Bolsa pode chegar a 125 mil pontos em 2019 e essas são as melhores ações para investir, segundo a XP

Otimismo com reforma da Previdência pode impulsionar determinados setores da economia, como os de bancos, varejo e siderurgia

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – O relativo otimismo com as novidades sobre a reforma da Previdência e uma trégua nas más notícias vindas do exterior levaram o Ibovespa a ultrapassar a marca histórica de 98.000 pontos em fevereiro. E os analistas da XP Investimentos acreditam que há espaço para novas altas.

No relatório Year Ahead, a equipe de análise da XP prevê que o Ibovespa pode valorizar cerca de 30% em 2019. “Vemos a bolsa como a melhor classe de ativos no Brasil, com potencial de o Ibovespa atingir 125 mil pontos até o final do ano”, escrevem os profissionais.

“A implementação de uma agenda liberal poderia levar a uma gradual reprecificação dos ativos no Brasil, por meio de revisão positiva dos lucros, menor percepção de risco e maior alocação para a bolsa brasileira”, complementam.

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O cenário-base projetado para a XP considera que os juros permanecerão em 6,5% até o meio do ano e poderão subir para 7,5% no segundo semestre, que a inflação continuará controlada (IPCA em 4,25%) e que o PIB crescerá 2% em 2019. Também leva em conta que  a reforma da previdência será aprovada.

Os analistas ressaltam que o timing e abrangência da reforma ainda são dúvidas, mas afirmam que há mais chances de “materialização de um cenário otimista”.  

Estatais, varejistas e outras empresas promissoras na bolsa

Diante desse cenário, a equipe de análise da XP listou os principais ativos que podem deslanchar em 2019. A lista reúne papéis de estatais, varejistas, companhias aéreas, bancos, siderúrgicas e uma empresa de aluguel de veículos.

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“Preferimos empresas estatais e cíclicas domésticas, com um toque global. Privatizações, desinvestimentos, o BNDES e reformas tributárias são temas-chave do governo de Bolsonaro, além da previdência”, escrevem os analistas

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Entre as estatais, as preferidas são Petrobras (PETR3) e Banco do Brasil (BBAS3). Enquanto a primeira deve se beneficiar do plano de desinvestimentos e do potencial aumento de dividendos, o BB deve manter suas iniciativas de aumento de rentabilidade com o novo governo.

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Falando em bancos, outra “top pick” no setor é Bradesco (BBDC4) que, segundo o analista André Martins, se beneficiará de uma maior exposição ao varejo – que tem crescido rapidamente e possui alta rentabilidade. “Vemos espaço para melhorias na inadimplência também”, escreve.

No campo das varejistas, as favoritas são B2W (BTOW3) e Lojas Americanas (LAME4), que estão bem posicionadas para aproveitar o crescimento do consumo e do e-commerce, com o marketplace favorecendo as margens e o capital de giro, de acordo com a XP.

Já no leque das companhias aéreas, a escolhida pela equipe de análise da XP é Azul (AZUL4), dada sua “malha exclusiva e maior poder de precificação, aliados a tendências sólidas de demanda e múltiplos atrativos”.

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No portfólio, as apostas em cíclicos globais são maioria. É o caso de Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e JBS (JBSS3), empresas que devem acelerar seus resultados em 2019 com o aumento da demanda. A JBS tem o trigger da potencial listagem nos Estados Unidos, que deve impulsionar as ações.

O que esperar do exterior

Os analistas destacam, porém, que essas projeções estão condicionadas à aprovação de reformas e que, além do risco de execução do novo, há o risco vindo do ambiente externo, que pode trazer volatilidade em 2019.

O cenário-base da XP considera uma desaceleração da economia americana, que cresceria 2% em 2019, depois de uma expansão de 2,9% neste ano. “Consequentemente, esperamos que o Banco Central americano não entregue as prometidas altas da taxa de juros, ajudando a aliviar a pressão para emergentes.”

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Em relação à disputa comercial entre Estados Unidos e China, a expectativa da equipe de análise da XP é que os dois países entrem em acordo, não numa guerra comercial, “devido ao elevado custo para ambas partes”. Em relação à China, a expectativa é de um crescimento do PIB de 6% neste ano. 

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