Barsi Neto: “não há cenário melhor do que o atual para quem vive de renda passiva”

Especialista participou de painel do Onde Investir 2025 com André Bacci, investidor que se aposentou com rendimento de fundos imobiliários

Leonardo Guimarães

Luiz Barsi Neto, sócio do escritório Barsi Investimentos, durante painel no Onde Investir 2025 (Foto: InfoMoney)
Luiz Barsi Neto, sócio do escritório Barsi Investimentos, durante painel no Onde Investir 2025 (Foto: InfoMoney)

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O mercado brasileiro de renda variável começou o ano cercado de incertezas e pessimismo. Mas é justamente esse cenário que torna a Bolsa “um celeiro de oportunidades”, segundo Luiz Barsi Neto, sócio do escritório Barsi Investimentos. 

Em painel no Onde Investir 2025, evento online promovido pelo InfoMoney ao longo desta semana, o especialista disse que “não há cenário melhor do que o atual para quem vive de renda passiva”, já que os ativos que distribuem proventos estão baratos. 

Barsi Neto, filho do maior investidor individual da Bolsa brasileira, rebate o pessimismo de quem argumenta que os ativos estão baratos há muito tempo: “se a Bolsa ficar barata por mais 10 anos, vamos continuar comprando; quanto mais ações você tiver, mais rendimentos vai receber”. 

Onde estão as oportunidades?

André Bacci, ex-bancário que ganhou destaque entre investidores após abandonar o trabalho para viver exclusivamente com os dividendos de fundos imobiliários (FIIs), também participou do debate. Ele também classifica os FIIs como descontados atualmente e aproveita para a baixa para comprar. 

Seu foco, hoje, está nos fundos de papel, que investem em títulos do mercado imobiliário, como CRIs e LCIs. Há carteiras rodando a IPCA + 13% ao ano, segundo ele. Porém, esta é uma opção para quem está formando sua carteira. “Para quem está se aposentando, é melhor ter um FII de tijolo para tentar acompanhar a inflação”, diz. 

Nas ações, Barsi Neto cita os setores de saneamento, energia, financeiro, transmissão e seguros como indispensáveis para uma carteira focada em dividendos. “Historicamente, essas ações pagam entre 8,5% e 9,5% ao ano só com dividendos, sem contar a valorização”. 

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A importância do reinvestimento

O painel do Onde Investir 2025 ainda foi espaço para uma aula sobre como iniciar na renda passiva. Os especialistas destacaram a estratégia da bola de neve como essencial para quem está começando. 

“Se tenho uma carteira de R$ 10 mil com proventos de 10% ao ano, ganho R$ 1 mil de renda passiva, posso gastar esse montante e esperar os R$ 1 mil do ano que vem, mas se reinvisto, terei uma carteira de R$ 11 mil, já recebendo R$ 1.100 e assim começo a fazer minha bola de neve”, explicou Barsi Neto. 

Aos que se desanimam com o retorno baixo no início, Bacci lembra que “é preciso começar de algum lugar”. Ele descreve os efeitos da aposentadoria com a renda passiva: “paz de espírito com créditos caindo na conta; o investimento precisa ter uma função, e essa função é a melhora de vida”. 

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FIIs são “conto do vigário”?

Ao lado do especialista em fundos imobiliários, Barsi Neto comentou uma declaração de seu pai, que criticou a classe, dizendo que os ativos são “conto do vigário” e recomendou: “fuja dos fundos”, há cerca de um ano e meio.

Neto ponderou que o pai tinha em mente o boom dos FIIs em 2014 quando deu a declaração e que, na época, participantes do mercado prometiam valorizações similares às de ações. “Em determinado momento, houve um boom e muitos foram enganados ao dizer que as cotas teriam a mesma movimentação de uma empresa”, disse.