Cena externa pressiona fundos da Adam em setembro

Para gestora, Selic abaixo de 5% deverá gerar desvalorização cambial, o que desperta "alguma preocupação" em relação à inflação à frente

Beatriz Cutait

Márcio Appel, sócio fundador da Adam Capital
Márcio Appel, sócio fundador da Adam Capital

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SÃO PAULO – Pressionada pelo desempenho negativo da exposição internacional, principalmente de bolsas e moedas, que neutralizou a trajetória na cena local, a Adam Capital voltou a ficar levemente no negativo em setembro, com baixa de 0,13% de seu principal fundo multimercado, o Macro, de 0,58%, do Advanced, e de 0,36%, do Strategy. O CDI teve variação de 0,46% no mês, enquanto o Ibovespa subiu 3,57%. No acumulado do ano, apenas o Strategy (4,32%) segue abaixo do CDI (4,66%).

“Dados recentes voltaram a confirmar nossa tese de desaceleração global em setembro, porém os ativos tiveram comportamentos diferentes dos apresentados em agosto. Dessa vez, os preços se distanciaram dos fundamentos, prejudicando a performance do fundo no período”, afirmou a Adam, em relatório.

Dentre os destaques do mês, a gestora de Márcio Appel mencionou as revisões para baixo mais frequentes das expectativas de crescimento, a partir de novos dados de produção industrial na Europa e na China, e do aumento do risco geopolítico.

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“Aliado a esses, a reação dos bancos centrais mundiais, na tentativa de reverter uma situação delicada, via estímulos monetários, apenas reforçou nossa convicção de que, por meio de um portfólio bem equilibrado, devemos seguir firmes em nossa estratégia de investimentos”, ressaltou a gestora.

Nos Estados Unidos, a Adam chamou atenção para os sinais mistos dos dados de atividade e observou que acredita que a combinação de indicadores econômicos melhores e atitudes mais conservadoras do Fed, o banco central americano, tendem a manter o fortalecimento do dólar ante as principais moedas globais.

Já no Brasil, a gestora comentou sobre a última decisão do Banco Central e a indicação de que os juros devem voltar a cair 0,50 ponto percentual em breve, ressaltando que uma Selic abaixo de 5% deverá gerar desvalorização cambial, o que desperta “alguma preocupação” em relação à inflação a frente.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.