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Semanas depois de deixar de ter o ministro da Economia, Paulo Guedes, como sócio, a Bozano Investimentos promoveu mais mudanças em sua estrutura: além de os principais executivos da companhia e do empresário Elie Horn (fundador da Cyrela) terem ampliado sua participação no negócio, a companhia vai adotar uma nova marca: Crescera Investimentos.
Junto com o novo nome virá uma mudança na atuação da gestora, que agora vai concentrar sua atuação no aporte em empresas, tanto de venture capital (investimentos em negócios nascentes) quanto de private equity, com desembolsos para compra de participação que podem variar de R$ 50 milhões a R$ 300 milhões.
Para se concentrar nessas duas áreas, a companhia vai se desfazer de seu portfólio de “fundos líquidos” (como os de ações negociadas em Bolsa), que serão repassados à XP Asset Management. Segundo os copresidentes da Crescera, Jaime Cardoso e Daniel Borghi, ao sair desse tipo de investimento, a companhia reduzirá seu total de ativos administrados em cerca de R$ 500 milhões, para R$ 2,3 bilhões.
De acordo com Borghi, a escolha da nova marca não tem relação com a saída de Guedes, mas com o direcionamento de investir em companhias com alto potencial de crescimento. A gestora, que ainda tem cerca de R$ 300 milhões disponíveis para investimento em empresas, oriundos de um fundo captado em 2017 e 2018, prevê iniciar uma nova rodada de captação de recursos a partir do segundo semestre deste ano.
“Queremos atrair investidores dispostos a esperar períodos bem mais longos (para resgatar recursos)”, diz Borghi. Entre os investimentos da Crescera em private equity estão a rede de estacionamentos Estapar, a holding Hospital Care e a NRE Educacional.
Os clientes dos fundos líquidos da antiga Bozano já começaram a ser comunicados do repasse das carteiras à XP. A concretização desse negócio ainda depende de assembleias de cotistas desses fundos – processo que, segundo os executivos, está em curso.
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Trajetória
A Bozano Investimentos foi resultado da união de três companhias: a BR Investimentos, a Mercatto e a Trapezus. A companhia, que chegou a gerir R$ 3,5 bilhões em ativos, adotou o nome Bozano há cinco anos, pegando emprestada a marca do empresário Julio Bozano. Segundo Borghi, a mudança de marca agora também resolve essa questão, ainda que Bozano continue como sócio minoritário da companhia.
Guedes – que ajudou a criar o banco Pactual e, mais tarde, fundou a BR Investimentos – foi o rosto público da Bozano nos últimos anos. Ele ficou na presidência da empresa até o novembro de 2018, saindo logo após o resultado do segundo turno das eleições. A saída do ministro da Economia do quadro de sócios foi fechada em dezembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.