Central de FIIs: Ifix inicia semana no campo negativo e fecha sessão em queda de 0,54%

Confira as informações que influenciam na indústria dos fundos imobiliários hoje

Wellington Carvalho

(conceptualmotion/ Getty Images)
(conceptualmotion/ Getty Images)

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SÃO PAULO – O Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – seguiu a tendência do mercado e operou no campo negativo praticamente toda a sessão desta segunda-feira (08). O indicador fechou o primeiro pregão da semana em queda de 0,54%, aos 2.641 pontos. No mês, o Ifix registra baixa de 1,22% e, no ano, acumula perdas de 7,92%.

A semana começou com uma bateria de fundos imobiliários distribuindo proventos. A lista de pagamentos que aconteceu nesta segunda-feira (8) soma 22 FIIs – com valores de até R$ 7,95 por cota, como no caso do fundo Solarium. (veja a lista completa ao longo desta matéria)

Além dos proventos, analistas e investidores estão cada vez atentos aos impactos da pressão inflacionária e dos juros em alta sobre os fundos imobiliários. Um relatório do Itaú BBA divulgado nesta manhã recomenda seletividade na escolha das carteiras. No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou a taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano. É maior patamar desde setembro de 2017. Mesmo assim, o documento do Itaú indica oportunidades no mercado.

Assinado por Larissa Nappo e Marcelo Potenza, o relatório aponta a preferência do banco por ativos do segmento de lajes corporativas. De acordo com os analistas, o retorno do trabalho presencial, prejudicado pela pandemia do Covid-19, começa a ganhar força em um modelo híbrido – parte home office e parte escritório.

“Diante do cenário, ficamos confortáveis com exposição a ativos de qualidade em localizações privilegiadas, como Faria Lima, Itaim, JK, Vila Olímpia e Paulista, todas dentro da cidade de São Paulo (SP)”, detalha os analistas.

Larissa também manifesta otimismo com o segmento de galpões logísticos, que mostrou resiliência ao longo da pandemia e surfou o crescimento do e-commerce. Como atrativo, ela destaca a taxa de vacância do setor, que caiu pelo sexto mês consecutivo e chegou ao patamar de 10,7%.

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Sobre os fundos de “papel”, que investem em títulos do setor imobiliário, Larissa avalia que a pressão inflacionária e a alta dos juros blindam os ativos e até aumentam a rentabilidade desta classe de FIIs. No entanto, a analista alerta: “Não se deixe levar apenas pelo retorno com dividendos. Analise a carteira do fundo, veja a qualidade do devedor, a estrutura de garantias e o histórico da gestora que toca o FII em questão”. Com a queda do poder de consumo do brasileiro, o Itaú BBA segue cauteloso com os fundos imobiliários ligados aos shoppings.

Maiores altas desta segunda-feira (08):

Ticker Nome Setor Variação (%)
SPTW11 SP Downtown Lajes Corporativas 3,94
XPPR11 XP Properties Outros 2,89
KISU11 KILIMA Títulos e Val. Mob. 1,6
JSRE11 JS Real Estate Híbrido 1,47
HGRU11 FII CSHG URB Híbrido 1,4

Maiores baixas desta segunda-feira (08):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
FLMA11 Continental Square Faria Lima Híbrido -5,02
GTWR11 Green Towers Lajes Corporativas -3,91
RBFF11 Rio Bravo Ifix Títulos e Val. Mob. -3,57
VRTA11 Fator Veritá Títulos e Val. Mob. -3,42
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. -3,02

Fonte: B3

Venda de R$ 35 milhões do fundo Rio Bravo, aquisições da XP e mais notícias

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

Rio Bravo (RCRB11) fecha venda de R$ 35 milhões

O fundo Rio Bravo Renda Corporativa concluiu a venda de dois andares do edifício Cetenco Plaza, na Avenida Paulista, São Paulo (SP), que estavam locados para o Banco Daycoval. Juntos, os espaços somam uma área de 2,3 mil metros quadrados.

