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Após a forte valorização em dezembro de 2021, quando teve alta de 8%, o IFIX – índice que reúne os principais fundos imobiliários da Bolsa – encerrou o primeiro mês de 2022 com queda de 1%. O Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) foi o destaque positivo de janeiro e o XP Macaé (XPCM11), o negativo. Nenhum deles, porém, foi mais comentado do que o Maxi Renda (MXRF11) no período.
Maior fundo imobiliário do País em número de cotistas – 488 mil – o Maxi Renda teve a distribuição de dividendos questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Por maioria de votos, o colegiado da autarquia entendeu, no final do ano passado, que um fundo imobiliário não pode distribuir mais dividendos do que o lucro acumulado pela carteira. O posicionamento foi divulgado no dia 25 de janeiro.
A análise teve como base as demonstrações financeiras do Maxi Renda, entre 2014 e 2020, período em que o fundo chegou a apresentar prejuízo contábil e, mesmo assim, seguiu com a distribuição de dividendos. Nesta sexta-feira (31), o Maxi Renda voltou a subir e interrompeu uma sequência de quatro sessões de queda.
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“Essa é uma decisão do Maxi Renda, mas o mercado começa a espelhar esta prática nos demais fundos da indústria”, afirmou André Masetti, gestor da XP Asset, no programa Liga de FIIs, do InfoMoney. “Ou seja, caso a decisão venha mesmo a ser implementada, todo mundo está avaliando quais fundos podem ser atingidos”.
Na avaliação de Marx Gonçalves, analista da Nord Research, de uma forma geral, o caso Maxi Renda não teve um impacto tão significativo nas cotas dos demais fundos imobiliários até o momento.
“Certamente a questão contribuiu para um desempenho ruim dos fundos imobiliários no final de janeiro, mas não de forma tão significativa como ocorreu em 2021, com a ameaça de tributação dos dividendos dos FIIs”, avalia o analista.
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Pelo menos por enquanto, ele afirma que outros fatores ainda exercem uma influência maior na cotação dos fundos imobiliários. O analista cita as incertezas fiscais e eleitorais, que mexem com o humor de todo mercado de renda variável, e o ciclo de alta dos juros.
Em 2021, a taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, subiu de 2% para 9,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta semana e a expectativa do mercado é de nova elevação de 1,5 ponto percentual.
“O processo de aumento da taxa Selic acaba influenciando o mercado de fundos imobiliários, que perde a atratividade em relação à renda fixa”, lembra Gonçalves. “A migração dos investidores pressiona as cotas dos FIIs”, afirma.
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Naturalmente blindados das variações da inflação e dos juros, os fundos de “papel”, que investem em títulos de renda fixa e recebíveis imobiliários, se destacaram na lista dos segmentos com melhor desempenho em janeiro. Os fundos de shoppings e de lajes corporativas aparecem na outra ponta da lista, com desvalorização média de 3,5%.
Segmento | Variação em janeiro (%) |
Títulos e Val. Mob. | -0,07 |
Híbrido | -0,85 |
Outros | -0,96 |
Logística | -1,97 |
Lajes Corporativas | -3,55 |
Shoppings | -3,56 |
Fonte: InfoMoney – (31/01/2022)
Dos 104 fundos imobiliários que compõem o Ifix, 48 encerraram janeiro no campo positivo. o Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) foi o destaque da lista, com valorização de 6,6% no período.
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Confira as maiores altas dos fundos imobiliários em janeiro de 2022:
Ticker | Fundo | Segmento | Variação em janeiro (%) |
AIEC11 | Autonomy Edifícios | Lajes Corporativas | 6,60 |
URPR11 | Urca Prime Renda | Outros | 5,95 |
VGHF11 | Valora Hedge Fund | Títulos e Val. Mob. | 4,38 |
RECR11 | Rec Recebiveis | Títulos e Val. Mob. | 4,32 |
GGRC11 | GGR Covepi Renda | Logística | 4,23 |
OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.
Fonte: Economatica (31/01/2022)
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Em janeiro, o Autonomy Edifícios anunciou parecer favorável em disputa que travava com a locatária Dow Brasil, ligada à indústria de produtos químicos, que pedia mudança do indexador do contrato de locação.
A empresa ocupa a torre D do Rochaverá Diamond Tower, edifício de 14 mil metros quadrados localizado na avenida Chucri Zaidan, em São Paulo (SP).
Em janeiro do ano passado, o contrato de locação foi reajustado em aproximadamente 23%, percentual correspondente ao então Índice de Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acumulado em 12 meses.
Insatisfeita com o aumento, a Dow Brasil solicitou a uma corte arbitral a troca do indexador do contrato, do IGP-M para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O fundo alegou que, pelas características do contrato, a mudança não seria permitida.
Em comunicado ao mercado no dia 18, o Autonomy confirmou o parecer favorável do tribunal arbitral e o desbloqueio de parte dos R$ 3,5 milhões, montante retido durante a tramitação do processo. Naquele dia, o fundo chegou a subir quase 10% ao longo da sessão e fechou com alta de 6,35%.
Com queda de quase 14%, o XP Corporate Macaé (XPCM11) encabeçou a lista das maiores quedas do mês de janeiro.
Confira as maiores baixas dos fundos imobiliários em janeiro de 2022:
Ticker | Fundo | Setor | Variação em janeiro(%) |
XPCM11 | XP Corporate Macaé | Lajes Corporativas | -13,88 |
HGBS11 | Hedge Brasil Shopping | Shoppings | -12,74 |
RBRF11 | RBR Alpha | Títulos e Val. Mob. | -8,74 |
RBRP11 | RBR Properties | Outros | -8,45 |
VINO11 | Vinci Offices | Lajes Corporativas | -8,13 |
OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.
Fonte: Economatica (31/01/2022)
Em 12 meses, o XP Macaé acumula perdas de mais de 60%. O portfólio do fundo é formado por um único imóvel que foi desocupado em dezembro de 2020 e desde então a vacância do fundo está em 100%.
No final do ano passado, o The Corporate, localizado na avenida Prefeito Aristeu Ferreira da Silva, no Bairro Novo Cavaleiros, município de Macaé (RJ), foi reavaliado e teve o valor reduzido em 20%.
“Por mais que o ativo em Macaé possua alguma qualidade técnica, a região em que se encontra atravessa um período extremamente desafiador”, apontava relatório do Itaú BBA assinado por Larissa Nappo, analista da instituição. “Ter um portfólio de qualidade, bem localizado e com locatários de ponta ajuda a gerar valor ao longo do tempo”, conclui o documento.
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