Chiliz: conheça o criptoativo que valorizou mais de 2.000% desde o início do ano

Utility token possibilita que o investidor seja sócio de times como Barcelona, Juventus e PSG, oferecendo alta rentabilidade, acompanhada de risco extremo

Laís Martins

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SÃO PAULO – Com valorização de cerca de 2.400% desde o início de 2021, o Chiliz (CHZ) é um criptoativo que tem chamado muita atenção, mas que, diferente de outras moedas digitais mais tradicionais, está em uma categoria chamada utility token, ou token de utilidade.

“Os utility tokens são ‘ativos mistos’. Eles possuem valor e o investidor pode negociá-lo, especulando com a oscilação. Contudo, sua utilidade principal é conferir acesso a serviços e funcionar como meio de troca dentro de outras plataformas e ambientes”, explica Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin.

No caso do Chiliz, o investidor que possuir esse token pode ter acesso a jogos do Barcelona, Juventus e PSG, concorrer a promoções da patrocinadores dos clubes, receber recompensas VIP e pode converter o Chiliz em direito a voto em decisões dos times.

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Essas decisões não abrangem determinações políticas dentro dos clubes. Elas variam de time para time e são uma forma de aproximar o torcedor e a entidade. Assim, o fã pode escolher qual música tocará quando algum atleta fizer um gol ou qual vai ser a frase que estampará a braçadeira do capitão, por exemplo.

O Chiliz também oferece acessos no mundo do UFC e dos e-sports. Por essa característica, o Chiliz também é conhecido como Fan Token (ou Token de Fã).

Para conferir esses benefícios, o investidor deve comprar o Chiliz (CHZ) em uma corretora de criptomoedas, da mesma forma como se negocia Bitcoin ou outras moedas digitais tradicionais (no Brasil, o Chiliz é negociado na Binance e no Mercado Bitcoin).

Em seguida, é preciso realizar a transferência para o aplicativo da plataforma Socios.com. Criada em 2018, a Socios.com é uma empresa europeia de votação e recompensa de fãs. Ela permite que equipes esportivas criem seus próprios tokens de fãs.

Uma vez que o Chiliz estiver na Socios.com, é possível trocá-lo pelos tokens de fãs dos clubes que desejar, para ter acessos exclusivos. “O Chiliz é o combustível do ecossistema da Socios.com. Ela é a empresa que possui os acordos comerciais com os clubes e o que ela fez, por meio do Chiliz, foi tokenizar direitos aos torcedores”, afirma Tota.

Por que o Chiliz se valorizou tanto?

No acumulado de 2021 até o dia 29 de março, o Chiliz (CHZ) valorizou 2.395,77%, passando de US$ 0,02 para US$ 0,53. As criptomoedas Bitcoin e Ethereum tiveram valorizações de 97,58% (cotado a US$ 57.750,20) e 141,31% (cotado a US$ 1.819,68), respectivamente.

Contudo, explicar a alta valorização do Chiliz e os fatores que determinam o seu preço ainda é difícil, uma vez que se trata de um ativo novo e que faz parte de um mercado em processo de consolidação. Entretanto, na visão de Tota quanto mais ligas e clubes criarem fan tokens, mais a procura pelo Chiliz aumenta.

Segundo Mayra Siqueira, gerente geral da Binance no Brasil, entre os fatores que podem determinar a alta vertiginosa do token está a expectativa de expansão da fintech de blockchain Chiliz, criadora do CHZ, nos Estados Unidos e no Brasil.

Em março de 2021, o CEO Alexandre Dreyfus anunciou um investimento de US$ 50 milhões para a expansão nos EUA e confirmou a inauguração de um escritório da companhia em São Paulo.

Além disso, o desempenho dos clubes que estão atrelados ao Chiliz em grandes competições determina a movimentação da moeda. “O avanço do PSG nas quartas de final da Champions League valorizou os tokens. Depois da vitória, o preço do PSG Fan Token aumentou quase 110%”, destaca Siqueira.

Diferenças entre Criptomoedas e os Tokens

Apesar da alta rentabilidade do Chiliz, os especialistas alertam para o alto risco de volatilidade que está atrelado a esse ativo, que é mais alto do que o relacionado às criptomoedas mais conhecidas.

Esses tokens dependem diretamente da atuação e das entregas de um empreendimento. As criptomoedas existem sozinhas, independentemente de uma empresa ou do Conselho de um clube”, alerta o especialista.

Ele também explica que o mercado de criptomoedas é mais consolidado e possui mais pessoas envolvidas. O mercado de tokens está em processo de crescimento e aperfeiçoamento.  Caso ocorra uma falha de segurança na Chiliz ou na Socios.com, por exemplo, essas plataformas podem ser banidas e o Chiliz quebra.

“Se amanhã há o descumprimento de uma cláusula e os clubes rompem o contrato com a Chiliz, o token desaba. Se os clubes pararem de procurar pelo ativo, as expectativas de crescimento dos fan tokens serão frustradas e o preço do Chiliz cai,” alerta Tota.

Ele também frisa que é importante acompanhar muito de perto o que acontece nos clubes investidos, na Chiliz, na Socios.com e realizar eventuais saídas, para que o investidor se proteja da alta volatilidade.

O risco de liquidez do CHZ, contudo, é baixo. Pela alta procura pelo token nos últimos meses, é cada vez mais fácil comprá-lo e vende-lo, segundo o especialista.

Mayra Siqueira recorda que a regra para o investidor iniciante é de alocação de 1% da carteira em criptoativos, de um modo geral. Conforme o mercado fique mais familiar, é possível aumentar a exposição para diversificar e aumentar rentabilidade – e o risco.

As oportunidades geradas para os clubes

Segundo dados da própria Chiliz, 23 grandes organizações esportivas fizeram parceria com a empresa para lançarem Fan Tokens na plataforma de recompensas Socios.com.

“Trata-se de uma nova forma de gerar receita, engajar atuais torcedores e até atrair fãs em novas fronteiras, já que os criptoativos proporcionam um mundo sem divisões geográficas. É uma nova e inovadora forma de globalizar uma marca esportiva para bilhões de pessoas”, opina Siqueira.

Em 2020, os Fan Tokens geraram US$ 30 milhões em receita para clubes e parceiros.

Perspectivas para o Chiliz no Brasil

No Mercado Bitcoin, o CHZ foi o ativo mais negociado do mês de março. Ao todo, foram R$ 2,03 bilhões movimentados contra R$ 1,48 bilhão negociado com o Bitcoin.

No momento, nenhum time brasileiro possui um Fan Token criado com o Chiliz. Contudo, com um escritório perto de ser inaugurado em São Paulo, a expectativa é de que conversas e negociações aconteçam com alguns clubes nacionais.

Por fim, apesar da alta valorização e da inovação por trás do token, o Chiliz possui muitos riscos atrelados a ele. Por não ser um ativo desenhado originalmente para investimento, é ideal utilizá-lo como um meio para adquirir acessos diferenciados no mundo dos Esportes e ter cautela ao especular com a sua oscilação.

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Laís Martins

Analista de Conteúdo no InfoMoney. Formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e com passagens pela Globo e UOL. Cria conteúdos sobre investimentos, finanças, economia, mercados e tecnologia