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O fundo recebeu, em parcela única, R$ 35 milhões pelos imóveis, gerando um ganho de capital na ordem de R$ 7,1milhões, equivalente a R$ 1,95 por cota. Segundo comunicado ao mercado, o negócio foi fechado acima do valor patrimonial do fundo.

A venda do 12º e do 24º andar do edifício Cetenco Plaza segue a estratégia adotada pelo Rio Bravo de reduzir exposição em imóveis que possui menor participação no condomínio. A ideia é adquirir prédios inteiros ou percentuais mais relevantes de imóveis para que possa ter mais influência na gestão do empreendimento.

No mês passado, em linha com a estratégia atual, o fundo assinou compromisso de compra de 4,8 mil metros quadrados do JK Financial Center, em São Paulo (SP). Caso a operação seja concluída, o Rio Bravo aumentará de 39% para 73% a participação no edifício, se tornando o maior proprietário do condomínio.

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XP Log (XPLG11) compra nova área de imóvel para ampliar locação à Leroy Merlin

O fundo XP Log vai assinar compromisso de compra com a Cajamar Investimentos Imobiliários para a aquisição de mais 5,5% de um complexo logístico em Jundiaí (SP), que atualmente está locado para a Leroy Merlin, rede de lojas de materiais de construção e para casa.

O negócio atende ao desejo da locatária de exercer o direito de expansão previsto no contrato, aumentando a área construída do imóvel em aproximadamente 21 mil metros quadrados.

O fundo planeja entregar a obra do espaço adicional no quarto trimestre de 2022. A partir daí, segundo a administradora, passará a vigorar também o aluguel relativo à área de expansão.

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Pelo espaço, o XP Log desembolsará um total de R$ 80 milhões. O negócio prevê um impacto inicial de R$ 0,0532 por cota.

XP Industrial (XPIN11) paga R$ 103 milhões por galpão em Atibaia

O fundo XP Industrial adquiriu o Edifício Tucano, na rodovia Dom Pedro, em Atibaia (SP). O galpão logístico tem área construída total de 31 mil metros quadrados.

O valor do negócio, firmado com a MV Consultoria, foi de R$ 103 milhões. Parte do pagamento será feita com a captação de recursos no mercado por meio da emissão de um CRI (certificado de recebíveis imobiliários) no valor de R$ 95 milhões.

Considerando as despesas de aquisição, a estimativa é que o novo imóvel gere um impacto aproximado de R$ 0,25 por cota nos próximos 12 meses. O edifício Tucano tem atualmente 75% do espaço locado.

CSHG Logística (HGLG11) desiste de terreno em Cajamar

O fundo CSHG Logística confirmou a desistência da compra de um terreno localizado na cidade de Cajamar (SP), que havia sido sinalizada em fato relevante divulgado no dia 4 de agosto de 2021. O fundo administrado pela Credit Suisse não informou o motivo do distrato.

O CSHG planeja adquirir 89% do espaço para a construção de um complexo de galpões logísticos com área bruta locável (ABL) total de aproximadamente 197 mil metros quadrados.

Com a assinatura do distrato, o fundo encerra a relação com o projeto. Informações sobre a decisão serão fornecidas nos relatórios gerenciais do CSHG.

Fator Veritá (VRTA11) quer captar R$ 250 milhões em nova oferta

O fundo Fator Veritá aprovou em assembleia geral uma nova emissão de cotas, a oitava, na qual pretende captar R$ 250 milhões. Com 92 mil cotistas atualmente, o fundo do tipo “papel” investe em títulos ligados ao setor imobiliário e cotas de outros FIIs.

O preço de emissão da nova oferta será de R$ 95,16 por cota, mais R$ 2,20 de taxa de distribuição, totalizando o valor unitário de R$ 97,36. Na última sexta-feira (05), a cota do Veritá fechou valendo R$ 105,50.

Cotistas com posição no fechamento do pregão do dia 10 de novembro terão direito à preferência na oferta, com proporção de 26%.

