Aposentadoria: planeje o resgate de seu patrimônio

Planejamento da aposentadoria exige mais do que boa gestão do patrimônio; é preciso planejar o resgate dos recursos, de forma a garantir seu padrão de vida

Equipe InfoMoney

SÃO PAULO – Uma aposentadoria tranquila exige mais do que o acúmulo de patrimônio: é preciso saber administrá-lo. Uma gestão eficiente exige uma boa estratégia de investimento e o planejamento dos resgates que serão efetuados.

Além de garantir a maior duração do seu patrimônio, o planejamento da taxa de resgate mensal permite que você, caso queira, defina o quanto pretende deixar de herança. A taxa de resgate não é função apenas do seu patrimônio acumulado, mas também das outras fontes de renda (ex. previdência, aluguel etc.) que planeja ter ao se aposentar e do estilo de vida que pretende manter.

Qual será o seu custo de vida?

Um erro comum entre as pessoas ao planejar a aposentadoria é acreditar que estão poupando para um futuro melhor. Isso não é verdade. Ao poupar, você está apenas garantindo sua capacidade de manter o seu padrão de vida quando parar de trabalhar.

Faça as contas. Calcule qual a renda que você precisaria ter ao se aposentar para manter seu estilo de vida. Feito isso, compare o resultado com a renda que você acredita que poderá contar no recebimento de benefícios da Previdência Social e do plano privado que contratou. O ideal é que a diferença seja coberta pela renda financeira líquida (já descontado imposto) obtida do patrimônio que acumulou.

Mas, se isso não for suficiente, é possível que você acabe resgatando uma quantia maior, o que, aos poucos, acaba erodindo seu patrimônio e colocando em risco sua capacidade de sobreviver durante a aposentadoria.

Expectativa de vida e inflação

Esta é uma variável importante no planejamento da sua taxa de resgate, pois define por quanto tempo seu patrimônio deve durar. Ainda que seja possível verificar a expectativa de vida do brasileiro por idade e sexo no IBGE, é provável que você acabe vivendo mais do que isso.

Nos EUA, a maioria dos consultores financeiros já planeja que seus clientes irão sobreviver pelo menos até os 90 anos (homens) e 95 anos (mulheres). Pode parecer exagero, mas vale a pena avaliar o impacto que uma sobrevida deste tipo teria no seu patrimônio e na taxa de resgate permitida.

Qual a taxa de resgate?

Muito vai depender do tipo de retorno que você vai ter para seus investimentos. Porém, como estamos falando de planejamento, o melhor é adotar uma postura conservadora. Assim, projete um retorno de 4% acima da inflação ao ano.

A questão agora é saber qual será o imposto de renda sobre este rendimento. Sob as regras atuais, a alíquota pode variar de 15% a 22,5%, uma vez que assumimos que quem aplicou em previdência não irá efetuar resgates antes de 6 anos, prazo no qual a alíquota já cai para 20%.

Desta forma, pode-se estimar que o retorno líquido acima da inflação para os vários cenários de alíquota ficaria ao redor de 3,1%. Assim, uma taxa de resgate neste intervalo parece adequada.

Diante destes números, reveja o seu planejamento. Definida a renda necessária, veja se resgatar entre 3% e 5% do patrimônio ao ano garantirá o seu padrão de vida. Agora refaça as contas, assumindo que vai viver até os 90 anos. Frente aos novos números, avalie o que precisa ser revisto no seu planejamento.