativos dentro de limites bem definidos de volatilidade”, escreve o sócio-fundador Luiz Fernando Figueiredo, em nota.
Segundo Figueiredo, que é ex-diretor do Banco Central, a área será menor, manterá a abordagem macroeconômica e terá uma gestão de mais longo prazo liderada por ele, que voltará ao papel de gestor após seis anos focando na expansão da gestora.
De acordo com a Mauá, todos os clientes serão avisados e vão ter a oportunidade de decidir sacar o dinheiro investido antes de qualquer mudança.
O principal fundo multimercado da casa, o Mauá Macro, acumula perdas de 7,7% em 2021, ante variação de 2,06% do CDI. Em 12 meses, o fundo também tem desempenho negativo, da ordem de 2,8%, ante variação de 2,7% do principal benchmark de renda fixa.
Além do resultado negativo, o fundo perdeu muitos cotistas e patrimônio líquido nos últimos anos. Em 1º de setembro deste ano, o fundo tinha 1.203 cotistas, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Um ano antes, a base era de 2.010 investidores e em 2019, de 3.107 – uma queda de 40,2% e de 61,3%, respectivamente.
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Já o patrimônio líquido do fundo, que estava em R$ 384,97 milhões, no início de setembro de 2019, caiu 67,7% para R$ 124,5 milhões em setembro deste ano.
Novas direções
Nos últimos nove anos, a Mauá investiu fortemente em produtos ligados à economia real. Na área de investimentos alternativos, a casa destaca que alocou no mercado imobiliário, que já concentra cerca de 80% dos R$ 5 bilhões em ativos sob gestão.
A gestora também segue firme em sua área de ações, com estratégias de valor, buscando “boas empresas a preços razoáveis para investir”. Figueiredo afirma que a Mauá tem atuado ainda como investidora em fintechs com grande potencial de crescimento, como Pontte e Marvin, ambas de crédito.
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Recentemente, a gestora também deu seu primeiro passo no segmento de infraestrutura, com um fundo voltado para a área de saneamento.
Estratégias ESG também são de interesse da Mauá. “Além de estarmos nos adequando completamente aos padrões de sustentabilidade internamente, estamos muito avançados em trazer soluções a grandes empresas para que elas possam ajudar seu ecossistema a se desenvolver, evoluir de forma sustentável”, escreve o sócio-fundador, em nota.
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