BlackRock e Lombard dizem que temores de inflação são prematuros

Para gestoras, expectativas de aceleração sustentada da inflação e retirada dos estímulos são equivocadas, o que cria oportunidades em títulos corporativos

Bloomberg

(AndreyPopov/Getty Images)
(AndreyPopov/Getty Images)

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(Bloomberg) — Na visão da BlackRock e da Lombard Odier, as expectativas do mercado de uma aceleração sustentada da inflação e da retirada dos estímulos são equivocadas, o que cria oportunidades de compra em títulos corporativos.

Em um ambiente onde a economia começa a se aquecer, mas a alta de preços provavelmente é transitória, a Lombard prefere dívida corporativa de longo prazo na China e na Índia, disse Dhiraj Bajaj, responsável por crédito da Ásia. A BlackRock gosta de papéis corporativos de alto rendimento e títulos chineses, de acordo com Neeraj Seth, que supervisiona crédito asiático em Cingapura.

O crescente debate sobre as perspectivas para a inflação global divide investidores. Bill Gross e a Bridgewater Associates estão preparados para maior pressão de preços, enquanto outros argumentam que a recente onda vendedora do mercado motivada por esses temores resultará em correção.

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“Os temores de inflação e, mais importante, as preocupações com as mudanças na política do Fed são prematuros”, disse Seth, da BlackRock. Embora a alta dos preços no curto prazo possa se acelerar com a reabertura das economias, a tendência provavelmente será “transitória”, disse em entrevista.

Outras gestoras, como Pacific Investment Management Co. e Guggenheim Investments, também argumentam que os temores dos riscos de inflação e taxa de juros são exagerados. Em seu relatório mais recente, a Guggenheim disse que dados mostram os ganhos de preços subjacentes em desaceleração. A Aberdeen Standard Investments espera certa inflação nos EUA, embora não “muito alta”.

Também na Europa, qualquer aumento dos preços ao consumidor pode ser passageiro. “Se olharmos além do ruído, a pandemia é, em última análise, deflacionária e isso aparecerá em algum momento nos números”, escreveram analistas do ING, como Carsten Brzeski, em nota para clientes na terça-feira. A equipe espera que a inflação na zona euro se acelere nos próximos meses antes de cair bem abaixo de 2% em 2022.

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Para Seth e Bajaj, a recente onda de vendas e suas visões de longo prazo sobre a inflação significam que há oportunidades para aumentar as posições. Os títulos corporativos agora estão mais baratos, de acordo com Bajaj.

O crédito “se tornou mais atraente desde o início do ano, não há dúvida sobre isso”, disse. “A coisa mais lógica a fazer é comprar mais ou aumentar a duração.”

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