Apesar da pandemia, total investido no Brasil por pessoas físicas atinge recorde de R$ 3,7 tri em 2020

Ritmo de expansão, de 13,4% no ano, foi o maior pelo menos desde 2014

Lucas Bombana

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SÃO PAULO – Mesmo com todas as incertezas provocadas pela pandemia do coronavírus, o investidor brasileiro pessoa física não só manteve, como aumentou os investimentos ao longo de 2020.

Embora o auxílio emergencial, com reflexo direto sobre os aportes na poupança, tenha contribuído para esse resultado, mesmo entre os investidores de maior poderio financeiro a tendência de expansão foi registrada.

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o estoque dos investidores pessoa física no mercado brasileiro cresceu 13,4% no ano passado e atingiu o valor recorde de R$ 3,7 trilhões.

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O ritmo de expansão foi o maior pelo menos desde 2014, início da série histórica apresentada pela Anbima – em 2019, o crescimento havia sido de 12%, e, em 2018, de 9,4%.

Na quebra entre os diferentes perfis considerados dentro do público pessoa física, o bolo do varejo tradicional foi o que mais aumentou, com uma evolução de 20,3%, para o recorde de R$ 1,1 trilhão.

Durante teleconferência com a imprensa pela manhã, José Ramos Rocha Neto, presidente do fórum de distribuição da Anbima, afirmou que o movimento teve influência direta do auxílio emergencial e dos consequentes depósitos feitos na poupança.

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A caderneta de poupança registrou captação líquida de R$ 166,3 bilhões no acumulado de 2020 – recorde de toda a série histórica do Banco Central, iniciada em 1995. Em dezembro, a poupança registrou o décimo mês seguido de entradas, com captação líquida de R$ 20,6 bilhões.

De toda forma, os dados da Anbima mostram que o varejo alta renda também cresceu o estoque, em 6,7% no ano passado, para R$ 1,05 trilhão, enquanto no público private o avanço foi de 13,5%, para 1,4 trilhão, o que correspondeu a novos recordes para ambos os perfis.

Cada instituição tem sua própria linha de corte para a definição desses três públicos, o que dificulta estabelecer limites claros entre cada um, embora sem prejuízo à leitura macro sobre os grandes movimentos entre eles, afirmou Rocha.

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Considerado o estoque somado de R$ 2,2 trilhões do público de varejo tradicional e de alta renda, os dados da Anbima mostram que os fundos de investimento tiveram uma queda de 8,7% no volume total durante o ano passado, para R$ 598 bilhões.

Já a poupança teve aumento de 21,6%, para R$ 952,5 bilhões, enquanto os títulos e valores mobiliários cresceram 29%, para R$ 667,9 bilhões.

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Segundo Rocha, a expectativa é que, em um ambiente de retomada de crescimento como o esperado para os próximos meses, os fundos voltem a crescer dentro das carteiras dos investidores.

Durante a apresentação, o presidente do fórum de distribuição da Anbima apontou ainda a revisão nas regras de suitability, que deve ocorrer ao longo do segundo semestre, como uma das prioridades da associação para 2021, bem como apresentar maior transparência aos investidores relativa à remuneração dos distribuidores, o que Rocha acredita que deve ocorrer até junho.

A volta da renda fixa?

A Anbima divulgou também os dados de captação de janeiro, quando a indústria de fundos teve resgate líquido da ordem de R$ 16,9 bilhões.

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O resultado foi puxado principalmente pela saídas de R$ 40,4 bilhões dos fundos de ações, e de R$ 6,5 bilhões, dos multimercados.

A renda fixa, por outro lado, teve entrada de R$ 29,2 bilhões no primeiro mês do ano.

Já no período de 12 meses, a captação está positiva em R$ 133,8 bilhões, com entradas de R$ 84,1 bilhões dos multimercados, de R$ 8,7 bilhões, dos fundos de renda fixa, e de R$ 6,5 bilhões, dos fundos de ações.

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