BofA: gestores veem maior crescimento do Brasil em 2021 e ações como a melhor alternativa nos próximos 6 meses

Entre os principais motores para a economia, investidores destacam avanço no calendário de vacinação, reabertura e agenda de reformas estruturais

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Atentos à continuidade do processo de vacinação contra a Covid-19 e à espera de uma melhora do cenário econômico, gestores de recursos têm revisado suas projeções para o desempenho da economia brasileira, englobando mais otimismo em suas apostas.

Pesquisa do Bank of America com gestores da América Latina mostra que a maioria dos entrevistados vê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro entre 3% e 4%, em 2021, acima do intervalo de 2% a 3% estimado pela maior fatia de participantes no levantamento de abril.

Entre os principais motores para a economia do país, os investidores ouvidos pelo BofA destacam o avanço no calendário de vacinação e a reabertura da economia, além da agenda de reformas estruturais. Por outro lado, a maior preocupação recai sobre uma deterioração fiscal descontrolada, seguida por ruídos políticos.

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Nesta terça-feira (18), o Ministério da Economia elevou sua projeção de crescimento do PIB este ano, de 3,20% para 3,50%.

Com relação à taxa básica de juros, a maior parte dos gestores consultados pelo banco americano vê a taxa Selic encerrando este ano entre 5,00% e 5,75%, assim como no levantamento de abril. Houve, contudo, um crescimento, de 10% para quase 30%, nas apostas de juros num intervalo de 6,00% a 6,75% até o fim do ano.

Mesmo assim, a avaliação é de que apenas uma Selic a partir de 7% ao ano poderia ser prejudicial ao fluxo direcionado a ativos de risco, como ações.

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Ações são destaque

Segundo o BofA, 64% dos entrevistados acreditam que as ações deverão apresentar melhor desempenho que outras classes de ativos no Brasil nos próximos seis meses, percentual acima dos 59% de abril.

O levantamento mostra ainda que os investidores estão mais otimistas com o desempenho do Ibovespa este ano, com 45% estimando o índice acima dos 130 mil pontos até dezembro, ante 28% no mês anterior. A projeção implica valorização de 5,7% em relação ao fechamento do pregão de segunda-feira (17).

Para metade dos entrevistados, as estimativas de ganhos em 2021 para ações ligadas à reabertura econômica ainda não englobam todo o otimismo. A outra parcela, contudo, vê boa parte já no preço de nomes ligados ao varejo tradicional, à indústria de aéreas e turismo, além de shopping centers.

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América Latina

Já na América Latina como um todo, o levantamento mostra que apenas 15% dos gestores consultados planejam ampliar a alocação em ações nos próximos seis meses – o menor nível desde setembro de 2020.

Entre os principais setores com posição overweight (acima da média do mercado) na região estão materiais, consumo discricionários e financeiras. Já nas maiores posições underweight (abaixo da média do mercado) aparecem utilities, consumo essencial e empresas de telecomunicações.

Entre os principais riscos para a região, 45% dos participantes citam um possível erro de política monetária por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), acima dos 25% de abril.

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As preocupações com o coronavírus e o ritmo lento de vacinação, por sua vez, foram reduzidas de 12% e 31%, respectivamente, para cerca de 4% e 12% no levantamento de maio.

Com relação à inflação, a maior parte dos participantes (55%) vê uma alta acelerada dos preços, contra cerca de 60% que estimavam uma alta modesta na pesquisa anterior.

O estudo “LatAm Fund Manager Survey”, conduzido pelo Bank of America, foi realizado em maio e contou com a participação de 33 gestores, com cerca de US$ 112 bilhões sob gestão.

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