Em 12 meses, o fundo administrado pelo Banco Fator opera com queda de 1,26% e o retorno com dividendos no período é de 11,14%

Dividendos de hoje

Confira os fundos imobiliários que distribuem rendimentos nesta segunda-feira (08):

Ticker Fundo Rendimento (R$)
HSAF11 HSI Ativos Financeiros R$ 1,05
AIEC11 AUTONOMY EDIFÍCIOS CORPORATIVOS R$ 0,61
PLRI11 POLO  RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS I R$ 0,16
PATC11 PÁTRIA EDIFÍCIOS CORPORATIVOS R$ 0,30
STRX11 STARX R$ 0,67
PORD11 POLO  RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS II R$ 0,93
VGHF11 VALORA HEDGE FUND R$ 0,15
EVBI11 VBI CONSUMO ESSENCIAL R$ 0,64
SPAF11 SPA R$ 2,19
BPFF11 BRASIL PLURAL ABSOLUTO FUNDO DE FUNDOS R$ 0,57
VVPR11 V2 PROPERTIES R$ 0,73
LVBI11 VBI LOGISTICO R$ 0,67
HSML11 HSI MALLS R$ 0,52
SOLR11 SOLARIUM R$ 7,95
RZTR11 Riza TERRAX R$ 0,95
PVBI11 VBI PRIME PROPERTIES R$ 0,56
NSLU11 HNS LOURDES R$ 2,00
ARRI11 ÁTRIO REIT RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS R$ 1,41
SPTW11 SP DOWNTOWN R$ 1,13
BRCO11 BRESCO LOGISTICA R$ 0,57
HOSI11 HOUSI R$ 0,49
LASC11 LEGATUS SHOPPINGS R$ 0,50

Fonte: InfoMoney

Giro imobiliário: os FIIs mais recomendados em novembro e a concorrência dos ativos digitais

FII da Mauá entra na lista de fundos mais recomendados em novembro, liderada pelo Bresco Logística

Levantamento realizado pelo InfoMoney com dez corretoras compilou os fundos imobiliários mais recomendados pelas instituições financeiras para investir em novembro. Ao todo, 53 FIIs foram lembrados e o destaque da lista foi novamente o Bresco Logística (BRCO11), com oito recomendações. A novidade deste mês foi a entrada do Mauá Capital Recebíveis (MCCI11) no lugar do Capitânia Securities (CPTS11), que estava entre as principais recomendações de outubro.

Além da condução fiscal do país e do combate à inflação, o mercado acompanha ainda o cronograma de vacinação contra a Covid-19. E não é à toa que o assunto interesse especialmente aos investidores de fundos imobiliários. De acordo com o BTG Pactual, o avanço da imunização permite maior flexibilização das medidas de restrição. “Nesse contexto, é esperado uma melhora operacional dos fundos imobiliários de tijolo, especialmente no segmento de shopping e lajes corporativas”, aponta relatório do banco.

Confira aqui as recomendações dos analistas para novembro.

Mercado imobiliário aposta em ativos digitais para atrair investidores

Em meio à alta da Selic, o mercado imobiliário tenta se adaptar e acelera a busca por alternativas capazes de trazer de volta o investidor que sai dos fundos imobiliários em busca de mais segurança em aplicações de renda fixa – e uma das soluções da vez parece estar na chamada blockchain e na nova onda da “tokenização”.

Tokenização é a criação de ativos digitais que representam outros ativos, sejam virtuais ou reais. Eles rodam na blockchain, uma tecnologia que surgiu com o Bitcoin e vem sendo usada para melhorar auditoria e segurança de informação em várias indústrias.

Ao “tokenizar” um ativo imobiliário, uma incorporadora pode dividir um bem físico em ativos digitais que correspondem a uma fatia do empreendimento, e pode negociá-los na quantidade que o investidor desejar. Um imóvel de R$ 1 milhão, por exemplo, pode virar 10 mil tokens de R$ 100 que serão negociados no mercado.

Uma reportagem publicada pelo InfoMoney mostra como o mercado está se adaptando à tendência de tokenização, apresenta empresas que estão atuando nesse segmento e explica como funcionam alguns desses investimentos.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.