Cadê minha LCA? 6 alternativas para investidores “órfãos” da renda fixa isenta de IR

Antes escolhas fáceis visando curto prazo, LCIs e LCAs ficaram escassas e mais longas após medidas do governo; veja possíveis substitutos

Equipe InfoMoney

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Acabaram os tempos de “vacas gordas” para investidores em busca de renda fixa isenta de Imposto de Renda. Se antes era possível encontrar no mercado uma abundância de aplicações seguras, com alta rentabilidade e benefício tributário, tudo mudou após o governo apertar, em fevereiro, as regras para emissões de vários ativos ativos isentos, entre eles as letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA). Após a medida, a oferta ficou menor e os prazos mais longos.

Diante da nova realidade, quais são as alternativas disponíveis para o investidor? A resposta, dizem especialistas, vai depender da escolha entre mais retorno ou maior liquidez. Confira, a seguir, cinco investimentos para o dinheiro dos “órfãos” das LCIs e LCAs.

Debêntures

Segundo especialistas, a janela está mais estreita para investir em ativos isentos, segmento em que passam a se destacar as debêntures incentivadas. As taxas não estão tão atrativas como antes, mas novas emissões podem trazer oportunidades, especialmente em ativos indexadas à inflação.

A escolha dos ativos, no entanto, demanda um cuidado muito maior do que no caso das LCIs e LCAs, que carregam consigo o risco de grandes bancos. Por isso, a opção é voltada para o investidor mais experiente, que pode deixar dinheiro parado por mais tempo, e com capital alto para entrar em várias ofertas e, assim, pulverizar a aplicação.

Em termos de desempenho, o IDA-Geral, índice da Anbima que rastreia o desempenho de debêntures, acumula retorno de 16,55% nos últimos 12 meses. Em março, as debêntures de curto prazo foram as campeãs de retorno.

Fundos de crédito

Com o maior desafio na seleção de ativos, investidores interessados em debêntures têm como caminho mais fácil a aplicação via fundos de crédito mais estruturados e fundos de debêntures incentivadas, segundo defende Clara Sodré, analista de fundos da XP. Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, é preciso, no entanto, abdicar da liquidez imediata oferecida pelas LCIs e LCAs. Apesar de permitirem saques a qualquer tempo, é comum que o dinheiro só caia na conta em pelo menos um mês (D+30).

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Fundos DI simples

Uma opção menos arriscada de fundo são os fundos DI, que investem principalmente em títulos públicos atrelados ao CDI. Em troca do menor risco, no entanto, o investidor é obrigado a deixar retorno para trás. Cálculo realizado recentemente por Michael Viriato, estrategista-chefe da Casa do Investidor, mostra que uma aplicação em um fundo DI renderia pouco mais de 8% em 12 meses.

Fundos DI “turbinados”

Para incrementar a rentabilidade, outra opção está na aplicação em fundos DI Plus ou DI Crédito Privado, que são fundos DI com uma parcela em crédito privado, desde que de baixo risco (ainda assim, mais do que o oferecido por títulos públicos).

“Eventualmente, poderia ser uma substituição para prazos mais curtos, de 90 dias”, diz Fabrício Voigt, analista sênior da Aware Investments. O especialista lembra que a parcela de crédito das carteiras desses produtos pode ser formada por ativos como letras financeiras (LFs) e Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), mas que os riscos dos títulos tendem a ser mais baixos porque a estrutura do portfólio está diluída no patrimônio.

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Tesouro Selic

Opção mais segura da lista, o Tesouro Selic pode também servir de alternativa aos isentos porque também não sofre incidência de IR para aplicações de até R$ 10 mil. Com isso, acaba funcionando como uma espécie de “poupança com maior rentabilidade” – especialmente em meio às revisões de expectativas para o nível da taxa Selic.

Para Marília Fontes, sócia-fundadora da Nord Investimentos, os spreads de crédito já não estão mais tão atrativos, e por isso recomenda o Tesouro Selic aos “órfãos” das LCIs e LCAs, com foco no curto prazo.

CDB

Deixados de lado em meio à corrida por isentos no ano passado, os CDBs voltaram a ganhar apelo nos últimos meses, apesar de sofrerem incidência de IR. Os ativos, que são mais simples de avaliar por carregarem risco bancário, também possuem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil por investidor (CPF) e por instituição financeira.

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Os CDBs passaram a pagar mais diante da alta de juros futuros. Os CDBs prefixados, por exemplo, voltaram a se aproximar de taxas equivalentes a 1% ao mês.