CDB, LCI ou LCA: veja taxas e como descobrir o título bancário mais rentável

Levantamento mostra rentabilidade dos papéis emitidos por bancos em agosto

Leonardo Guimarães

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Investidores que saem da poupança e procuram opções mais rentáveis na renda fixa podem se sentir atraídos pelas LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), que são isentas de Imposto de Renda. Esses papéis são “primos” dos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), ainda mais comuns no mercado financeiro.

Para quem está na dúvida de onde investir, é preciso comparar taxas, riscos e liquidez. E aqui vai um aviso: é necessário fazer conta. Confira a seguir as semelhanças e diferenças entre os títulos e saiba se a isenção de IR das letras de crédito é mesmo vantajosa para o investidor.

Diferenças e semelhanças

Uma das coisas que LCIs e LCAs têm em comum com CBDs é que eles também só podem ser emitidos por instituições financeiras — não só por bancos, mas também por sociedades e cooperativas de crédito.

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Outra semelhança está na negociação no mercado secundário: assim como CDBs, eles não são negociados na Bolsa, então quem comprou um e quer vender antes do vencimento vai depender do banco ou corretora onde investiu – os papéis de liquidez têm saída facilitada e são exceções.

Na lista de diferenças, uma das mais importante é para onde vai o dinheiro. Nos CDBs, não há destinação específica, o montante que o banco capta com os papéis pode ser usado como a instituição bem entender. Já nas letras de crédito, é obrigatório que o dinheiro captado seja usado no financiamento de projetos imobiliários – no caso das LCIs – e do agronegócio – LCAs.

Para o investidor, a grande diferença está na tributação. Enquanto o investimento em CDBs pode estar sujeito a até 22,50% de Imposto de Renda sobre o Lucro, as aplicações em LCIs e LCAs são isentas. Assim, o governo incentiva o investimento em duas áreas importantes para a economia nacional.

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Quem quer entrar no mundo dos títulos bancários ainda precisa ficar atento à liquidez. Isso porque não há garantias de que o investidor conseguirá achar um comprador para seu título se quiser sair da aplicação antes do vencimento. Nesse quesito, os CDBs saem na frente por terem mais oferta e demanda.

“Há disponibilidade muito maior de CDBs no mercado”, reforça Marina Renosto, head de alocação da Blackbird Investimentos. Quando o agronegócio e o setor imobiliário estão desaquecidos, a emissão de LCIs e LCAs tende a ser ainda menor, diminuindo ainda mais a liquidez dos papéis no mercado secundário.

“É sempre importante estar atento à liquidez e comprá-los pensando em levar até o vencimento”, aconselha Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos. Há ainda CDBs de liquidez diária, que permitem ao investidor sair da aplicação a qualquer momento recebendo, proporcionalmente, a taxa contratada. Nas LCIs e LCAs, é mais difícil encontrar papéis assim, mas títulos com carência curta – de 90 dias – são mais comuns.

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Isenção é vantajosa?

Os ganhos obtidos na poupança são isentos de Imposto de Renda. Isso faz com que muitos investidores iniciantes se interessem por outros instrumentos isentos ao migrar da caderneta. Porém, é preciso ficar atento às taxas.

Isso porque, na teoria, a rentabilidade dos ativos tende a ser parecida no longo prazo. LCIs e LCAs são isentas de IR, mas geralmente pagam abaixo do CDI para compensar a ausência de imposto.

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Para saber se a taxa de um papel isento está atrativa na comparação com um título que cobra IR, é preciso fazer o gross up, uma conta simples que acrescenta o imposto na taxa do papel isento.

Anote: Rentabilidade com gross up = rendimento líquido / (1 – Imposto de Renda)

Somente fazendo o gross up é possível dizer se a taxa de uma LCI é melhor que a de um CDB. Agora, vamos à prática:

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A pedido do InfoMoney, a Quantum Finance levantou o retorno de CDBs pós-fixados emitidos entre 16 e 29 de agosto e de LCIs e LCAs pós-fixadas emitidas em agosto. Confira primeiramente o resultado sem gross up, ou seja, da maneira que estaria disponível na plataforma da sua corretora.

Retornos de CDBs indexados ao CDI de 16 a 29/ago e LCI e LCAs de 01 a 31/agosto:

Vencimento em 12 meses
Ativo Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima
CDB %CDI 90,00% 101,75% 113,00%
LCI %CDI 90,00% 91,91% 95,00%
LCA %CDI 80,00% 86,84% 95,00%
Vencimento em 24 meses
Ativo Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima
CDB %CDI 98,00% 101,39% 115,50%
LCI %CDI 94,00% 96,89% 100,00%
LCA %CDI 80,00% 84,00% 100,00%

Fonte: Quantum Finance

Ao olhar desavisado, os CDBs parecem mais atrativos. Afinal, oferecem as maiores taxas. Mas é aí que mora a importância do gross up, que vai tornar os números comparáveis. Confira a rentabilidade de CDBs, LCIs e LCAs emitidos em agosto com gross up nas taxas de papéis isentos.

Retornos de CDBs indexados ao CDI de 16 a 29/ago e LCI e LCAs de 01 a 31/agosto com gross up:

Vencimento em 12 meses
Ativo Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima
CDB %CDI 90,00% 101,75% 113,00%
LCI %CDI 109,09% 111,40% 115,15%
LCA %CDI 96,96% 105,26% 115,15%
Vencimento em 24 meses
Ativo Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima
CDB %CDI 98,00% 101,39% 115,50%
LCI %CDI 110,58% 113,98% 117,64%
LCA %CDI 94,11% 98,82% 117,64%

Fonte: Quantum Finance

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Os juros das letras de crédito superam os de CDBs em quase todas as comparações. “O que pode explicar diferenças nas taxas é a demanda por empréstimos no agronegócio e no setor imobiliário”, explica Caetano. Se esses dois setores estão aquecidos e demandando empréstimo para investimentos, os bancos tendem a oferecer taxas maiores para atender à procura.

Por outro lado, dizem especialistas, as taxas menores dos CDBs não justificam deixar esses títulos de lado. “É bom que o investidor tenha um pouco de cada instrumento”, diz Renosto.

Para quem vai colocar um título bancário na carteira, o chamado “risco do emissor” é comum para os três instrumentos. “O investidor corre risco relacionado à saúde financeira do banco que emitiu o papel, independentemente de ser uma LCI, LCA ou CDB”, explica Caetano.

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