Central de FIIs: fundos imobiliários voltam a cair e Ifix tem 6ª sessão de queda consecutiva

Confira as informações que influenciam na indústria dos fundos imobiliários

Wellington Carvalho

(Getty Images)
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SÃO PAULO – A sessão desta terça-feira (26) também foi de aversão ao risco para os fundos imobiliários. O Ifix, que reúne os FIIs mais negociados na bolsa brasileira, operou no campo negativo durante todo o dia e fechou em queda de 0,52%, aos 2693 pontos. Foi a sexta sessão de baixa do índice, que cai 0,81% em outubro e 6,14%, no ano.

Dados sobre a inflação brasileira divulgados hoje assustaram os investidores. Dois indicadores demonstraram o peso do avanço dos preços na economia. De um lado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), tido como uma prévia do IPCA, indicador oficial de inflação do país, registrou alta de 1,20% em outubro, acima da expectativa do mercado, que era de 0,97%. O indicador foi o mais alto para um mês de outubro desde 1995. No ano, o IPCA acumula alta de 8,3%; em 12 meses, de 10,34%. Já especificamente para o segmento da construção civil, o INCC voltou a subir em outubro, depois de desacelerar em setembro. No ano, o indicador aponta alta de 12%

Em relatório sobre fundos imobiliários, o analista Luiz Gustavo Pereira, da Guide Investimentos, avalia que a inflação deve seguir pressionada no curto prazo. Diante do cenário, o documento sinaliza preferência por fundos de recebíveis com maior exposição ao IPCA.

O relatório destaca ainda a valorização média de 0,50% do segmento de lajes corporativas nos últimos dias, índice acima da média do mercado. Além disso, os fundos de escritórios estariam negociando 21% abaixo do valor patrimonial. Apesar do cenário, Pereira mantém cautela em relação a este tipo de fundo imobiliário. “O desconto deve continuar até que o setor tenha maior visibilidade quanto ao modelo de retomada das atividades presenciais que as companhias pretendem adotar”, conclui o analista.

Maiores altas desta terça-feira (26):

Ticker Nome Setor Variação (%)
(URPR11) FII URCA REN Outros 1,11
(GALG11) Guardian Logística Híbrido 0,95
(HABT11) Habtat II Títulos e Val. Mob. 0,89
(SDIL11) SDI Rio Bravo Logística 0,83
(BTAL11) BTG Pactual Agro Outros 0,82

Maiores baixas desta terça-feira (26):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
(GTWR11) Green Towers Lajes Corporativas -3,77
(KISU11) KILIMA Títulos e Val. Mob. -3,31
(XPSF11) XP Selection Outros -3,28
(RBFF11) Rio Bravo Ifix Títulos e Val. Mob. -3,22
(MORE11) More Real Estate Títulos e Val. Mob. -2,85

Fonte: B3

5ª emissão do GGR Covepi e CSHG conclui venda em área nobre de São Paulo

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

GGR (GGRC11) prevê nova emissão de quase R$ 200 milhões

O fundo GGR Covepi aprovou a realização da 5ª emissão de novas cotas, prevendo a captação inicial de quase R$ 200 milhões. O fundo tem como objetivo investir em imóveis nos segmentos industrial e logístico para a obtenção da renda de aluguéis ou ganho de capital com vendas futuras.

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As novas cotas serão emitidas com preço unitário de R$ 106,53, sem considerar a taxa de distribuição, no valor de R$ 3,47, totalizando R$ 110,00. Na sessão desta segunda-feira (25), as cotas do GGR Covepi fecharam valendo R$ 115,20.

Os investidores que possuírem cotas no fechamento do pregão do dia 28 de outubro terão direito de preferência para subscrever novos ativos, na proporção de 0,24%.

De acordo com comunicado ao mercado, os recursos obtidos com a 5ª emissão serão usados para aquisição de ativos que estejam de acordo com a estratégia do fundo, gerido pela Zagros Capital.

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CSHG ( HGRE11) conclui venda de R$ 68 milhões em conjuntos na Faria Lima

O CSHG Real Estate concluiu a venda dos conjuntos 11, 21, 31, 41 e 171 do condomínio Centro Empresarial Mario Garnero, Torre Norte, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo (SP). A área locável dos imóveis totaliza 3,6 mil metros quadrados e está totalmente alugada.

O preço total da venda é de quase R$ 68 milhões, valor 116% superior ao montante investido e 29% acima do valor contábil dos imóveis. Em números absolutos, a operação gerou um lucro de R$ 36 milhões, equivalente a R$ 3,09 por cota.

Lançado em 2007, o fundo da Credit Suisse busca rendimentos com locação e venda de lajes corporativas. Em 12 meses, as cotas do CSHG Real Estate acumulam queda de 15% na B3.

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Giro imobiliário: índice de inflação da construção, INCC chega a 0,8% em outubro

O INCC, Índice Nacional de Custo da Construção, voltou a acelerar em outubro ao subir 0,8%, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo indicador. No mês passado, o INCC havia registrado alta de 0,56%. No ano, a inflação da construção ultrapassa 12% e, em 12 meses, há elevação de 15%.

A maior variação entre os itens do INCC foi do segmento de materiais, equipamentos e serviços que subiu de 0,83, em setembro, para 1,45%, em outubro. Neste grupo, a taxa correspondente a Materiais e Equipamentos subiu 1,68% em outubro, após alta de 0,89% no mês anterior. Já Serviços desacelerou de 0,56% em setembro para 0,36% este mês. O índice de Mão de Obra variou de 0,10%, em outubro, para 0,27% no mês passado.

De setembro para outubro, seis capitais apresentaram elevação de preços no setor da construção civil: Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Em contrapartida, Porto Alegre apresentou redução de 1,68, em setembro, para 0,96, em outubro.

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Nesta segunda-feira (25), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção manifestou preocupação com o custo de insumos no setor. Em meio ao otimismo com a revisão de crescimento da atividade para 2021, de 4,5% para 5%, a CBIC alertava para a inflação na construção, que também está no radar de analistas e gestores de fundos imobiliários.

Leia mais:

Liga de FIIs

O que o investidor de fundos imobiliários precisa saber em momentos de maior volatilidade no mercado financeiro? A pergunta ganhou força nos últimos dias com as preocupações em torno da condução fiscal do país. Contaminado pelo mau humor geral, o Ifix, índice dos fundos imobiliários mais negociados na bolsa brasileira, registrou a maior queda semanal desde meados de agosto.

O assunto será tema da edição desta terça-feira (26) do programa Liga de FIIs, produzido pelo InfoMoney e apresentado por Maria Fernanda Violatti, analista da XP, e Thiago Otuki, economista do Clube FII. O programa também contará com a participação de Ricardo Almendra, sócio fundador e CEO da RBR Asset.

Apesar de acompanhar a tendência do mercado, o Ifix costuma apresentar uma volatilidade menor do que outros índices. Em março de 2020, por exemplo, o Ibovespa, principal benchmark da bolsa brasileira, derreteu 30% por cento com o início da pandemia do coronavírus. No mesmo período, o Ifix perdeu 15%. A reação menos agressiva a eventos extraordinários também será discutida no programa de hoje, que começa às 17h30, no canal do InfoMoney.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.