CDB de banco pequeno está mais perigoso? Saiba como selecionar os ativos

Especialistas mostram o que considerar ao escolher um CDB, instrumento visto como alternativa após alterações nas regras de LCIs e LCAs

Leonardo Guimarães

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No início do mês, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou o prazo mínimo para Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs) e restringiu os critérios para emissão dos instrumentos financeiros. As mudanças causaram efeitos em outros mercados, especialmente nos “primos” das letras financeiras, os CDBs

Para a Fitch Ratings, as novidades devem aumentar o risco de investimento em papéis de bancos menores, já que eles precisam recorrer aos CDBs, fonte de financiamento mais cara que LCIs e LCAs. No entanto, especialistas consultados pelo InfoMoney não dimensionam o problema da mesma forma.

Para Marianne Moraes, gestora de crédito privado da Inter Asset, a substituição de LCIs e LCAs por CDBs como instrumentos de captação dos bancos pode causar a redução das taxas dos certificados, em um movimento que compensa os custos maiores para as instituições. Kaique Fonseca, economista e sócio da A7 Capital, concorda. “Não percebo um aumento significativo do risco”, diz. 

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As mudanças no mercado de ativos bancários reforçam a importância de saber escolher o melhor ativo para a sua carteira conforme os cenários mudam. Confira, a seguir, o que levar em conta na hora de escolher CDBs – vistos como a primeira alternativa a LCIs e LCAs – para compor o portfólio. 

1. Respeite o teto do FGC

Uma das vantagens do investimento em CDBs é a proteção que o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) dá para aplicações de até R$ 250 mil. Mas é preciso ficar atento a um detalhe da regra: a proteção é válida para investimentos em papéis de um mesmo conglomerado. Portanto, aplicações de R$ 150 mil em um papel do “Banco A” e outros R$ 150 em CDB do “Banco B”, por exemplo, excedem o limite garantido pelo FGC se as instituições fizerem parte do mesmo grupo

Outro ponto de atenção é o cálculo do rendimento das aplicações. Um investimento de R$ 250 mil vai gerar lucro e superar o teto do FGC. Logo, se o investidor quer ficar dentro do limite, precisa ponderar se os rendimentos vão fazer a aplicação extrapolar a proteção, especialmente em aplicações de longo prazo. 

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2. Analise o risco do emissor

Ao investir em um CDB, o investidor está emprestando dinheiro a uma instituição financeira em troca de um prêmio. Portanto, o primeiro risco que precisa ser mapeado é a incapacidade da empresa de pagar sua dívida. Instituições menores e pouco conhecidas costumam pagar mais para conseguir esse financiamento, mas são consideradas mais arriscadas. 

Analisar a nota de crédito atribuídas por agências de classificação de risco é sempre importante para entender se o retorno maior vale a pena. Fonseca ainda lembra da necessidade de avaliar os clientes dos bancos: “quanto mais diversificado, menor o risco”. Bancos nichados, especialistas em apenas um tipo de empréstimo, por exemplo, podem ser mais vulneráveis a mudanças no mercado

Para quem investe dentro dos limites do FGC, porém, a análise “é mais tranquila”, segundo Fonseca. “A preocupação é muito menos quando há uma instituição formada pelas maiores financeiras do País te dando suporte”, comenta. 

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Quem precisa fazer uma análise mais minuciosa pode recorrer a dois índices fundamentais: o de Basileia, que mostra quão endividada a instituição está, e o de Imobilização, que aponta se o banco tem liquidez imediata em seu patrimônio e consegue pagar credores rapidamente.

3. Fique atento à liquidez

Para Bruno Monsanto, assessor de investimentos e sócio da RJ+ Investimentos, um dos primeiros critérios que o investidor precisa estabelecer é a liquidez que vai contratar. “É importante que o investidor saiba quanto do montante a ser aplicado pode ser separado para investimentos de dois anos ou mais”, diz o especialista. 

Essa noção é ainda mais importante no investimento em CDBs, já que vender esses papéis é muito difícil e, para sair da aplicação, o investidor provavelmente deixará ganhos na mesa. Já os papéis que oferecem liquidez diária são atrelados ao CDI e oferecem retornos muito próximos à taxa referencial, sem grandes ganhos. 

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É preciso também escolher os prazos com atenção ao recolhimento de IR: quanto menor o intervalo de investimento, maior será a alíquota: 22,5% até 180 dias; 20% entre 181 e 360 dias; 17,5% entre 361 e 720 dias; e 15% com resgate superior a 720 dias.

4. Compare as taxas

Instrumentos isentos de Imposto de Renda são muito valorizados pelos investidores brasileiros. Mas nem sempre isenção é sinônimo de vantagem em cima dos ativos não isentos. Por isso é essencial calcular o gross up, fórmula que adiciona alíquota fictícia de imposto a investimentos isentos, permitindo compará-los com ativos não isentos.

Monsanto alerta para a importância do cálculo e de não subestimar os ativos sem isenção: “achamos muita coisa boa camuflada nas taxas nominais”. 

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A conta mostra se o rendimento bruto de um CDB é superior ou não ao oferecido por LCIs e LCAs. Um CDB com retorno de 116% do CDI no curto prazo, ou de 105% do CDI no longo prazo, equivalem a uma LCA que entrega 90% do CDI.

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