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A elevação da Selic que deve ser anunciada nesta quarta-feira (8) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, pode incrementar o retorno de fundos de investimentos internacionais com hedge (proteção) cambial. Ou seja: fundos que investem no exterior, mas sem exposição às variações do dólar contra o real ou outra moeda, podem ser beneficiados pelo aumento da taxa básica de juros, de 7,75% para os 9,25% ao ano esperados pelo mercado.
Em relatório enviado a clientes, os analistas Clara Sodré, Rodrigo Sgavioli e Pedro Matos, da XP, explicaram que ao investir em um fundo de ações ou de renda fixa que compra ativos no exterior e não corre o risco da moeda, o investidor recebe o percentual de retorno do fundo lá fora somado à variação da taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que possui retorno bem próximo da Selic, descontada da taxa de juros da moeda estrangeira e um prêmio de risco por estar aplicando do Brasil.
Na prática, isso ocorre porque quando há “trocas” de moedas (dólar por real, por exemplo), o gestor não troca apenas a variação que existe entre elas, mas também o diferencial de taxas de juros. Se for um investimento nos Estados Unidos, o gestor vai “trocar” a taxa americana pela brasileira e carregar esse diferencial para o investidor brasileiro.
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Logo, observam, quando a Selic aumenta, os juros recebidos pelo gestor ao realizar essa operação tendem a subir também. “Os fundos hedgeados oferecem ao investidor brasileiro a oportunidade de capturar uma estratégia que se beneficia indiretamente do aumento da taxa de juros”, notam os especialistas.
Para exemplificar os ganhos desse tipo de estratégia, a equipe de análise da XP simulou o retorno do fundo PIMCO Income FIC FIM IE (linha preta no gráfico abaixo). Trata-se de um fundo brasileiro que investe em um fundo de renda fixa internacional (representado pela linha vermelha).
O fundo da PIMCO realiza uma operação de hedge cambial, ou seja, o fundo original investe em papéis de renda fixa no exterior e o fundo do Brasil realiza a proteção contra as variações do dólar frente ao real.
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Por meio do gráfico, segundo eles, é possível verificar que ao longo do tempo o desempenho do fundo internacional hedgeado aqui do Brasil é superior quando comparado ao retorno acumulado do fundo original em dólar no mesmo período.
“Perceba que nesse caso, com a proteção cambial, o diferencial de taxa se mostra um fator decisivo para a disparada de rentabilidade. Isso acontece pois […] a operação de hedge permite ao fundo capturar a distorção de taxas, mitigando a variação cambial da operação”, destacaram.
Para entender melhor quais produtos poderiam se beneficiar de tais estratégias, a equipe de análise da XP elencou 11 fundos com estratégias e composições variadas, mas que possuem em comum a proteção cambial:
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Cuidados
Apesar de a estratégia poder aumentar o retorno dos fundos quando a Selic está em um ciclo de alta, esse tipo de alocação não retira o risco total da posição – seja em termos de crédito, liquidez, ou risco de mercado.
“Ela vai atuar minimizando parte do risco, nesse caso, removendo o risco de variação cambial. A carteira continua com sua exposição aos riscos dos ativos em que o fundo está alocado”, avaliam. “Por esse motivo, se faz necessário que o investidor atente à seleção de produtos, escolhendo gestores e estratégias que façam sentido para seu portfolio e que apresentem consistência no retorno”, notam os especialistas.
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