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O investimento em fundos multimercados com foco no longo prazo exigiu uma dose de paciência por parte do investidor neste ano, em virtude da dificuldade de boa parte dos produtos em entregar retornos acima do CDI (taxa de referência da classe).
Após três meses mais complicados, casas renomadas como a Verde Asset e a Legacy Capital voltaram a ter os fundos que são os carros-chefe de ambas, como o Verde e o Legacy Capital B, com retornos de 2,91% e de 3,99% em novembro, respectivamente.
Os dois acima dos 0,92% do CDI no período. Desempenho que também foi superior aos ganhos dos multimercados de gestão ativa, agrupados no Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA), que apresentaram, na média, rendimento de 2,41% em novembro.
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Em uma carta extensa, a Verde detalhou que houve uma significativa apreciação dos ativos de risco no mês passado, com um avanço de 8,9% do S&P500 e de 12,5% do Ibovespa.
O movimento foi favorecido por uma correção das taxas de juros lá fora, que a casa já esperava ao defender que havia certo “exagero” na precificação.
A questão, porém, deve ficar mais complexa daqui para frente. A Verde acredita que há várias incertezas em relação à manutenção do crescimento americano.
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“Até que ponto a desaceleração que vimos recentemente vai evoluir para uma recessão é a pergunta de muitos trilhões para os próximos meses”, observa a equipe da Verde.
Redução de posições em Bolsa
Após o rali registrado em novembro, a gestora afirmou que reduziu a exposição que detinha em ações, tanto local quanto internacional. Ambas ajudaram a trazer ganhos para o fundo no mês passado.
A mesma postura foi tomada pela Legacy. Em carta mensal, a casa disse que reduziu parcialmente as alocações que mais se beneficiaram com o ambiente favorável ao risco, dando a entender que reduziu a posição comprada em Bolsa local, embora não tenha detalhado qual classe de ativo modificou no documento.
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No mês passado, o Legacy Capital B contou que obteve ganhos com posições aplicadas em juros e compradas em Bolsa local.
Ao comentar sobre o cenário para os juros, a Legacy disse avaliar que o Banco Central poderá começar a discutir uma eventual aceleração dos cortes, para além dos 0,50 ponto adotados até então, a partir de janeiro de 2024, mas sem cravar uma aceleração.
Em sua carta mensal, a gestora lembrou que a qualidade dos núcleos de inflação e que o recuo da inflação de serviços têm chamado a atenção: nos cálculos da Legacy, o ritmo anualizado dos núcleos está em torno de 3%, enquanto o de serviços têm ficado um pouco abaixo de 4%.
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Na visão da casa, a consolidação do patamar mais baixo dos indicadores correntes de inflação juntamente com um cenário externo mais benigno e a manutenção da desaceleração da atividade ajudam a reforçar a visão de que o quadro para a inflação mais para frente está mais “confortável” — o que deve ser reconhecido pelo Banco Central na reunião desta quarta-feira (13).
A expectativa do consenso de mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduza os juros em 0,50 ponto nesta quarta-feira, o que levaria a Selic para o patamar de 11,75%.
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