CDBs que protegem contra inflação tomam conta do mercado; veja quanto pagam

Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) atrelados à inflação estão tomando o espaço dos prefixados, ativos que perderam força nas recomendações de especialistas. Na última quinzena, houve mais emissões dos papéis ligados à inflação, invertendo uma estatística que há meses mostrava número maior de emissões de prefixados. 

Um levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney mapeou 332 CDBs emitidos entre 19 de fevereiro e 04 de março. Desse montante, 41 têm remuneração prefixada e 56 pagam a variação da inflação mais um prêmio.

No levantamento anterior, que mapeou os ativos de 2 a 16 de fevereiro, eram 45 CDBs de inflação e 53 prefixados. Já entre 18 de janeiro e 1 de fevereiro, foram emitidos 66 prefixados e 45 CDBs de inflação. 

O movimento pode ser relacionado à perda de apelo dos prefixados após o início do ciclo de cortes da Selic. Analistas não enxergam grandes prêmios nesses ativos, que ainda são considerados mais arriscados. 

Para Vinicius Romano, especialista em renda fixa da Suno Research, os papéis de inflação podem se firmar como a segunda força no mercado de CDBs, atrás dos pós-fixados, já que “os prêmios estão menores por conta dos fechamentos recentes da curva de juros nominal”. 

A taxa média dos títulos indexados ao IPCA com vencimento em três anos foi de 6,12% na última quinzena, ante 5,95% no último levantamento. Já a remuneração média dos papéis com vencimento em dois anos subiu de 5,80% para 5,95%. 

As menores taxas para 24 e 36 meses avançaram de 4,80% para 5,00% e de 4,60% para 5,95%, respectivamente. 

CDBs prefixados

Nos prefixados, houve queda nas taxas dos papéis mais curtos. A remuneração média de um prefixado com vencimento em 12 meses caiu de 9,88% para 9,85%. O mesmo indicador para títulos de seis meses recuou de 10,42% para 10,04%. 

Ainda que esses papéis não sejam os preferidos dos especialistas para o momento, Sharon Halpern, sócia e private banker da Blackbird Investimentos, lembra que é importante diversificar o portfólio porque “caso tenhamos queda da inflação, os papéis ligados a ela passarão a render menos”. 

Até mesmo as taxas máximas de prefixados encolheram nas últimas semanas, segundo o levantamento da Quantum. O papel com maior remuneração foi emitido pelo Haitong Brasil, com taxa de 11,16%, inferior aos 11,80% oferecidos no início de fevereiro. 

CDBs pós-fixados

Campeões em número de emissões (235), os bancários atrelados ao CDI seguiram direções mistas, conforme os vencimentos. Os papéis mais longos pagaram, em média 102,01% do CDI até a última segunda-feira ante taxa média de 101% na última pesquisa. 

Já os pós-fixados com vencimento em 12 meses pagaram 100,96% do CDI após entregarem taxa média de 101,10% até o último dia 16. 

O número de emissões cresceu em cada um dos cinco horizontes de vencimento analisados e superou os 155 lançados ao mercado na primeira quinzena de fevereiro.