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Se depender dos fundos imobiliários, os investidores seguirão para a folia um pouco menos alegres. Pelo segundo mês consecutivo, o IFIX – índice dos FIIs mais líquidos da Bolsa – fechou no campo negativo, elevando as perdas registradas neste ano. Só o fundo GGR Covepi (GGRC11) registrou baixa de 9,65% em fevereiro. Na contramão, o Pátria Logística ( PATL11) foi o destaque de alta do período, com ganhos de 5,77%.
No mês marcado pela ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, que impôs forte tensão ao mercado de renda variável, o Ifix registrou queda de 1,28%, acumulando agora baixa de 2,26% em 2022.
Em fevereiro, o ciclo de alta dos juros no País e a ameaça inflacionária permaneceram no radar dos investidores e aprofundaram a desvalorização das cotas dos fundos imobiliários, de acordo com relatório da XP, divulgado nesta quinta-feira (24).
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No início do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros da economia, Selic, em 1,50 ponto percentual, para 10,75% ao ano. É a primeira vez desde 2017 que a Selic supera dois dígitos, sendo a maior taxa desde maio do mesmo ano, quando o juro básico era de 11,25% ao ano.
Já a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,54% na comparação com o mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o maior resultado para o mês desde 2016 (1,27%). Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 10,38%, acima dos 10,06% registrados nos 12 meses anteriores.
O mercado financeiro elevou a projeção para o IPCA no final de 2022 de 5,50% para 5,60%, de acordo com os dados do último boletim Focus, do BC. Em relação à Selic, a projeção foi mantida em 12,25% ao ano ao final deste ano e em 8,0% no próximo.
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Diante do cenário, que ainda inclui as incertezas políticas, a XP reforçou a aposta nos fundos que investem em títulos de renda fixa atrelados aos índices de inflação e à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário).
“Perante um cenário de incertezas políticas, mantemos nossa preferência em fundos imobiliários do segmento de ‘papel’, dado seu caráter mais defensivo”, pontua a carteira recomendada da corretora.
Em média, os fundos de “papel”, que investem em ativos financeiros do segmento imobiliário, tiveram o melhor desempenho do mês, com queda de 0,60%, abaixo da do Ifix. O segmento de lajes corporativas e escritórios, que ainda enfrenta a desconfiança de parte do mercado, caiu bem mais: 2,83%.
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Segmento | Variação em fevereiro (%) |
Títulos e Val. Mob. | -0,60 |
Shoppings | -0,76 |
Híbrido | -0,89 |
Logística | -1,60 |
Outros | -2,65 |
Lajes Corporativas | -2,83 |
Fonte: InfoMoney – (25/02/2022)
Ainda em fevereiro, o Maxi Renda (MXRF11) protocolou pedido de reconsideração da decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que questiona a distribuição de dividendos do fundo. O caso sacudiu a indústria dos FIIs no mês anterior.
Após a apresentação do recurso, o colegiado da CVM terá 60 dias corridos, caso não haja pedido de vistas, para voltar a se manifestar sobre o tema.
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Maiores altas do mês
Dos 104 fundos imobiliários que compõem o Ifix, 35 encerraram fevereiro no campo positivo. O Pátria Logística foi o destaque da lista, com valorização de 5,77% no período.
Confira as maiores altas dos fundos imobiliários em fevereiro de 2022:
Ticker | Fundo | Segmento | Variação em fevereiro (%) |
PATL11 | Pátria Logística | Logística | 5,77 |
SDIL11 | SDI Rio Bravo | Logística | 5,67 |
VIFI11 | Vinci Instrumentos Financeiros | Títulos e Val. Mob. | 5,53 |
BRCO11 | BRESCO Logística | Logística | 2,68 |
BTCR11 | BTG Pactual Credito Imobiliario | Títulos e Val. Mob. | 2,62 |
OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.
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Fonte: Economatica (25/02/2022)
Recentemente, o Pátria Logística anunciou ter atingido a estabilidade operacional do fundo com 100% de ocupação do portfólio. A carteira zerou a vacância após assinar contrato com a Rio Branco Alimentos, conhecida como Pif Paf Alimentos, que ocupará parte do Centro Logístico Refrigerado Ribeirão das Neves (MG).
O contrato de 60 meses, que entra em vigor em março, prevê o aluguel das câmaras e salas administrativas do imóvel.
A carteira do fundo conta ainda com outros dois galpões, um em Itatiaia (RJ) e outro em Jundiaí (SP), somando uma área bruta locável (ABL) de quase 190 mil metros quadrados.
De acordo com o Pátria, os contratos de locação do fundo vencem apenas a partir de 2025. Dos vínculos, 94% possuem correção monetária do aluguel atrelada IPCA e 6% estão indexados ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).
No último relatório gerencial, os gestores destacaram o bom momento do setor logístico. De acordo com a Buildings, plataforma de pesquisa imobiliária corporativa, o segmento fechou 2021 com uma vacância de 10,39%, a menor marca anual desde que os dados passaram a ser monitorados, em 2013.
“Os números reforçam a saúde e crescimento consistente do setor logístico na ponta imobiliária e os FIIs logísticos devem aproveitar a movimentação”, destaca o documento.
Maiores baixas do mês
Questões judiciais e até um incêndio marcaram as últimas semanas do GGR Covepi (GGRC11), fundo focado na exploração de galpões logísticos e que registrou o pior desempenho em fevereiro, queda de 9,65%.
Confira as maiores baixas dos fundos imobiliários em fevereiro de 2022:
Ticker | Fundo | Setor | Variação em fevereiro(%) |
GGRC11 | GGR Covepi Renda | Logística | -9,65 |
VINO11 | Vinci Offices | Lajes Corporativas | -7,99 |
TGAR11 | TG Ativo Real | Outros | -7,92 |
XPSF11 | XP Selection | Outros | -7,70 |
XPCM11 | XP Corporate Macaé | Lajes Corporativas | -7,67 |
OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.
Fonte: Economatica (25/02/2022)
No início do mês, o fundo comunicou que um incêndio de proporções limitadas e sem vítimas atingiu o galpão industrial do fundo em Santa Bárbara D’oeste (SP).
Nas investigações preliminares, foi constatado que o fogo afetou aproximadamente 5 mil metros quadrados de um total de 38 mil metros quadrados de área construída. A perícia segue em andamento no local.
Na oportunidade, o GGR Covepi explicou que o incidente não traria mudanças em relação à divergência que o fundo tem com a Covolan Indústria Têxtil, que ocupa o local.
Em agosto de 2021, o fundo foi informado sobre ação movida pelo inquilino, que reivindicava pagar apenas 60% do valor do aluguel. De acordo com o processo, o montante remanescente da locação, 40%, ficaria suspenso até fevereiro de 2022.
Inicialmente, o Juízo da 1ª Vara Cível do Foro de Santa Bárbara D’Oeste (SP) concedeu, em caráter liminar, parecer favorável à Covolan. Na época, o fundo calculava que a medida representaria uma redução na distribuição mensal de dividendos de aproximadamente R$ 0,03 por cota.
O GGR Covepi recorreu da decisão e, em outubro do ano passado, conseguiu derrubar a liminar, voltando a ter direito à totalidade do aluguel de R$ 537 mil. Naquele mês e no seguinte, porém, o fundo não identificaria o pagamento da locação.
Na virada do mês, o fundo informou que a Justiça confirmou a decisão favorável ao fundo no processo, mas os gestores ainda aguardam a execução da sentença.
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