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A próxima reunião do Fomc, o comitê de política monetária no Federal Reserve (Fed), será nos dias 17 e 18 de dezembro. Além da discussão do corte juros americanos, um outro assunto pode entrar na pauta: os impactos na economia das possíveis medidas do novo presidente, Donald Trump.
“Não gostaria de estar no Fed fazendo as projeções econômicas porque em dezembro ele vai ter que dizer o que vai fazer com a taxa de juros”, afirma Paulo Leme. Segundo ele, tudo indica que, se adotadas as propostas de campanha, o republicano tem tudo para fazer a inflação voltar a subir nos EUA.
Três das medidas de Trump, para Leme, pode afetar fortemente a dinâmica da economia americana e, portanto, do mercado financeiro.
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“A primeira, é o corte de impostos de pessoas física e jurídica. A segunda é a política comercial, de colocar tarifas de importação aos parceiros comerciais e à China, muito mais altas”, afirma Paulo Leme, que participou do episódio 264 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.
“A terceira tem aspecto humano. Eu vivendo lá (nos EUA) conheço e vejo, inclusive de minha janela, os barcos chegando de Cuba e do Haiti. São pessoas que estão fugindo da perseguição política, violência e querem oportunidade – o mesmo que acontece na Europa”, conta ele, sobre a imigração, outro assunto da pauta de Trump, que pretende atuar forte contra o fluxo de estrangeiro ao país.
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Incerteza em 2025
Leme mora na Florida, é professor residente de Finanças da Universidade de Miami e chairman do Comitê Global de Alocação de Ativos da XP Advisory. Ele foi também economista do FMI por nove anos.
“Essas três coisas juntas não combinam”, afirma. “O que vai acontecer é que vão se misturar de maneira perigosa e vão dar diretrizes de investimento”, diz.
Paulo Leme considera que a economia americana caminha de forma “excepcional ao crescimento”, sem afetar a inflação.
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Ele lembra, inclusive, que o Fed, ao mesmo tempo, está cortando a taxa de juros. “É uma conjuntura fantástica”, afirma. “Mas que no ano que vem cai na incerteza.”
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